POLE POSITION

Um terço já foi cumprido

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 24-06-2019 09:40 | 2258
Daniel Serra (E), André Negrão e  Felipe Fraga (D). O automobilismo brasileiro continua vivo, e há vida fora da Fórmula 1
Daniel Serra (E), André Negrão e Felipe Fraga (D). O automobilismo brasileiro continua vivo, e há vida fora da Fórmula 1 Foto: José Mario Dias

Um terço das 21 etapas do campeonato já foi cumprido e o cenário deste ano é bem diferente do ano passado quando a Fórmula 1 chegou à França com apenas um ponto separando o então líder, Sebastian Vettel, do vice, Lewis Hamilton. Quando muitos acreditavam que 2019 seria o ano da Ferrari, a Mercedes passou como um trator por cima da escuderia italiana ao vencer as 7 corridas disputadas até aqui, cinco delas com dobradinha.

A tabela de classificação com a Mercedes liderando com folga o Mundial de Construtores com 295 pontos contra 172 da Ferrari, e Lewis Hamilton nadando de braçada entre os pilotos com 162 pontos contra 133 de Bottas e 100 de Vettel, pode até ser desanimador para o mais otimista dos torcedores, mas o desempenho da Ferrari no Canadá deixou a Mercedes em sinal de alerta. Pelo menos foi o que disse o chefe da equipe, Toto Wolff, principalmente por conta dos problemas mecânicos que os motores Mercedes enfrentaram pela primeira vez no ano.

O time alemão havia cumprido à risca o cronograma das seis primeiras etapas do ano com a mesma versão do motor usada na abertura da temporada, na Austrália, mas justo na corrida em que estreou a nova versão, no Canadá, Lance Stroll, da cliente, Racing Point, teve o motor estourado no treino livre, Valtteri Bottas enfrentou problemas de combustível nos treinos, e Hamilton sofreu um vazamento hidráulico horas antes da largada.

"Ainda tem muito campeonato pela frente e o desempenho da Ferrari nas longas retas do Canadá foi um sinal de alerta que não podemos subestimar, disse Wolff.

A Fórmula 1 está na França e ainda repercute os desdobramentos da polêmica punição que Sebastian Vettel recebeu no Canadá. A Ferrari desistiu de recorrer da decisão dos comissários, mas entrou com pedido de revisão do resultado junto à Federação Internacional de Automobilismo, que acabou rejeitado por serem insuficientes as evidências apresentadas pela Ferrari. O caso agora está encerrado, e segue o jogo.

Este será o 60º GP da França que passou dez anos longe dos radares da Fórmula 1 e só voltou ao calendário no ano passado, assim como o Circuito de Paul Ricard, em Le Castellet, que também voltou a sediar o GP no ano passado depois de ficar 28 anos sem receber a categoria.

Paul Ricard com seus 5.842 metros, 15 curvas, se assemelha em parte pelas longas retas ao Circuito Gilles Villeneuve, onde a Ferrari andou bem duas semanas atrás, mas possui curvas mais velozes que jogam a favor da Mercedes. No ano passado o domínio foi total da Mercedes com pole e vitória de Hamilton, e a volta mais rápida de Bottas. Vettel teve a corrida comprometida por uma rodada de Bottas na primeira volta que o fez perder a asa dianteira da Ferrari e teve que fazer corrida de recuperação para terminar em 5º. Kimi Raikkonen salvou o pódio da equipe italiana ao terminar em 3º, atrás da Red Bull de Max Verstappen.

No retrospecto do GP da França, a Ferrari não tem do que reclamar com 17 vitórias, disparada a que mais ganhou em território francês. A Mercedes soma duas vitórias, a do ano passado e a primeira, em 1954, quando a prova era disputada em Reims.

Le Mans verde e amarela

O último final de semana foi histórico para o automobilismo brasileiro nas 24 Horas de Le Mans com vitória e título Mundial de André Negrão na classe LMP2; vitória de Daniel Serra na GTE-PRO, e pódio de Rodrigo Baptista, segundo colocado, na GTE-AM. De se lamentar a desclassificação do Ford GT da Kaeting Racing, um dia depois por irregularidades na quantidade de combustível no tanque, que limou a vitória de Felipe Fraga na GTE-AM, mas que não tira o brilho de sua atuação ao lado dos companheiros de equipe. As atuações de Serra e Fraga só vem valorizar ainda mais o nível e a capacidade dos pilotos da Stock Car. Serra venceu as 24 Horas de Le Mans pela segunda vez, e se já difícil ganhar uma, imagine duas e com carros diferentes - em 2017 com Aston Martin, e agora com Ferrari?