LOA PARA OFICINA DE ARTES CÊNICAS “SEBASTIÃO FURLAN”
Adaptação de Edyna Maldi Borges
Benjamim Santos
(Todos andando pelo palco)
Na sombra da noite, no brilho do palco: o Ator.
Pelas ruas, pelas esquinas, no clarão do dia: o Ator.
Em todos os lugares, todos os instantes,
Atores e atrizes em movimento. (congelam)
Bocas escancaradas de palavras.
Gestos parados, silêncios densos de ação.
(Descongelam e mudam de posição)
Abre a cortina, que um novo espetáculo se inicia.
E mambembe, mambembeiro,
que o nosso negócio é representar.
E a nossa representação, como disse Cacilda,
É só o que temos para oferecer.
(Vão mudando de posição)
Não. Não sou eu. Eu sou o outro.
É ele em mim brincando de ser eu,
Pois que sou Gonzaga, sou o louco da aldeia...(risos)
Sou Jesus Cristo e o Conde de Montecristo.
E sou Fagundes, Tonho e Paco e João Grilo e Chico.
E sou Vasquez e Jaime e Caetano.
E o meu nome é Glauce, Iracema, Procópio e Elza.
E sou Sérgio e sou Itália, Bibi e sou Otelo.
Dercy e Carrero e Autran e Montenegro.
E Capitão Boca-Mole e Mateus e nosso inesquecível Tião Furlan.
E sou milhares em mim, no fundo de mim.
Eu, que sou tantos e sou eu e sou o outro.
Minha face é minha máscara
Ou será face a máscara que carrego?
Oficina de Artes Cênicas “Sebastião Furlan”... o teatro se apresenta
E te louva e te revela por todos os teus encantos
Os atores te saúda pelas tuas artes cultuar.
Pelo retrato de nossa gente,
Pelos teus integrantes de vários cantos e de diversas raças.
O ator te abraça
Pelo ontem e pelo hoje, rosa de setembro.
Quando as máquinas param, o ator te desperta.
Porque os atores têm o dom
E o dom é uma dádiva que não sucumbe.
Tantas coisas, lugares, pessoas...tudo muda, tudo passa...
Mas nossos corações cantam por todos os cantos,
Onde quer que cante um sabiá.
Oficina de Artes Cênicas “Sebastião Furlan... 25 anos de existência...
Fundada por Edyna Maldi Borges e Kátia Mumic
Toma tenência (gesto de tenente) e te apruma,
Pois que é dado o terceiro sinal e já se
Acendem os refletores
Sobre todos os monólogos e diálogos
Enquanto todos aplaudem,
Embora não mandem flores.
É sábio o texto na boca dos atores.
É digno o andar por sobre o palco.
É parca (mostrar o bolso) a moeda em cada bolso.
É bravo o aplauso popular. (bater palmas)
Tu és Oficina, um marco na história de Paraíso
Onde os atores que aqui vivem, não dormem sobre as emoções.
Por isso, faz teus exercícios de voz,
Tua expressão corporal,
Teu relaxamento,
Porque já é dado o terceiro sinal.
Vai, anda... assume o teu papel, pois que passou
O tempo em que dependias do ponto.
Agora, tua fala tem que ser dada inteira, completa, sem caco (pedaços) e sem deslize.
Porque não há mais lugar para improvisação.
(todos) Oficina de Artes Cênicas Sebastião Furlan...
Receba esta loa...
E o aplauso dos atores. (todos aplaudem)