Diferente da Williams que não consegue sair do poço de lama que se atolou, a McLaren vem dando o salto de qualidade com uma dupla nova de pilotos, tanto em idade como na pouca experiência, coisa que não conseguiu enquanto seu mundo girou em torno das mazelas de Fernando Alonso.
A McLaren foi a primeira equipe a anunciar nesta semana a permanência dos jovens, Carlos Sainz Jr, de 24 anos, e do novato Lando Norris (19) para o próximo ano.
Aos poucos a equipe britânica vai entrando novamente nos eixos mesmo sem ainda dispor de um potencial patrocinador máster, apesar de a Petrobras estampar sua marca nos carros, macacões e capacetes dos pilotos, mas capitalizando bons resultados nesta temporada. A McLaren ocupa neste momento a cobiçada 4ª posição no Mundial de Construtores - cobiçada por ser a ‘primeira do resto’, depois do trio de ferro, Mercedes-Ferrari-Red Bull. Ainda é pouco para quem ocupa a segunda posição no ranking da Fórmula 1 como equipe que mais ganhou campeonatos depois da Ferrari, mas pra quem entrou numa espiral negativa depois do fim da parceria com a Mercedes, e o desastre que foi a mal sucedida parceria com a Honda, não deixa de ser animador.
A McLaren não vence uma corrida desde o GP do Brasil de 2012, e não termina uma prova entre os três primeiros desde o GP da Austrália de 2014. O relacionamento com Alonso foi conturbado. Era notório o esforço que os homens de Woking, onde fica a fábrica da equipe no Reino Unido, em especial o diretor Zak Brown, faziam para agradar o espanhol. Liberá-lo do GP de Mônaco de 2017 para correr as 500 Milhas de Indianápolis foi a maior prova disso, além de se aventurar como equipe num projeto fracassado que resultou na eliminação de Alonso do grid das 500 Milhas deste ano.
A própria equipe enxergou que era hora de se desvincular do genioso Alonso e apostar nos pilotos que serão o futuro da McLaren pelos próximos anos.
Sainz Jr, por coincidência também é espanhol, e foi contratado este ano justamente para ocupar a vaga deixada por Alonso. Filho de Carlos Sainz, uma das lendas do rali, Sainz Jr estreou na Fórmula 1 em 2015 pela Toro Rosso, onde ficou até 2017 e se mandou para a Renault pela falta de perspectiva de ser titular da Red Bull. Nesta temporada Sainz ocupa a 7ª posição com 30 pontos. Já Lando Norris vem cumprindo aquilo que se esperava do piloto que é visto por muitos especialistas da imprensa inglesa como o melhor piloto britânico desde o surgimento de Lewis Hamilton. Norris tem se destacado pela maturidade que tem demonstrado apesar da pouca idade, e ocupa a 8ª posição entre os pilotos com 22 pontos. Juntos, eles formam a dupla de pilotos mais jovem da Fórmula 1 nesta temporada.
A parceria com a Petrobras começou no ano passado como patrocínio e que previa o fornecimento de combustíveis e lubrificantes para esta temporada, o que ainda não aconteceu por questões técnicas, mas não está descartado para os próximos anos. O acordo anual de cerca de 10 milhões de libras (R$52 milhões) por seis anos vem sofrendo ameaças de rompimento por parte do governo brasileiro que não tem levado em conta a pesada multa rescisória que tornaria mais barato manter o contrato até o final de 2023. Romper com a McLaren a essa altura significa um prejuízo não só financeiro para a petrolífera brasileira, mas de grande perda em desenvolvimento tecnológico.
GP da Inglaterra
Algumas pistas não podem ficar de fora da Fórmula 1. Silverstone é uma delas, e apesar das ameaças de sair do calendário, um novo acordo de cinco anos foi assinado nesta semana. Foi lá que tudo começou em 1950, e desde então o GP da Inglaterra, assim como o da Itália são os únicos presentes em todos os mundiais até aqui. A Fórmula 1 disputa amanhã a 10ª etapa do campeonato que tem Lewis Hamilton tranquilo na liderança com 30 pontos de vantagem para o companheiro de equipe, Valtteri Bottas. Da mesma forma, a Mercedes lidera entre os construtores com 363 pontos contra 228 da Ferrari e 169 da Red Bull.