Tudo que o fã da Fórmula 1 não quer é que o GP da Espanha seja como o do ano passado: Vitória de Lewis Hamilton com Valtteri Bottas em 2º e Sebastian Vettel apenas em 4º com a Ferrari. Foi no Circuito da Catalunha que em 2018 a Mercedes fez a primeira dobradinha do ano num campeonato em que começou como favorita, mas uma sequência de corridas malucas contribuiu para que a Ferrari entrasse na briga pelo título mais cedo do que se esperava.
A realidade agora é totalmente oposta às expectativas que existiam em 2018. A Ferrari largou como equipe a ser batida, mas já na primeira corrida, na Austrália, algo deu errado e a Mercedes que temia a força da escuderia italiana, fez quatro dobradinhas seguidas, algo inédito na história da Fórmula 1. Jamais uma equipe havia feito 1-2 nas quatro primeiras etapas do campeonato.
E as chances da Mercedes manter a escrita amanhã são boas, apesar das novas atualizações que a Ferrari levou para a Espanha, entre elas uma nova versão do seu motor que estava programada para estrear apenas no Canadá, daqui a duas corridas.
Mas se por um lado a Ferrari trouxe atualizações para o modelo SF90, todas as outras nove equipes do grid, sem exceção, também estão estreando novo pacote aerodinâmico em seus carros. É de praxe no GP da Espanha, quando a Fórmula 1 volta à Europa, as equipes introduzirem novas peças em seus carros de acordo com as necessidades verificadas durante a excursão fora do continente no começo do campeonato.
O Circuito da Catalunha com 4.655 metros, 16 curvas variadas de alta, média e baixa velocidade é uma das pistas mais técnicas do calendário. O carro que anda bem neste traçado normalmente vai bem nas outras pistas. Pelo fato de a pré-temporada ser realizada lá, os pilotos conhece de cor e salteado cada metro da pista, cada ondulação do asfalto que submete os pneus a desgaste excessivo. E para suportar a enorme sobrecarga, a Pirelli levou os pneus mais duros de sua gama: os C1 (duro) de cor branca, os C2 (médio) de cor amarela, e os C3 (macio) de cor vermelha.
E é aí que mora o perigo. Um dos pontos fracos da Ferrari este ano é fazer os pneus trabalhar dentro da faixa ideal de temperatura, e pneus duros não é a melhor escolha para carros com essa deficiência. Quanto mais duro os compostos de borracha, mais difícil será fazê-los atingir temperatura. Por isso, a Ferrari torce para que faça muito calor neste final de semana, na Espanha.
A deficiência dos carros da Ferrari com os pneus ficou escancarada no Azerbaijão. Durante os treinos livres, realizados com temperaturas mais elevadas, Leclerc e Vettel eram mais rápidos que os pilotos da Mercedes. Mas na hora da classificação, no final da tarde, com temperaturas mais baixas e a sombra dos prédios que esfriava rapidamente o asfalto, foi um desastre.
A menos que as novas atualizações da Ferrari surtem mais efeito que as da Mercedes, as chances de uma nova dobradinha da Mercedes não será surpresa. Até porque, o GP da Espanha com largada amanhã às 10h10, ao vivo na TV Globo e Band News FM, quando nenhuma anormalidade acontece durante as 66 voltas, costuma ser um dos mais monótonos do campeonato. E em condições normais, a Mercedes é franca favorita.
Conversa pra boi dormir
Fórmula 1 no Rio? Construir um autódromo ao custo de R$850 milhões só com a iniciativa privada no meio desta crise doida? Conversa pra boi dormir. A F1 fica em São Paulo, fica em Interlagos, até porque, se sair de lá, ela vai embora do país.
Eu sei que hoje ela vai direto ao rodapé da coluna. Então parabéns pelo seu dia, minha Rainha. Feliz dia a todas as mães!