O inferno do outro existe. Basta olhar para o lado, para nossos vizinhos, nossos amigos e conhecidos. Escutar o lamento do outro. É pontual. E, muitas vezes, não estamos nem aí para o tipo de inferno que o outro vive. É, ou não é? Nossa individualidade, nossa pequenez e nosso egoísmo não permitem. É só o "venha a nós".
Desde criança, ouço o ditado popular: "Pimenta no olho dos outros, é refresco". Pimenta só arde no nosso olho? Não! "Onde há humanos, há diferenças a caracterizar indivíduos e grupos e as maneiras de tratar as pessoas". Hoje, não mais interessa o outro - melhor - não queremos nos preocupar com ninguém, a não ser conosco mesmos.
O inferno são os outros então... Aprendi que o tempo cura, que a mágoa passa, que decepção não mata e que o hoje é reflexo do ontem. Que os verdadeiros amigos permanecem. Os falsos, graças a Deus, vão embora. Compreendi que a palavra tem força, que o olhar não mente e que viver é aprender com os erros. Aprendi mais: que tudo depende da vontade, que o melhor é sermos nós mesmos e, assim, o segredo da vida é o tal do bem viver.
E o inferno dos outros? Bem, o inferno de todos nós está no não aprender a viver como um eterno aprendiz. Aprendemos muito. E sabem com quem? Com o outro. Ou com Mateus 5:5 "Felizes os de temperamento brando, porque herdarão a terra".
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico
Correspondente da APC
Jacuí/MG - e-mail: fmjor31@gmail.com