SUSPEITO

Em operação da PC, guarda municipal é preso suspeito de vazar informações a organização criminosa

GM nega envolvimento com organização
Por: João Oliveira | Categoria: Polícia | 30-10-2019 16:35 | 5856
Foto: P.Civil

A Polícia Civil em megaoperação batizada de “Operação Halloween”  prendeue um guarda civil municipal suspeito de vazar informações privilegiadas à líderes de uma organização criminosa que atuaria no tráfico de drogas em São Sebastião Paraíso. Ao todo, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, 15 desses envolvidos que já estavam presos no Presídio local.

De acordo com informações do coordenador da operação,  delegado Tiago Bordini, as investigações vinham acontecendo desde 2018. Diante de prisões realizadas ao longo dessas investigações, foi constatado a tentativa de formação de uma organização criminosa que buscava se instalar em Paraíso.

O grupo criminoso, segundo Bordini, buscava além do tráfico, instituir um “pseudo poder paralelo”. “Foram decretadas as prisões preventivas, e hoje culminou com esta operação, que foi exitosa na captura de grande parte desses envolvidos”, destaca.

O guarda municipal preso, de acordo com o delegado, teria vazado informações sobre a operação da Polícia Civil que foi realizada em março de 2018, o que possibilitou que alvos da ação policial pudessem escapar.

“A operação em 2018 buscava desbancar esta mesma organização criminosa. Mas esse guarda municipal, que teve acesso a informações privilegiadas, teria vazado a operação para um dos líderes desta organização, que se encontra foragido até a presente data. Intensificamos as investigações em desfavor deste GM, havendo novos indícios de que ele continuava na prática delitiva, tanto na posse ilegal de arma de fogo quando de tráfico, foi solicitado mandado de busca e apreensão culminando com a sua prisão”, conta.

Bordini diz ainda que alguns membros desta organização já haviam sido presos e, a partir dessas prisões, “ficou clara a passagem da liderança para indivíduos que estavam soltos e foram presos hoje. São indivíduos que desempenhavam outras funções, desde liberação da droga para pontos de tráfico a armazenamento da droga e comércio ilegal de arma de fogo”, destaca.

Para o delegado regional da Polícia Civil, Fernando Bettio, o saldo da operação foi bastante positivo. “Foi um duro golpe nesta organização criminosa que tentava se organizar em nossa cidade. Esperamos que essa operação venha também reduzir os índices de criminalidade em Paraíso e região”, completou.

Até o fechamento desta edição foi divulgado apenas a apreensão de um revólver e uma porção de maconha com o guarda municipal.

GM NEGA
De acordo com o advogado Adilson Riva, que defende o GM acusado,  a prisão de seu cliente se deu pelo porte de arma, que estava com numeração raspada, e pela droga que foi localizada. Segundo o advogado, o guarda sofre de síndrome do pânico e fazia uso medicinal da maconha. Em relação à arma, ele alega que o guarda sofria ameaças e mantinha a arma para sua proteção.

“Não existe qualquer prova concreta de que ele tenha envolvimento com esta organização. Iremos pedir sua liberdade provisória, se por ventura a fiança for negada. Acredito que seja difícil, tendo em vista que ele é réu primário, tem bons antecedentes, trabalha e o crime é de menor potencial ofensivo, além de que aqui não existe sala de estado maior, já que ele não pode ficar preso com os demais tendo em vista sua posição de agente de segurança”, completou o advogado.

A OPERAÇÃO
Batizada de “Operação Halloween)”, a mobilização contou com a atuação 115 policiais civis, com apoio da Guarda Municipal, apoio aéreo da Polícia Civil de Belo Horizonte, e de agente do Presídio de São Sebastião do Paraíso. De acordo com delegado chefe do 18º Departamento de Polícia Civil de Poços de Caldas, Edson Rogério de Morais, a operação teve como foco o combate ao tráfico de drogas, principalmente a uma organização criminosa que buscava se instalar em São Sebastião do Paraíso.

Ele informou que não houve nenhuma intercorrência. Houve aporte da PC de toda a região do 18º Departamento de Polícia Civil de Poços de Caldas. “Esse efetivo robusto inibiu qualquer tipo de reação, tendo em vista que essa organização envolve pessoas de alta periculosidade. Essa operação resultou na prisão de 30 pessoas, tendo sido cumprido 26 mandados de prisão e 4 pessoas conduzidas por crimes flagrantes. Houve apreensão de droga e armas de fogo”, completou.