SINDEDUC

"Queremos nosso salário em dia", diz representante do SindEduc

Município adiou início das aulas para 18 de fevereiro, mas com greve esse retorno ainda é incerto
Por: João Oliveira | Categoria: Educação | 02-02-2019 14:38 | 1147
Foto: Reprodução

Representantes do Sindicato dos Servidores da Educação Pública Municipal de São Sebastião do Paraíso (SindEduc) procuraram a redação do Jornal do Sudoeste para esclarecer e destacar o principal ponto referente a greve deflagrada em assembleia promovida pelo Sindicato dos Servidores Públicos de São Sebastião do Paraíso (Sempre) na última terça-feira (29/1). Segundo o presidente do SindEduc, Cícero Barbosa, o que a categoria dos professores tem reivindicado, principalmente, é o pagamento de rescisões e salário em dia dos servidores.

De acordo com Barbosa, falas equivocadas têm sido ventiladas em redes sociais. "Temos rescisões de 2016 e as 2018 ainda não foram pagas. O motivo da greve não é somente o atraso do pagamento, mas essa reincidência, é uma situação que vem se arrastando desde meados do ano passado, quando começou a atrasar nosso pagamento. O que queremos deixar claro, não é uma greve apenas da educação, mas temos estado mais organizados graças a um trabalho do SindEduc  de orientar e esclarecer a situação da nossa categoria a esses servidores, prova disto é que cerca 90% dos servidores na assembleia de terça era de professores, porém servidores de toda a prefeitura está na mesma situação", destacou.

Segundo Barbosa, não é uma greve contra a pessoa do gestor e que a categoria deseja que o governo municipal prospere, que dê frutos e que o município cresça, mas que diante a situação da Prefeitura, a greve é uma ferramenta para demonstrar esse descontentamento da categoria, que espera um planejamento e uma solução para o problema referente ao salário dos professores. "O prefeito disse e eu concordo: o cidadão não pode ser prejudicado na prestação do serviço público, mas o professor também é cidadão e é ele quem está pagando juros por contas atrasadas e não tem o que comer em casa. Esse cidadão pode ser prejudicado", questiona.

Na última semana, Cícero comenta que o SindEduc promoveu campanha para arrecadar alimentos para montar cestas básicas e distribuir para colegas de profissão que estão sem nada em suas residências. "Fizemos a entrega no sábado. É uma situação muito triste, chata e constrangedora; quando entramos em uma situação de calamidade financeira, toda reserva que guardamos, é usada para compensar essa falta do salário. A greve não é por nenhum outro motivo que não pelos atrasos salariais", completou.

RETORNO ÀS AULAS
Desde o final de janeiro, municípios vinham especulando adiar o retorno às aulas para depois do Carnaval tendo em vista o atraso de repasses financeiros pelo Estado. Em Paraíso, a secretária municipal de Educação, Maria Ermínia Preto de Oliveira Campos, disse que o calendário municipal está programando o retorno para o próximo dia 18 (segunda-feira). Aulas retornam na maioria dos municípios da região na próxima segunda, 7 de fevereiro.

"A decisão é em face falta de repasse de recurso e pagamento dos professores e funcionários que estão atrasados. Decidimos esperar e dar início às aulas dia 18, em todas as escolas da rede municipal. Os dias em atraso terão que ser cumpridos, serão nove dias, mas já estamos analisando para que sejam preservadas as férias dos professores e não seja necessário ter aula aos sábados", afirma

Ainda, de acordo com a secretária, existem cinco parcelas em atraso referente aos repasses de recursos para o transporte de estudantes da rede estadual de ensino e que também é feito pela Prefeitura. "O município não tem condições de colocar esses ônibus para circular e ficarão no pátio até o dia 18", destaca. Em relação às creches, o atendimento será realizado normalmente, tendo o início do atendimento iniciado no dia 24 de janeiro. "O que não terá é aula, já que os professores estão de férias e não haverá novas contratações antes do dia 18", ressalta.

PAGAMENTOS
A secretária afirma ainda que com os repasses que já foram feitos, quase 80% dos professores foram pagos faltando poucos funcionários para receber o mês de dezembro por completo. "Chagando novos recursos, vamos iniciar o pagamento referente a janeiro", acrescenta. Em relação às rescisões, Maria Ermínia afirma que a gestão atual deve apenas valores referentes a 2018, que devem ser pagos juntamente ao salário do mês dezembro. "Esse valor já está incluso", completa.

Conforme reafirmou Walkinho, de janeiro de 2017 até a presente data, as rescisões estão pagas, porém, ainda faltam aquelas que, segundo informou a secretária de Educação, serão pagas junto com o salário de janeiro. O prefeito destaca ainda que geralmente no inicio do ano entram mais recursos nos cofres do município, mas isto não tem acontecido.

"Foi o que comprometeu nosso planejamento, por isto ainda estão atrasados os salários. Todavia, quando vinha o dinheiro do Fundeb em momentos difíceis, era feito o pagamento normalmente e atualmente só não tem sido feito porque o recurso também está sendo retido pelo Estado", explica.

Walkinho diz ainda que o planejamento é, conforme o que for entrando de recurso na prefeitura, quitar o restante da folha de dezembro. "Se entrar um recurso considerável, conforme prometido pelo Governo do Estado, iniciaremos o pagamento referente a janeiro e que vence no quinto dia útil de fevereiro. O que está atrasado, por hora, são alguns servidores que ganham acima de 1,5 mil e professores que ganham acima de 1,7 mil; o restante já foi tudo pago", completa.