Charles Leclerc conquistou uma fantástica vitória em Monza diante de um público recorde de 93 mil pessoas - a maioria torcedores fanáticos da Ferrari - em seu primeiro GP da Itália como piloto da escuderia italiana. Havia nove anos que a Ferrari não vencia em casa e foi uma vitória com contornos dramáticos com Leclerc sendo caçado por Lewis Hamilton desde a largada, e depois por Valtteri Bottas nas voltas finais. Foi a segunda vitória deste jovem piloto de 21 anos na Fórmula 1 em apenas uma semana já que havia vencido o GP da Bélgica sob o clima tenso da perda do amigo, Anthoine Hubert, na mesma pista de Spa-Francorchamps, na corrida de F2.
Leclerc que já era o novo queridinho da Fórmula 1, agora caiu de vez nas graças da torcida e virou ídolo na Itália. Mas, o que é que há com Sebastian Vettel que não vence há mais de um ano e vem cometendo uma série interminável de erros?
Não é nada confortável para um piloto deste calibre estar passando por uma fase que tem levado muitos a questionar sua capacidade como piloto e contestar os quatro títulos que conquistou nos tempos de Red Bull, entre 2010 e 2013.
É difícil analisar o que possa estar aconte-cendo com este alemão de 32 anos, fã de Michael Schumacher, que nos primeiros anos de Fórmula 1 deu a impressão de ser o homem mais próximo de igualar, ou até mesmo superar, as marcas do ídolo de infância que inspirou sua carreira. A espiral descendente de Vettel tem mais contornos psicológicos do que de pilotagem. Porque ninguém conquista quatro títulos Mundiais, nem ganha 56 corridas e nem con-quista 56 pole positions por acaso. Nem se fosse apenas pelo fato de ter desfrutado do melhor carro nos tempos de vacas gordas, o que não era o caso, embora Fernando Alonso vivia dizendo pelos quatro cantos que as conquistas do alemão eram em função de ter bons carros da Red Bull, o que na visão deste colunista não 100% verdade já que em 2012 Vettel foi campeão sem ter o melhor carro do grid.
Não se tem nenhum relato de que Sebastian esteja passando por algum problema familiar, e tomara mesmo não esteja. Lewis Hamilton passou por isso quando ainda corria pela McLaren, num período que enfrentou crises de relacionamento com o pai, e com a ex-namo-rada, a cantora Nicole Scherzinger. Sabíamos que ali havia um problema pessoal como pano de fundo, e tão logo foram resolvidos, Lewis voltou a ser o piloto excepcional que é.
A série de erros de Vettel começa no Azerbaijão, em 2017, quando perdeu a cabeça e acertou propositalmente Lewis Hamilton com o safety car na pista. E não parou mais desde a largada do GP de Cingapura do mesmo ano quando fez sanduíche de Max Verstappen entre ele e Kimi Raikkonen. Portanto, as sucessivas falhas não são apenas consequências da pressão que vem sentindo com a presença de Charles Leclerc que chegou apenas nesta temporada à Ferrari.
Em Monza o alemão rodou sozinho na Variante Ascari, no mesmo ponto em que também rodou no ano passado ao tocar com Hamilton. O erro rendeu a Vettel três pontos na superlicença (uma espécie de carteira de motorista dos pilotos) e ele já acumula 9 pontos. Se atingir um total de 12 em menos de um ano, terá que cumprir um GP de suspensão.
Esse não é o Vettel que a Ferrari sonhava. Por outro lado, Leclerc marcou de vez seu território não só nos boxes da equipe, como também no coração dos italianos.
De volta ao Velopark
Problemas estruturais, burocráticos e falta de acordo, tiraram a Stock Car de Curitiba, e o pequeno Velopark, no Rio Grande do Sul, que abriu a atual temporada, recebe neste final de semana a 8ª etapa do campeonato com largada programada para as 11h, ao vivo no SporTV. Daniel Serra lidera o campeonato com 212 pontos contra 205 de Ricardo Mauricio e 185 de Thiago Camilo.