A Escola Municipal Campos do Amaral irá promover na próxima quinta-feira (14/11) a 4ª Feira do Livro, em parceria com o Sicoob Nossocrédito. O evento acontece no Clube Paraisense a partir das 8h30, e contará, além da venda de livros arrecadados, com feira de artesanato e apresentação teatral de estudantes. Na abertura será apresentado o espetáculo "Os saltimbancos", uma adaptação teatral do conto "Os músicos de Bremen", dos Irmãos Grimm.
Conforme explica a vice-diretora Lucia Guimarães, coordenadora do projeto, a Feira tem o apoio do Sicoob Nossocrédito, que forneceu as apostilas para que professores pudessem trabalhar com alunos os conceitos de cooperativismo e sustentabilidade, além do foco propriamente dito que é o incentivo à leitura. "Todo o nosso trabalho, é para que aumente o número de alunos buscando livros na biblioteca, e para que eles também tenham a oportunidade de adquirir livros diferentes", conta.
Conforme explica o aluno Miguel Bonifácio Pereira, de 10 anos, o projeto cidadania, que é desenvolvido na escola pela professora de Biblioteca, Elaine Amorim, trabalha alguns conceitos de cooperativismo, sustentabilidade, origem do dinheiro e a importância da leitura. Os alunos também são avaliados de acordo com seu comportamento durante as aulas na biblioteca e esta avaliação, que é registrada em um calendário, serve para obter em troca um dinheiro próprio da escola para que eles possam gastar na feira.
A aluna Ana Clara explica que essa avalição funciona da seguinte maneira: "existe um calendário e cada aluno ganha uma estrela de acordo com seu comportamento: se o aluno é aplicado, ganhar uma estrela verde; se precisa melhorar, ganhar uma estrela amarela; e se vai mal, ganha uma estrela vermelha. Além disso, cada três estrelas amarelas equivalem a uma vermelha, e se o aluno acumular três estrelas vermelhas perde todas as estrelas do calendário".
Esse sistema foi uma maneira de incentivar o comportamento do aluno e estimulá-los a receber como recompensas a moeda corrente da escola, o "amaral", usado para aquisição de livros na feira que irá se realizar, ou que também pode ser obtido com a doação de livros pelos próprios estudantes.
Conforme explica a vice-diretora, o "Amaral" só tem valor para compra de livros na feira. "Eles conseguem doações, e os livros que esses alunos doam nós pagamos em "amarais". Todo livro doado é exposto na feira e, com esses amarais, os alunos conseguem fazer as compras. É um comércio interno para estimular a leitura", ressalta.
A Escola também promove parcerias com comerciantes no entorno da escola, que também estão ajudando na arrecadação e doação de livros. "Nesse ano, o Colégio Objetivo também tem sido um grande parceiro. Os alunos de lá também estão doando, e vão participar a fim de adquirir novos livros. A população pode doar, pode participar da feira", ressalta.
"É um projeto que para a Escola e para as crianças é muito importante. Nós precisamos melhorar muito esta questão da leitura, porque hoje em dia essas crianças estão muito nas mídias e esquecendo dos livros, e a leitura é importante para eles", avalia Elaine.
PROJETO CIDADANIA
O "Projeto Nossocrédio Cidadania" do Sicoob Nossocrédito, completou quatro anos e hoje é desenvolvido em sete municípios, englobando tanto a rede municipal de Ensino, quando Estadual. Em Paraíso, além de escolas do perímetro urbano, também participam as escolas de regiões rurais como Morro Vermelho, Napoleão Volpe e Roque Scarano. Sua finalidade é levar informações às crianças com relação ao projeto, este ano foi abordado o tema cooperativismo e sustentabilidade.
Conforme explica o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Nosso-crédito, Leonardo Lima Diogo, o tema sustentabilidade abrange diversos seguimento: sustentabilidade ambiental, financeira, relações familiares e, também cultural. "O Campos do Amaral desenvolve a Feira do Livro para além do que o nosso material traz, é um complemento. As nossas agências são postos de coletas de livros e nossos cooperados podem fazer sua contribuição, para enriquecer a biblioteca, além do compra de livros por meio do dinheiro fictício "amaral". As crianças, por meio de noções aritméticas, vão adquirindo esses livros, onde desperta essa curiosidade pela leitura".
Conforme Leonardo, esta foi uma forma que o banco encontrou para inovar no incentivo à leitura e educação e, também, levar ao conhecimento da sociedade onde essas escolas se situam e que grande parte das pessoas ainda não sabem. "É uma maneira de integrar o setor produtivo, econômico e educacional. Cada ano, temos percebido o aumento de escolas e de alunos nesse projeto. No início foram 5 mil alunos, no segundo 6 mil, e hoje estamos com 10 mil alunos dessas sete cidades. Agradeço muito a oportunidade de poder divulgar esse trabalho e que fique o convite aberto para que outras instituições também possam fazer o mesmo e contribuir para o progresso na nossa sociedade", completa.