A vitória de Lewis Hamilton em Cingapura, e a segunda colocação na Malásia, não condizem com o desempenho apresentado pelo carro da Mercedes nas duas corridas. Hamilton mostrou-se bastante preocupado com os altos e baixos da equipe apesar de abrir 34 pontos de vantagem para Vettel no campeonato de pilotos.
Em Cingapura, a largada desastrosa de Vettel que envolveu o companheiro de Ferrari, Kimi Raikkonen, e Max Verstappen, da Red Bull, era uma corrida em que o alemão tinha grandes chances de retomar a liderança do campeonato que ele havia perdido em Monza, na Itália. Na confusão, Hamilton venceu e abriu 28 pontos de vantagem.
Na Malásia, outra vez a Ferrari desenhou na sexta-feira ser o carro mais rápido, mas antes da classificação a equipe precisou trocar o motor do carro de Vettel, e na correria contra o tempo, montou errado. O vice-líder do campeonato sequer conseguiu abrir volta rápida e teve que largar em último.
Pouco antes da largada, o carro de Raikkonen (2º) precisou ser retirado do grid e sequer largou pelo mesmo problema que afetou Vettel no sábado. E novamente Hamilton contou com a sorte para terminar em 2º com um carro que esteve longe de ser competitivo no calor da Malásia. Dos problemas de Ferrari e Mercedes, Max Verstappen venceu com autoridade o GP da Malásia.
Mas a preocupação de Hamilton faz todo o sentido. Na Malásia ele teve que recorrer à especificação antiga do modelo W08 Hybrid, porque a nova não correspondeu às expectativas, haja visto o desempenho ruim de Bottas que usou a nova versão e foi apenas o 5º colocado, recebendo a bandeirada quase um minuto depois do vencedor.
Em Cingapura era até esperado desempenho inferior da Mercedes pela configuração de seu carro ter a distância entre-eixos maior que o da Ferrari numa pista de curvas de baixa velocidade. Na Malásia o problema foi o superaquecimento dos pneus supermacios que fazia com que o carro escorregasse demasiadamente.
Nesta madrugada tem o GP do Japão com largada às 2h, pelo horário de Brasília, e lá as temperaturas deverão ser mais baixas que as da Malásia. Para a Mercedes isso é bom já que seus carros têm desempenho melhor nessas condições. Para a Ferrari é o inverso, uma vez que o modelo SF70H se adapta melhor sob altas temperaturas. Partindo desse raciocínio, ainda que os pneus que a Pirelli levou para Suzuka sejam dos mesmos compostos usados na Malásia, médios, macios e supermacios, a corrida torna-se uma incógnita nesta temporada de disputas imprevisíveis até aqui.
Minha torcida é para que a disputa entre Hamilton e Vettel se mantenha aberta já que outro resultado negativo de Vettel, e positivo de Hamilton, nesta madrugada, pode comprometer o desfecho final do campeonato que até aqui tem sido o melhor dos últimos anos. Depois do Japão vão restar apenas quatro corridas.
Este será o 33º GP do Japão que tem as estatísticas embaralhadas entre os dois candidatos ao título. Se por um lado Vettel já venceu a prova 4 vezes (2009/10/12/13), por outro lado a Ferrari não ganha desde 2004, com Schumacher, e fez a última pole em 2006, com Felipe Massa. Já Hamilton venceu nos três anos em que foi campeão (2007/14/15), e a Mercedes vem de três poles e vitórias consecutivas (2014/15/16).
COM UM PÉ FORA
Na Fórmula 1 as coisas podem mudar de uma hora para outra. Mas neste momento, Felipe Massa está com um pé fora da categoria. A Williams vai fazer testes com Robert Kubica e Paul di Resta, e a Mercedes pressiona a equipe para colocar Pascal Wehrlein no lugar de Massa. Resumo da ópera: Se vai testar outros pilotos é porque tem a intenção de substituir o brasileiro.