O GP da Espanha que corre sério risco de ser limado do calendário da Fórmula 1 do ano que vem é uma espécie de termômetro da temporada. Primeiro porque serve de boa referência para as equipes verem o quanto evoluiu desde a pré-temporada que é toda realizada no Circuito da Catalunha. E segundo porque depois das primeiras corridas do ano fora da Europa, todo mundo leva atualizações para a Espanha, baseadas nos aprendizados e necessidades de cada carro verificadas nos primeiros GPs.
Resumindo, o GP da Espanha é sempre um bom indicativo de como será a sequência do campeonato.
Nunca é demais lembrar que os carros deste ano sofreram significativas mudanças aerodinâmicas, principalmente nas asas dianteira e traseira, visando diminuir o grau de dificuldade de se ultrapassar na Fórmula 1, e sempre que há mudanças de impacto no regulamento, corre-se o risco de uma equipe impor domínio na categoria como faz a Mercedes desde 2014 com a introdução dos motores híbridos. Mas o que ninguém contava este ano era que a Mercedes fosse massacrar as adversárias a tal ponto de estabelecer cinco dobradinhas nas cinco primeiras corridas do campeonato, algo jamais visto em toda a história da Fórmula 1.
A pergunta que não quer calar, e é difícil encontrar resposta é: Quem pode parar a Mercedes se, com a exceção dela, todas as demais equipes estão perdidas?
Mas antes que alguém culpe a escuderia alemã de ‘estragar’ o campeonato, eu digo que não se tira os méritos de quem é mais competente. As outras equipes, principalmente a Ferrari de quem muito espera para combater a força da Mercedes, é que estão estragando o campeonato que foi aguardado com enorme expectativa por conta de as novas regras abrir a chance de mudança na relação de forças da F1.
Dito isto, comparando a tabela do campeonato do ano passado com a deste depois dos mesmos cinco GPs disputados, a Mercedes liderava o Mundial de Construtores com 153 pontos contra 126 da Ferrari, e 80 da Red Bull. A Renault aparecia como quarta força com 41 pontos, um a mais que a McLaren. Entre os pilotos, Lewis Hamilton liderava com 95 pontos contra 78 de Vettel, 58 de Bottas, 48 de Raikkonen, 47 de Daniel Ricciardo e 33 de Max Verstappen.
O massacre da Mercedes este ano é tão implacável que Hamilton e Bottas somaram juntos para a equipe 217 dos 220 pontos possíveis, e só não atingiram os 100% do total porque o autor da volta mais rápida de cada corrida passou a receber 1 ponto de bonificação, e Charles Leclerc fez a melhor volta no Bahrein e Azerbaijão, e Pierre Gasly, na China.
A Ferrari está em 2º distante 96 pontos da Mercedes (217 a 121). E a Red Bull em 3º com 87 pontos. A melhor depois do trio Mercedes/Ferrari/Red Bull, é a McLaren com apenas 22 pontos. E o que está salvando o Mundial de Pilotos no momento é a disputa interna da Mercedes entre Hamilton e Bottas (112 a 105) a favor do pentacampeão que reassumiu a liderança depois da vitória de domingo, na Espanha. O 3º colocado é Max Verstappen com 66, contra 64 de Vettel, 57 de Charles Leclerc e 21 de Pierre Gasly com a outra Red Bull. A Renault que era a 4ª colocada com 41 pontos nesta mesma época do ano passado, agora é apenas a 8ª com 12.
E lembrar que em março a Ferrari embarcou seus carros para o GP da Austrália como forte candidata aos títulos de pilotos e de construtores. Como explicar então para o torcedor que passados dois meses, a Ferrari está mais para a Red Bull do que para a líder Mercedes?
Agenda
Mais um final de semana recheado de corridas com a definição da pole position para as 500 Milhas de Indianápolis; de MotoGP em Le Mans, na França, e de Stock Car, em Goiânia.