Ainda está fresca em nossa memória a maior festa folclórica da nossa cidade; podemos sentir ainda as batidas dos tambores com seu típico ritmo, podemos escutar a beleza das vozes cantando com sua mensagem tradicional; podemos imaginar as alegorias e fitas adornando os chapéus, as roupas coloridas, suas bandeiras representando seus santos, os pandeiros com seu compasso animador, e as sanfonas com sua melodia do interior; podemos imaginar os ternos dançando com seus movimentos alegres, contagiantes e desafiadores ao tempo: é a tradicional festa da Congada de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais.
Como afirma Pedro Delfante: "Paraíso é a Capital Nacional da Congada, constituindo-se no maior centro de congadeiros do Brasil".
Tudo isso ligado ao grande número de participantes e todo uma multidão de espectadores que se faz presente para assistir a maior festa cultural da nossa cidade.
A festa da congada transcende nossas fronteiras disso todos nós sabemos. No último dia da festa da Congada, se fez presente pela primeira vez na história, a participação de um "gringo" (estrangeiro) vindo do outro lado do mundo, é o chinês Wenxuan Zhu, conhecido como Felipe.
Felipe é um pequeno empresário que tem uma loja bem sucedida no centro de Paraíso. Não podíamos perder a oportunidade de entrevistar ao primeiro estrangeiro de ter participado na festa da Congada em nossa cidade.
Júlio: Há quantos anos vive em Paraiso?
Felipe: Quando saí da China fui morar primeiro em São Paulo, de ali decidi vir a morar em São Sebastião do Paraiso. Estou morando aqui há cinco anos.
Júlio: Como nasceu a ideia de participar nesta festa folclórica da nossa cidade?
Felipe: Tenho um amigo conhecido como "homem aranha" (Marcelo Aristides Rosa) que me convidou a participar no Terno Sabia: aproveito a oportunidade para agradecer aos integrantes do terno pelo convite e a honra de participar desta festa cultural.
Júlio: Qual foi a emoção de ter participado pela primeira vez na maior festa cultural da nossa cidade?
Felipe: Foi uma coisa emocionante, muito bonita. Fiquei alegre de ver tanta gente participando nas arquibancadas. Ano passado eu só olhava a festa desde minha loja; mas agora tive a emoção e a alegria de ser parte da festa.
Júlio: Qual é sua opinião sobre a tradicional festa da Congada que você teve o privilégio de participar?
Felipe: Eu observo a festa como parte da cultura e tradição da cidade e que quer mostrar para a comunidade aquilo que seus antepassados trazem.
Júlio: Pretende participar neste ano?
Felipe: Sim! Quero continuar participando, agora com mais experiência. Me aguardem!
E deixamos a Felipe, com seu sorriso contagiante, com seus sonhos de empresário e com seu anseio de continuar sendo parte da maior festa folclórica da nossa cidade.
Felipe é um exemplo do respeito a cultura e as tradições de uma cidade que o acolheu. Não foi a religião que o atraiu, porque ele não entende a tradição religiosa da Congada. Não foi o reconhecer um Rei ou uma Rainha da Congada, porque ele não conhece a história de nosso país. Foi a alegria do povo que o atraiu, foi a festa popular que o chamou; essa festa que transborda fronteira que não deve ser apagada, a festa popular que abre seus braços a seus cidadãos e aos estrangeiros que queiram participar.
É a alegria de um povo sofrido que atrai como imã a seus visitantes!
Júlio Munhoz Morotte Escritor e Jornalista Peruano 99163-1545