198 ANOS PARAÍSO

Projeto social leva carinho e alento a pacientes carentes da Santa Casa

Por: João Oliveira | Categoria: Entretenimento | 24-10-2019 13:58 | 2235
Há pelo menos 19 anos, grupo se reúne para suprir necessidades materiais e também afetiva de pacientes internados no hospital
Há pelo menos 19 anos, grupo se reúne para suprir necessidades materiais e também afetiva de pacientes internados no hospital Foto: Reprodução

Algumas inciativas em São Sebastião do Paraíso fazem grande diferença na vida das pessoas e, na maioria das vezes, poucos conhecem sua existência. É o caso do Grupo Arco-Íris, que apesar de há 19 anos reunir voluntárias que trabalham em prol dos pacientes carentes da Santa Casa. O projeto que nasceu do sonho da senhora Helena Figueiredo, hoje considerada presidente perpétua do projeto, visa levar alento a esses doentes carentes, além de trabalhar para arrecadar itens de extrema necessidade e que são doados para essas pessoas, que às vezes chegam com a roupa do corpo para ser internadas.

Conforme conta a presidente do Grupo, Natália Maria de Sousa Oliveira Ladeira, a importância do projeto é amenizar o sofrimento daqueles que mais necessitam, tendo como objetivo, inicialmente, um trabalho humanitário e espiritual. Todavia, com o passar do tempo verificou-se a quase total carência material dos internos menos favorecidos, passando o Grupo de Voluntários Arco-Íris a desenvolver trabalhos neste sentido, promovendo bazar e bingo beneficentes, sempre contando com a participação de empresários e da sociedade.

"Toda a renda que conseguimos por meio dessas ações são convertidas em fraldas, kit higiênico, kit de roupas, kit de bebê, dentre outros, os quais são doados a todas as alas do SUS da Santa Casa, incluindo CTI, UTI, neonatal, berçário, pediatria e maternidade. Realizamos, ainda, mensalmente, um bingo, gratuito, para os pacientes da hemodiálise, sendo que os brindes são fornecidos pela voluntária benemérita, Lúcia Landgraf", acrescenta Natália.

Atualmente o grupo conta com um quadro de 39 voluntários, dos quais 26 atuando na Santa Casa de Misericórdia, nas visitas e no bazar. "Os demais membros são denominados de voluntários à distância, que são aqueles que ajudam a angariar os recursos materiais. O projeto é aberto a voluntários, que antes de iniciarem as atividades são submetidos a treinamentos e aprendizagem", explica.

"Entendo que a importância de projetos assim para a cidade é a propagação da beneficência e da fraternidade. Não só eu, mas todas as voluntárias, nos sentimos gratificadas com esta nobre causa, dedicando um dia, um espaço, algumas horas para atuarmos como voluntárias. Nunca podemos esquecer que mostrar compaixão e carinho afetivos por nossos semelhantes é uma virtude que devemos cultivar em nossos corações. Tornamo-nos melhores quando conseguimos nos colocar no lugar do outro em situação difícil", destaca.

Entre as voluntárias, está Alice Soares Bícego, responsável pelo bazar do Grupo Arco-Íris e que ajuda nas ações há 17 anos. Para ela, esse trabalho voluntário significa tudo em sua vida. "A gente deixa o nosso lar e o que temos para fazer, para doar nosso tempo de coração. Para mim, o Arco-íris é tudo, e nem é por ajudar, mas também por ser ajudada. É um trabalho que Deus nos pede: ser caridosa", ressalta emocionada.

Para a senhora Ilta Souza Pimenta, que faz parte do grupo desde a sua formação, o Arco-íris significa desprendimento, amor, tolerância e aprendizado. "Entre tudo isso, o amor que eu doo a essas pessoas é o mais importante. O pouco tempo que eu fico vale muito a pena", destaca. A voluntária Ana Lúcia Bueno de Pádua, que está há pouco mais de dois anos no grupo, começou a fazer parte do Arco-íris a convite da presidente.

"Até então eu não conhecia o grupo, mas tinha vontade de ser voluntária e a Natália me abriu as portas. Vim conhecer e fiquei apaixonada. É uma troca, é muito bom você poder doar um pouquinho do seu tempo em prol do outro, e a gente recebe muito mais do que doamos. Tem pessoas aqui que, na maioria das vezes, só querem conversar um pouco, uma atenção. É uma troca, a gente se sente muito bem", destaca.

O Grupo sempre despertou a atenção da voluntária Cláudia Fernandes de Sousa, que sempre que visitava alguém no hospital, reparava nas voluntárias com seus uniformes com seus uniformes verdes-claros. "Achava muito bonito, e acabei sendo convidada pela Natália para conhecer o grupo e comecei a participar. É maravilhoso esse trabalho que é realizado. Não apenas doamos carinho, mas também recebemos. É amor, é o que esses pacientes mais precisam no momento de dor, que alguém que chegue dê uma palavra amiga para se fortalecer. Saímos daqui bem leves", ressalta.

Natália reforça as palavras das amigas e destaca que o trabalho é muito desprendimento, amor, compreensão e compaixão. "Às vezes, nessa época de internet, celular, fico triste de entrar no quarto, a pessoa doente acamada e o acompanhando preso ao celular. Claro que não podemos julgar, porque não sabemos o que se passa li. É importante se colocar no lugar do outro, só assim você vai entender o outro melhor, ter um pouquinho de compaixão e ser um pouco melhor enquanto pessoa. Acredito que todos que passam por aqui e fazem esse serviço voluntário levam essa lição para a vida: de que nós todos somos irmãos e devemos nos ajudar. Nosso trabalho é para Cristo, não é para nós. Ele que nos deu essa lição, de ajudar nossos irmãos em um momento de necessidade, e o pouco que estamos fazendo, buscamos realizar, seja por meio da palavra ou materialmente", completa.