O funcionário municipal Valdete Lourenço Barbosa, praticante de atletismo, completou 69 anos, quinta-feira, dia 27. Natural de Salinas, norte do Estado, se considera paraisense. Chegou a São Sebastião do Paraíso em 1980 para trabalhar na apanha de café. Identificou-se de tal maneira com a cidade que acabou ficando. Constituiu família, criou raízes, e conforme diz, numa vida marcada por “disposição e alegria”.
Com satisfação e o sorriso se estampa, é quando Valdete fala sobre as “corridas de rua”, prática iniciada há quatro anos, que além de qualidade de vida traduzida em saúde, lhe rendeu também incontáveis medalhas e troféus.
Além de provas disputadas em Paraíso, já participou de eventos em Passos, Franca, Alpinópolis, Capetinga. Os próximos desafios são, na próxima semana correr de Paraíso ao biarro rural Água Limpa, depois a Corrida de São João e São Pedro, em Paraíso, e uma a ser realizada em agosto, em Ribeirão Preto. Mas conforme diz, tem um sonho, o de participar da Volta Internacional da Pampulha, em Belo Horizonte. Valdete disputa provas para atletas acima de 65 anos, corridas de cinco e dez mil metros.
O interesse pela prática esportiva surgiu em seu local de trabalho. Ele foi aprovado em concurso como jardineiro, função que passou a exercer na Arena João Mambrini, onde diariamente presenciava treinos de atletismo. Começou a correr, e conforme conta, foi incentivado pelo então secretário municipal de Esporte, Tomás Martins. E não parou mais.
Neste dia em que comemora aniversário, Valdete diz ser data especial para agradecer a Deus pela saúde que tem, e também a apoiadores que contribuem para com suas despesas de viagem e inscrições nos certames, citando os proprietários do Estacionamento Fórmula M (Marcinho e Simone), Germano (Sacolão Center), vereador Lisandro Monteiro, os irmãos Paulo César e Waltinho Ozelin, ao presidente da Acissp, Ailton Sillos, à Guarda Municipal, e ao funcionário municipal Dalvo.
Há mais de trinta anos em São Sebastião do Paraíso, Valdete trabalhou como agricultor em algumas fazendas. Outra conquista que também lhe exigiu muito fôlego foi voltar a estudar depois de adulto. A infância na zona rural em Salinas não lhe permitiu concluir ao menos a terceira série primária, e de certa forma sentia-se constrangido, quando ia se candidatar a algum trabalho e lhe perguntavam sobre sua escolaridade, ou tinha que preencher proposta de emprego.
Quando recebia a resposta que “depois entrariam em contato, caso precisassem”, já entendia ser um “não disfarçado”. Valdete disse ter procurado pela professora Ruth Corsi, a quem é muito grato, e conseguiu matricular-se na Escola Paula Frassinetti, no bairro São Judas. Cursou primeiramente o “Acertando o Passo”, e depois o “A Caminho da Cidadania” que corresponde ao segundo grau, concluído na Escola Coronel José Cândido.
Isso lhe possibilitou, dentre outras coisas, frequentar uma autoescola e obter carteira nacional de habilitação.
É com esse otimismo, “fé na vida e no que virá”, que Valdete Lourenço Barbosa conseguirá vencer muitas provas em anos vindouros, em corridas de rua, e em seus projetos pessoais.