Desempenho da Ferrari será observado com atenção em Interlagos
pós denúncia de suposta fraude no limite de combustível, equipe italiana está na mira da FIA
Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 15-11-2019 08:29 | 1945
Sergio Magalhães, de Interlagos
A Fórmula 1 acompanha atentamente o desempenho da Ferrari em Interlagos e não é porque sua dupla de pilotos, Sebastian Vettel e Charles Leclerc lutam pelo 3º lugar no Mundial de Pilotos contra Max Verstappen, da Red Bull, mas, sim por causa de uma diretiva técnica que a Federação Internacional de Automobilismo emitiu ainda no final de semana do GP dos Estados Unidos, e que pode ter desdobramentos aqui, em Interlagos. Tudo por conta de uma denúncia que partiu da Red Bull, de que a equipe italiana estaria fazendo mau uso do limite máximo de combustível que pode ser usado durante treinos e corridas.
A Ferrari começou mal este campeonato, ficando não só mais distante da Mercedes na primeira metade da temporada, como também perdendo para a Red Bull a condição de segunda força do Mundial. E foi como num piscar de olhos que na volta das férias de agosto o modelo SF90 de Charles Leclerc e de Sebastian Vettel mudou-se da água para o vinho.
De repente a Ferrari se tornou extremamente veloz em retas, capaz de fazer tempos cerca de oito décimos mais rápido que as Mercedes, por exemplo. Desde o GP da Bélgica, no começo de setembro, foram cinco pole positions seguidas, quatro de Leclerc e uma de Vettel, que só não foram todas convertidas em vitórias porque a equipe errou muito nas estratégias.
Mas tal desempenho chamou atenção dos técnicos da Red Bull que passaram a questionar a Federação Internacional de Automobilismo do que era permitido ou não no limite máximo do consumo de combustível. Os questionamentos tinham um endereço: a Ferrari.
O regulamento técnico da Fórmula 1 diz que cada carro não pode gastar mais do que 100 quilos por hora de combustível (na F1 não se fala litros e sim, peso de combustível), e a Ferrari estaria burlando o regulamento neste quesito. A FIA mede o fluxo de combustível através de um sensor, porém há um intervalo entre uma medição e outra. E era justamente neste intervalo que os técnicos da Ferrari teriam encontrado uma maneira de injetar mais combustível do que os 100 quilos/ hora permitidos.
Daí a explicação do por que, de repente, os carros da Ferrari se tornaram tão velozes em reta.
O curioso é que depois da diretiva técnica emitida pela FIA, a Ferrari perdeu velocidade significativa no circuito de Austin, nos Estados Unidos, aumentando ainda mais as dúvidas de que de fato existia algo errado nos carros da equipe de Maranello.
Sebastian Vettel abandonou o GP dos Estados Unidos, e Leclerc terminou apenas em 4º, quase um minuto atrás do vencedor, Valtteri Bottas da Mercedes. Perguntado para Max Verstappen que havia terminado a prova em 3º, sobre o desempenho de Leclerc, o desafeto do monegasco não perdeu a chance de jogar mais lenha na fogueira: “é o que acontece quando você para de trapacear”, disse.
Nesta sexta-feira começam os treinos livres para o GP do Brasil e será importante acompanhar o desempenho da Ferrari, até porque, uma nova diretiva técnica foi emitida ontem pela FIA tendo como pano de fundo novamente a Ferrari de supostamente estar alimentando a câmara de combustão com substâncias extraídas dos dois sistemas de recuperação de energia da parte híbrida, após novas denúncias da Red Bull e também da Mercedes.