"As manhãs e as tardes de Jacuí, neste prenúncio de primavera, além de lindas, exalam ares agradáveis". Toda casa tem um pé de jabuticaba. É o suficiente para respirarmos o ar com um cheiro de fazer sonhar. O ar é livre e a visibilidade também, para apreciarmos os exuberantes "ipês amarelos"! E fica tudo por isso mesmo.
As pessoas aqui já se acostumaram. Não percebem muito isso. Já o homem da cidade grande é um animal estranho e vive especialmente de todas as poluições que constituem sua geografia, especificamente das que formam o mapa topográfico de sua alma. Que delícia! É a saudade, bate forte dos tempos idos e vividos. Sem poluição, nem produtos artificiais. Sem agentes destruidores da natureza.
Era tudo na "horta" e na hora. Às vezes, não esperávamos nem o seu amadurecimento. Aguardávamos pacientemente anoitecer, ali pelas oito e nove horas, para o ataque no quintal do vizinho, ou onde tinha a fruta saborosa. Éramos felizes. Vivíamos simplesmente. Habitante exclusivo da terrinha, só nossa, sem estranhos, sem perigos e sem novidades.
Era assim. Hoje é diferente, mas sem desigualdades, porque o progresso trouxe desenvolvimento e as novidades estão às claras, é inevitável e necessária para todos nós.
Novos tempos. Por que não? Que fazer se não seguirmos e não nos credenciarmos na evolução tecnológica? Todavia com saudades daqueles tempos!
O fim chegou. É agora... Tudo vai começar. Sinto o odor no ar, como de uma flor... Para a eternidade.
Fernando de Miranda Jorge - Acadêmico
Correspondente da APC
Jacuí/MG - e-mail: fmjor31@gmail.com