Corre Minas, corre vida, corre "Rio". E corre duzentos e cinquenta quilômetros afora. Desce, polui e "estraga" tudo que encontra pela frente. Quem te viu, "Rio" Pa-ra-o-pe-ba, de águas claras, límpidas, de rio Doce... Águas para o uso e abastecimento de enorme região. Vai descendo agora sem a magia de um rio saudável. Desce, Paraopeba, com a lama de Brumadinho da "Vale", após o rompimento da barragem da Mina do Feijão.
Desce, "Rio", vai correndo com aquela cor triste de impossível identificação, feia, barrenta e irresponsável, sem ter dó de nada. Desce, Paraopeba, e passa sob a Ponte Ferroviária. Era uma vez uma atração turística...
Desce mais, atinge Santana do Paraopeba, encontra com a Captação da COPASA e Belo Vale, Itaguara, Crucilândia, também Piedade dos Gerais, Conceição do Rio Acima, Bituri e Caetano Lopes, ainda mais São Brás do Suaçuí e Entre Rios de Minas, Sarzedo e Ibirité...
Coitada da Cachoeira do Choro em Felixlândia! Entre outras que não vivem em pleno sossego - nunca mais - como Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Juatuba e Florestal. "Para Minas, o minério; para as Gerais, o Rejeito".
Vai descendo, Paraopeba, deságua na Represa de Três Marias no Rio São Francisco. A Represa comporta tudo isso?
Adeus Represa Três Rios e Velho Chico, por um bom tempo. Vamos ver até aonde vai o mar de lama... Meu Deus, é muito para muitos! Tristeza! Vergonha deste país onde os poderosos enriquecem cometendo crimes. E nunca muda!
Quanto à CVRD, está mais suja do que seus próprios dejetos.
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico
Correspondente da APC
Jacuí/MG - e-mail: fmjor31@gmail.com