ESPECIAL - INTERLAGOS

Nico Hulkenberg está deixando a F1 com recorde negativo

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 15-11-2019 18:19 | 3409
O tempo passou para Nico Hulkenberg que vai deixar a F1 sem nunca ter subido ao pódio em 175 GPs disputados até aqui
O tempo passou para Nico Hulkenberg que vai deixar a F1 sem nunca ter subido ao pódio em 175 GPs disputados até aqui Foto: Divulgação

Sergio Magalhães, de Interlagos

O alemão Nico Hulkengerg, está deixando a Fórmula 1 com um recorde negativo na carreira: o de piloto que mais disputou corridas sem subir uma vez sequer ao pódio. 

É pouco provável que Hulk, como é chamado, encontre uma vaga disponível para seguir na F1 o ano que vem até porque não há mais vagas, exceto uma na Williams, para o lugar do polonês Robert Kubica, mas o próprio Hulkenberg já disse que não tem interesse, tudo por conta do momento crítico que a equipe atravessa. A Renault não renovou o contrato do alemão e acertou-se com o francês Estebam Ocon que retornará a Fórmula 1 em 2020 para formar dupla com o australiano Daniel Ricciardo.

A Renault vive uma fase decisiva na Fórmula 1. O desempenho de seus carros ficaram abaixo do esperado, a equipe tinha ambições de se firmar como a quarta força do Mundial e mais do que isso, se infiltrar entre Red Bull, Ferrari e Mercedes. Mas o que se viu até aqui foi um campeonato inexpressivo para uma montadora da importância e tradição que a Renault tem na categoria. A equipe não obteve até aqui nenhum resultado mais expressivo do que dois 6º lugares conquistados por Daniel Ricciardo, e ocupa a 5ª posição no Mundial de Construtores com apenas 83 pontos. A campeã Mercedes soma 695 pontos. E não é só: a equipe francesa, comandada por Cyril Abiteboul, perde para a McLaren que compete com seus próprios motores a condição de primeira equipe depois do trio de ferro, Mercedes-Ferrari-Red Bull.

Para piorar, a McLaren que atualmente é a única cliente da Renault, já anunciou que competirá com os motores Mercedes no ano que vem, deixando os franceses sozinhos. As mudanças de regulamento que deverão entrar em vigor a partir de 2021 com mudanças radicais no conceito dos carros e o teto orçamentário de US$ 175 milhões por ano que vai limitar o gasto das grandes equipes, está na pauta da diretoria que em breve tomará alguma decisão quanto ao futuro da montadora na F1.

Hulkenberg estreou na Fórmula 1 em 2010 pela Williams, e foi aqui, em Interlagos, que ele obteve o resultado mais expressivo de sua carreira até o momento ao fazer a pole position aproveitando a melhor condição da pista molhada para tirar o primeiro lugar que seria de Rubens Barrichello. 

E foi só. Já são 175 Grandes Prêmios disputados em que os melhores resultados foram três 4º lugares e uma volta mais rápida. Não que este alemão de 32 anos não seja um bom piloto. Ele teve até a chance de ir para a McLaren numa época em que a equipe vivia um bom momento, mas segundo comentou-se na época, o negócio não foi concretizado porque Hulkenberg era um dos pilotos mais altos do grid, e consequentemente seu peso poderia afetar o desempenho do carro. Pegou mal na época a justificativa da McLaren.

Uma negociação com a Ferrari também não foi bem sucedida, e assim o tempo passou para Hulk na Fórmula 1.

O destino de Hulkenberg é incerto. Há possibilidades de uma mudança para a Fórmula E, ou também a F-Indy, mas ele mesmo disse aqui em Interlagos que não tem nada definido e nem tem pressa em decidir o que vai fazer; e não descartou a possibilidade de tirar um ano sabático em 2020.