POLE POSITION

Mau começo para a Williams

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 24-02-2019 21:59 | 3342
Williams perdeu dois dias e meio de testes por atraso do modelo FW42
Williams perdeu dois dias e meio de testes por atraso do modelo FW42 Foto: Motorsport Images / Divulgação

Depois do patético campeonato que disputou no ano passado em que carregou a lanterna no Mundial de Construtores com apenas 7 pontos, o ano de 2019 já começou mau para a Williams. Houve atraso na finalização do modelo FW42 que só chegou ao autódromo de Barcelona na madrugada da quarta-feira e só ficou pronto para ir à pista na parte da tarde. Foram dois dias e meio de testes de pré-temporada perdidos enquanto as outras nove equipes coletavam dados e acumulavam quilometragem com seus carros.

A Williams atravessa uma séria crise administrativa. A chefe-adjunta, Claire Williams, filha do fundador, Frank Williams, já deu no que tinha que dar e fica cada vez mais evidente não ser a pessoa certa para comandar a equipe. E não é pelo fato de ser mulher, como alguns podem pensar. Longe disso. A Williams vem se perdendo ao longo dos anos depois da saída do sócio-diretor, Patrick Head, e à medida em que Frank Williams foi se afastando por conta de suas limitações físicas.

A resistência em não se associar à uma grande fabricante da indústria automobilística é um dos motivos que a tem levado para o fundo do poço. Uma equipe com a estrutura da Williams não pode continuar com a mentalidade de equipe “garagista”. Isso funcionava no passado. Hoje não mais. O outro é a instabilidade de seu departamento técnico, hoje sob o comando de Paddy Lowe, que tem participação acionaria na equipe.

É verdade que Frank Williams sempre teve a fama de mão de vaca, e quem conhece sua história pode até dar razão pelas dificuldades financeiras que enfrentou nos primeiros anos de Fórmula 1. Mas serve de consolo o fato de a saúde financeira da equipe estar preservada.

Ainda que tenha perdido o patrocínio da marca de bebidas, Martini, e os milhões de dólares da família Stroll, que agora estão sendo aplicados na Racing Point (ex-Force India), a Williams não está na corda bamba como o fiasco sugere. Mesmo ao receber a menor parte da verba que a Liberty Media, dona dos direitos comerciais da Fórmula 1, repassa às equipes de acordo com a classificação no Mundial de Construtores.

A Williams tem um novo patrocinador, a norte-americana “ROKit”, do ramo de smarphones, até aqui um tanto duvidoso por se tratar de uma marca que ainda não entrou no mercado, mas já patrocina até o Houston-Rockets, time de basquete da NBA.

A Williams tem este ano o novato George Russell, campeão da F2 no ano passado, o qual torço para que os problemas internos da equipe não coloque em xeque sua promissora carreira. A mesma torcida vai para que não seja em vão todo o sacrifício e esforço do outro piloto, Robert Kubica, que está retornando à Fórmula 1 depois do grave acidente que sofreu numa corrida de rali, no começo de 2011, que o deixou com severas sequelas na mão direita.

Tudo que o FW42 andou em um dia e meio foram 88 voltas (48 de Kubica e 40 de Russell), e como não podia ser diferente, as duas últimas posições entre os pilotos que treinaram.

Não acabou

A boa impressão causada pela Ferrari na primeira bateria de testes de pré-temporada deixou os técnicos de Mercedes e Red Bull com a pulga atrás da orelha. Nesta terça-feira, lá mesmo, na Espanha, começa a última bateria com mais quatro dias de testes. O campeonato começa dia 17 de março, na Austrália.