O piloto paraisense Francine Rossi completou o percurso do Rally dos Sertões encerrado no último domingo,1º de setembro em terceiro lugar na sua categoria e foi o 11º na classificação geral entre as motos. "Foi uma provade muitos obstáculos vencidos e de muita superação", disse em entrevista ao Jornal do Sudoeste, após retornar da maratona.
Os resultados foram mais que satisfatórios porque ele obteve classificação final superior ao que ele almejava e este é apenas mais um dos motivos de comemoração. Nem bem concluiu esta prova Francine já se prepara, neste momento, pelo menos mentalmente para a próxima corrida que será em Portugal nos dias 24 a 26 do próximo mês.
A 27ª edição do Rally dos Sertões foi marcada por oito dias de competição com largada na cidade de Campo Grande - MS e chegada na paradisíaca cidade de Aquiraz - CE. Como já era de se esperar a prova pôde proporcionar muitas emoções e trechos muito difíceis de passar, com uma travessia de tirar o fôlego. Neste ano a passagem foi ainda mais desafiadora com a etapa maratona que iniciada no Jalapão e concluída com as paisagens incríveis dos cânions do Bom Jesus, no Piauí.
Para o piloto Francine Rossi que é integrante da equipe Brasil Moto Tur (BMT) e que utilizou uma moto Yamaha WE450 F, ter participado do maior Rally das Américas foi muito gratificante. "Este ano foi uma prova bem dura e bem difícil, porque tivemos provas especiais longas, sendo as maiores especiais da história do Rally dos Sertões", comenta. Em duas rodas tudo fica com mais aventura. "Enfrentamos todo quanto é tipo de piso, lama, areia, poeira, estradas e trilhas" destaca o piloto.
Durante a competição os participantes fizeram provas de altas velocidades, com vários acidentes e muitas quebras que são inevitáveis. "Foi uma prova realmente a nível mundial para testar equipamento e para o piloto provar se está preparado ou não. Foi além do que o pessoal estava pensando", completa.
Garra, emoção, prazer, dedicação, superação. "É uma soma de tudo porque se falar que você vai numa competição desta você sofre, tem prazer, desgaste físico e emocional a pessoa tem que gostar muito porque também tem o lado sofrido para poder sair lá na frente", enumera o piloto.
Por tantos detalhes o rally é considerado uma caixa de surpresa a cada palmo de chão e a cada quilômetro percorrido. Por isso foram vários competidores de destaque que ficaram pelo caminho e não conseguiram sequer chegar ao final. "Tivemos quebras de equipamentos, quedas nestes cinco mil quilômetros. Eu mesmo tive problemas na moto com a navegação, mas chegamos. Mas infelizmente tiveram aqueles que se depararam com situações mais graves, moto quebrada que não andava e é sempre uma surpresa, todo mundo quer chegar, o objetivo é este, e quando você chega com um bom resultado ficamos bem animados", assegura.
"Neste ano eu fui com a expectativa de tentar brigar entre os 15 primeiros na minha categoria e consegui superar o resultado do ano passado".
"Perdi a navegação da moto e isto me custou três posições e eu encerrei a categoria em terceiro lugar e na geral em 11º que foi um resultado excelente", aponta. Ele acrescenta que diante do cenário, das circunstâncias e do alto nível entre os competidores de nível nacional e mundial, onde a maioria são todos patrocinados, "foi um sucesso ter alcançado esta colocação".
Rally é apontado por ele como sendo um esporte complexo neste caso. "Se você não é um piloto que deu sorte de ter um grande patrocinador, você pega um pouco daqui, outro de lá e de onde puder e vai juntando tudo e vai". Por isso é preciso mais do que garra e força de vontade ou equipamento. Quanto a ter participado da competição o piloto resume que a iniciativa exige muito de quem participa e em vários aspectos. "Sobre o rally junta corpo e mente; e você vai levando porque isso acaba virando superação. Você ficar de 8, 10 a 12 horas em cima de uma moto virando noite sem dormir, ou dormindo duas a três horas por noite, realmente sai um pouco do padrão normal", acrescenta na definição.
O 5º Rally Jalapão válido para o Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country e Sertões Series teve quatro dias de disputas, mas a maior novidade deste ano foi o roteiro. O percurso contemplou aproximadamente 1.230 quilômetros com boa parte em piso de areia entre trechos cronometrados e deslocamentos. Foram dias de lindas paisagens cortando grande parte do Brasil central. "Neste ano o destaque principal foram o Cânions do Viana, no Piauí, é uma das paisagens mais lindas que eu já vi até hoje, torna tudo muito recompensador", enfatiza Francine. As distâncias percorridas foram fatores marcantes , "as chamadas provas especiais foram muito longas isso realmente exigiu demais do piloto e do equipamento fomos ao extremo", avalia.
Na quarta-feira,4, passados três dias após o final da competição aos poucos a rotina do piloto estava voltando ao normal. "A adrenalina está abaixando ainda três dias após o fim da última prova. O corpo está bem doído, mas devagar vai acalmando", assegura. Agora o destaque é curtir o momento e relembrar cada passagem dos sertões. A previsão é de que já no início desta semana que começa, os treinos e os preparativos para as próximas corridas sejam retomados. "Vou treinar bastante", descreve.
Próxima
Depois de todas as aventuras ele resume ter ficado satisfeito. "O balanço dos sertões 2019 é positivo. Graças a Deus consegui progredir em relação ao ano passado quando fiquei em 12º e agora 11º. Poderia ter sido melhor não fossem os detalhes que acontecem e fazem parte", relata, sem lamentações. Já pensando no futuro, começa o planejamento para que em 2020 possa obter o mesmo sucesso e desempenho. "A perspectiva é essa, é treinar e ver se ano que vem eu consiga um apoio ainda maior das empresas para fazermos a 28ª edição do Rally dos Sertões com melhores resultados", assinala.
Ainda neste ano Francine Rossi vai correr na prova final do Campeonato Mundial, na cidade de Portalegre, em Portugal. "É a corrida Baja Portalegre, que acontecerá no final de outubro. Estarei lá para mais esta competição internacional, tentando representar São Sebastião do Paraíso e o Brasil porque acredito que serão poucos os pilotos brasileiros por lá, talvez uns dois ou três. Serei um deles" menciona.
Alguns detalhes diferem um prova de outra. "O Rally dos Sertões é uma prova cross country e lá será uma etapa do Baja de rally é um circuito e tipo de competição diferente. É de velocidade também, mas lá estaremos correndo com os melhores pilotos do mundo da categoria", anuncia.
Francine destaca que o Rally dos Sertões está numa crescente muito grande e adianta que os organizadores têm planos maiores para as próximas edições. "Neste ano houve uma junção com alguns empresários do meio e ele já é o maior Rally das Américas, o segundo maior do mundo e hoje fica atrás do Rally Dacar", comenta. De acordo com o piloto paraisense "já existe a intenção de fazer uma prova em 2.022, com 10 mil quilômetros entre o Oiapoque ao Chuí ou vice-versa com 15 dias de corrida", anuncia.
Ele espera poder chegar lá e que vai se dedicar e treinar bastante nos próximos meses para conseguir alcançar mais este objetivo.