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Redução de horários de ônibus por falta de passageiros alerta para medidas emergenciais

Por: Redação | Categoria: Transporte | 31-07-2019 10:48 | 5312
Foto: Arquivo

A redução do número de passageiros que utilizam o transporte intermunicipal e interestadual tem feito com que empresas cortem horários a fim de reduzir custos e não serem prejudicadas financeiramente. A falta de incentivo do uso desse transporte é outra situação que chama a atenção. Além disto, a questão como a gratuidade do transporte e caronas solidárias são outros fatores que agravam a situação.

Em Paraíso, duas empresas já cortaram horários de suas linhas para Ribeirão Preto, e de Ribeirão para Paraíso e Passos,  entre elas a Viação São Bento (VSB) e o Expresso União.

A Viação São Bento não admite que alteração se relaciona com a falta de passageiros e alega adequação de horários, mas é sabido que o transporte informal realizado para a rotas de destino da empresa tem prejudicado a manutenção do serviço.

De acordo com os novos horários da São Bento, o primeiro ônibus de Paraíso para Ribeirão será às 10h10, seguidos dos horários 15h40, 18h10, 19h40 (somente aos domingos) e 21h10. De Ribeirão Preto para Paraíso o primeiro ônibus será às 05h30, depois às 8h, 14h, 18h45 e 19:20 (somente às sextas-feiras). Além da Viação São Bento, outra empresa que cortou um de seus horários foi a União, que já não oferece mais a linha das 17h30 devido à falta de passageiros.

Segundo informações da empresa, essa falta de passageiros não cobre o custo que fica a linha, tanto no que se diz em relação aos gastos com funcionários, manutenção e custo de combustível. A situação forçou a empresa a tomar esta medida, que tem que lidar com os custos do transporte mesmo sem faturar nada. Essa falta de passageiros, ocasionada principalmente pelas caronas informais, tem feito empresas de transporte público caminhem para o fim do serviço, o que prejudica a população como todo.

PREJUÍZO
Informalmente, é sabido que alguns municípios acabam oferecendo caronas em ônibus e transportes escolares ou de pacientes. Tal situação, que apesar de parecer inocente e com o intuito de ajudar, acaba motivando as empresas que realizam esse translado, respeitando um processo licitatório realizado, a tomarem medidas que prejudicam os usuários do transporte público como um todo.

Uma dessas medidas é o encarecimento das passagens, que é calculado de acordo com o número de usuários, além do gasto para a realização do transporte. Além disto, outra medida que vem sendo adotada é o corte de linhas que não apresentam números suficientes de passageiros.

Uma empresa ouvida pelo Jornal do Sudoeste alega que, além deste número deficitário de passageiro, há a questão da gratuidade, ou seja, poltronas reservadas para idosos e estudantes, que acaba prejudicando ainda mais o faturamento da empresa, que não consegue cobrir o custo justamente pelo número reduzido de passageiros.

Esta não é a primeira vez que empresas em Paraíso realizam o corte de horários para o transporte a outros municípios, resta saber se será a última, dado as circunstancia atuais enfrentadas pelo transporte público coletivo.

SITUAÇÃO NOS MUNICÍPIOS
Entretanto, não é apenas Paraíso que sofre com as reduções de horários. Em São Tomás de Aqui, por exemplo, duas empresas a São Bento e Campo Belo, servem ao município. Segundo informações da Prefeitura, o município não oferece transporte alternativo para cidadãos que precisam se deslocar para outras cidades, apenas o transporte de pacientes.

Em Jacuí a situação é ainda mais complicada. Apenas uma empresa realiza o translado interestadual e intermunicipal, em dois horários distintos, sendo um de manhã e outro à tarde, e o município não oferece transporte alternativo. Segundo o prefeito, Geraldo Magela, são poucas pessoas que usam o transporte e não existem outras que dispõem esse serviço. "A maioria das pessoas viaja de carro, acredito que seja a causa da redução no número de passageiro nas rotas", comenta.

Para Itamogi, apenas duas empresas realizam o transporte intermunicipal e interestadual, entre eles a Fábio e a Sudoestino. De acordo com o prefeito Ronaldo Pereira Dias, para contornar a necessidade do transporte para municípios como Paraíso, por exemplo, a Prefeitura aproveita o ônibus de pacientes para trazer àqueles que trabalham na cidade.

"Sabemos o quanto a situação está difícil hoje em dia, então fornecemos esse transporte de forma gratuita, já que vai um ônibus para Paraíso aproveitamos a viagem para fornecer transporte àqueles que trabalham aí", conta. Segunda ressalta o prefeito, após ser feita a relação dos pacientes que viajam para realizar exames, é feita a relação dos passageiros que precisam viajar para trabalhar. "A economia tem causado dificuldades, então o transporte é uma forma de amenizar a situação. Esperamos que o país e o estado melhorem, e que consigamos reagir o quanto antes", completa.