POLEPOSITION

Corrida em casa

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 28-07-2019 09:17 | 1663
Ano passado Vettel liderava o GP da Alemanha, mas bateu sozinho
Ano passado Vettel liderava o GP da Alemanha, mas bateu sozinho Foto: Reprodução / TV

O GP da Alemanha é um dos que corre sério risco de desaparecer do calendário da Fórmula 1. Com dívidas e enormes prejuízos, a prova já foi revezada entre Hockenheim e Nurburgring, mas o país que é uma das maiores potência econômica mundial, e também da própria Fórmula 1, não consegue sustentar o seu GP.

Tudo indica que este será o último GP da Alemanha, e quem vai levar a corrida caseira? De um lado Sebastian Vettel que nunca venceu em casa e no ano passado jogou fora a melhor chance que já teve quando tinha a corrida sob controle e cometeu um erro ao escorregar no asfalto úmido e ir de encontro com a barreira de pneus. Do outro lado, a Mercedes que venceu as últimas três edições da prova, e domina com tranqüilidade esta temporada.

Não tão em casa, mas perto dela, Hockenheim deve ser outra pista tomada pelos holandeses, fanáticos torcedores de Max Verstappen, com a Red Bull cada vez dando mais trabalho para a Ferrari, e sempre pronta para tirar proveito de qualquer tropeço dos adversários. Verstappen é o piloto que conseguiu quebrar a invencibilidade da Mercedes quando nas últimas voltas do GP da Áustria tirou o doce da boca de Charles Leclerc, da Ferrari, e ganhou a corrida na casa da Red Bull.

Mas entre Mercedes, Ferrari e Red Bull, quem chega em baixa, e debaixo de enorme pressão, é Sebastian Vettel. O alemão foi alvo de pesadas críticas da imprensa italiana que parece ter perdido de vez a paciência com o primeiro piloto da Ferrari depois do erro crasso, em Silverstone, ao encher a traseira da Red Bull de Max Verstappen.

Após o GP da Inglaterra, a revista italiana Autosprint, uma das principais publicações especializadas em automobilismo, estampou na capa: "Capitão fracassa", e alegou que Vettel é o piloto que tem a maior sequência de erros da história da Ferrari. A publicação não poupou o alemão ao citar que "Vettel é o problema, e não a solução para a Ferrari".

Sebastian sente a pressão em dividir as atenções da Ferrari com novo companheiro de equipe e faminto por vitórias, Charles Leclerc. Não por acaso os rumores de que Vettel pode se aposentar ao final desta temporada eclode no paddock da Fórmula 1.

Aos 32 anos, Vettel não vence uma corrida desde o GP da Bélgica, em agosto do ano passado. E não é só por culpa do carro. Na segunda metade de 2018 a Ferrari era por vezes melhor que a Mercedes. Não venceu porque errou demais(!), e nas três vezes que a Ferrari esteve perto de vencer nesta temporada, duas foi com Leclerc, no Bahrein e na Áustria. Vettel brigou pela vitória no Canadá, mas escapou da pista e ao retornar para o traçado acabou punido (injustamente, diga-se) pelos comissários da Federação Internacional de Automobilismo.

Embora negue que vá se aposentar, e que ainda tem muito o que conquistar com a Ferrari, não será surpresa se o tetracampeão de 2010/11/12/13, na época de Red Bull, pegar o boné ao final da temporada.

Vettel tem um currículo invejável com 56 poles e 52 vitórias, mas parece que o ápice de sua carreira ficou para trás, e antes que coloque em xeque tudo o que conquistou, talvez seja melhor parar.

Este será o 64º GP da Alemanha, o 37º em Hockenheim, prova que marca o 125º ano de envolvimento da Mercedes com o esporte a motor, e o 200º GP da equipe na Fórmula 1. Michael Schumacher e Lewis Hamilton são os maiores vencedores da prova alemã com quatro vitórias para cada um, e a Ferrari a equipe que mais venceu (21 vezes), mas não chega em primeiro na Alemanha desde 2012, com Fernando Alonso.