Ricardo Fernandes da Silva é suplente do vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso, Marcelo de Morais. Ele encaminhou àquela Casa e foi lido na sessão de segunda-feira (18/3) pedido de cassação do mandato de Marcelo. Ele foi condenado em 2ª instância por processo que o prefeito Walker Américo Oliveira ingressou contra ele alegando ter sofrido calúnia e difamação.
Com base nisto, o suplente Ricardo Fernandes da Silva, que alega estar quite com a Justiça Eleitoral, pediu a perda do mandato eletivo do vereador Marcelo. Conforme apontou Silva, "não cabe ao presidente da Câmara outra conduta senão a declaração da extinção do mandato (do vereador Marcelo de Morais)". O pedido foi protocolado na Câmara por volta das 14h. O presidente da Casa, Lisandro Monteiro, encaminhou a solicitação para jurídico da Câmara para análise e parecer do pedido feito à presidência.
Marcelo Morais fez uso da tribuna e falou sobre a situação. O vereador lembrou que o processo teve como base denúncia feita contra o atual chefe do Executivo, à época vereador, que tramitava projeto de lei sobre a transferência de um imóvel que supostamente beneficiaria empresa ligada a Walkinho. O projeto chegou a ser retirado de pauta na época, não sendo, assim, votado. Ele relatou ainda que o vereador José Luiz Corrêa, do PT, quando se candidatou a prefeito, fez as mesmas denúncias e não foi condenado.
Na tribuna, Morais fez duras críticas ao pedido do suplente, e atribuiu a ação a perseguição política contra ele, dizendo que será candidato a prefeito em 2020. Ele lembrou que das atribuições da Mesa Diretora, compete a ela declarar a perda do mandato de um vereador em ofício considerando a suspensão dos direitos políticos do referido. Ele apresentou declaração em plenário comprovando estar quite com a Justiça Eleitoral. "O que querem é me desgastar politicamente porque denuncie o então vereador Walker", afirmou.
Marcelo apontou ainda que a perda de seu mandato de vereador está sujeita a comunicado da Justiça Eleitoral à Mesa Diretora da Câmara que, por sua vez, deve colocar o pedido em votação. "O que não dizem, é que você só pode perder um mandato quando a pena é superior a quatro anos ou dois anos a partir de uma improbidade administrativa. Querem ir à mídia, usar a imprensa para estampar matéria contra a minha pessoa. Podem me desgastar, mas não voltarei atrás. Sou pré-candidato a prefeito de São Sebastião do Paraíso, queiram vocês ou não", disse.
Após se emocionar, Morais pediu que parassem com articulações contra ele e que fosse estimulado o emprego no município e resolutividade em questões que tangem a saúde municipal. "A cidade precisa cuidar da sua saúde, tem pessoas morrendo à míngua. Nós não temos resolutividade das coisas e o problema não é o governo do Estado, é a gestão municipal", criticou. Morais pediu ainda que quando forem formular petições contra ele, que façam isto de maneira correta.
Por fim, sobre os pedidos de cassação disse estar "tranquilo e dentro do contexto daquilo que acredito e que diz a lei. E digo mais: saiam da toca e sejam homens, não fiquem usando terceiros. Tudo o que eu disse, tenho provas. A cidade precisa de um prefeito que realmente trabalhe", completou.