DEPRESSÃO MULHER

TCC sobre depressão na mulher é apresentado e aprovado na Unifran

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Educação | 16-11-2019 10:40 | 3298
Estudantes da Limus Comunicação com os professores orientadores após apresentação do trabalho
Estudantes da Limus Comunicação com os professores orientadores após apresentação do trabalho Foto: Divulgação

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) realizado em forma de Projeto Experimental desenvolvido pela universitária paraisense Fernanda Melo e sua equipe. foi apresentado e aprovado no curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade de Franca (Unifran) no dia 11 deste mês. Os estudantes abordaram a “Depressão na Mulher” como tema de várias ações que foram desenvolvidas a partir da agência Lumus e resultou em um documentário produzido e dirigido pela estudante. “Trata-se de um projeto muito importante e interessante que poderá ajudar no tratamento de pessoas com problemas de depressão e ansiedade, utilizando o press kit que foi desenvolvido em conjunto com meus colegas”, conta Fernanda.

A apresentação do TCC marca a etapa final do projeto e é também, praticamente, o encerramento do quarto ano da Faculdade de Jornalismo. “Era um momento muito aguardado, estávamos ansiosos. Foi um trabalho intenso, desgastante e ao mesmo tempo gratificante por nos possibilitar exercitar a nossa futura profissão com um olhar especial sobre como desenvolver uma pauta e abordar um assunto”, explica a universitária. Ela ressalta que tão importante é poder contribuir com seu trabalho para o melhoramento da qualidade de vida de inúmeras pessoas que poderão ser beneficiadas pelo projeto desenvolvido.

Fernanda conta que dedicou-se arduamente na elaboração do documentário e na construção do projeto final da faculdade. “Criamos até mesmo o UMU, o jogo da Mente, que desenvolvi com base em dados e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), trabalho que teve a colaboração da psicóloga Anabel Pádua Vieira e do psiquiatra Caio Vieira”, comenta. Segundo a estudante o jogo poderá ser utilizado até mesmo nos consultórios. “É importante frisar e esclarecer que é um jogo que não dá um diagnóstico, mas auxilia no atendimento ao paciente”, aponta.

No trabalho também foi desenvolvido o press kit que é desenvolvido a partir do jogo. “Com ele é possível verificar se a pessoa tem propensão a ter ansiedade ou depressão. Os orientadores gostaram muito e elogiaram a proposta”, descreve Fernanda. A aposta no projeto não termina na apresentação à banca. Os estudantes querem inscrever o projeto para concorrer no Intercom. Trata-se de um prêmio concedido a jovens recém-formados em Faculdades de Comunicação. “É um trabalho de grupo, todos nós aprendemos muito, recebemos feedbacks importantes nas páginas que foram criadas no Facebook e no Instagram, no trabalho de assessoria e no documentário”, completa. 

Outra etapa do Projeto Experimental foi a produção de um minidocumentário que recebeu o nome de “Camélia”. Ele faz alusão e comparação entre as mulheres, a planta e suas características que exigem um cuidado maior do que outras plantas. “A produção mostra o relato de mulheres que deram depoimentos sobre a depressão e a ansiedade. A mulher é sensível igual à camélia e precisa de cuidado redobrado, assim como a planta necessita para perdurar e viver”, enfatiza. O vídeo foi exibido na noite de segunda-feira,11, na Unifran e o trabalho foi aprovado pela banca examinadora.

“Foi uma emoção muito grande, apesar de todas as dificuldades enfrentadas. Quando os coordenadores disseram bem-vindos ao mercado de trabalho e anunciaram os nomes dos aprovados foi uma alegria sem igual, muito emocionante mesmo”, conta Fernanda.

A escolha do tema “Depressão na Mulher” surgiu a partir da análise de muitas informações sustentada por dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Pela facilidade de identificar nas proximidades dos integrantes do grupo pessoas com estas possibilidades a definição acabou sendo facilitada. “Optamos neste trabalho desenvolver um documentário como principal produto. Com esta definição criamos a agência Lumus que é a nossa assessoria. Trabalhamos por cerca de um ano no Facebo-ok e no Instagram alimentamos com notícias sobre depressão, os remédios, o tabu e assim gerando informação para quebrarmos paradigmas em relação a estas doenças”, descreve a estudante.

Para o professor José Augus-to Reis que é coordenador dos Projetos Experimentais de Jornalismo da Unifran desde 2014, “a proposta do projeto sempre foi proporcionar aos alunos a experiência de participar, hipoteticamente, de uma produção bem correlata, próxima ao mercado de trabalho”, avalia. Ele destaca que a diferença é de que no Projeto Experimental não existe mais aquela obrigação com as empresas que financiam o Jornalismo com a publicidade em geral. “Portanto, no ambiente acadêmico além de você ter a oportunidade de produzir algo que seria muito próximo ao mercado, a exigência do mercado, você tem a liberdade da inovação e daí o nome Projeto Experimental, vamos experimentar além do que o mercado nos permite mas também vamos experimentar um pouco da atmosfera do mercado de trabalho”, descreve.

José Augusto acrescenta que tem percebido uma evolução bastante significativa a cada ano. “Na medida em que a gente vai especializando, vai refinando a maneira de coordenar. Os alunos vão se inspirando nas turmas que vieram antes deles e assim vão produzindo trabalhos mais elaborados”, pontua. O resultado é que desta forma as atividades têm sido premiadas. “Conseguimos diversos prêmios regionais, não só de experimentais, mas, do curso como um todo e até um prêmio nacional em Congresso de Comunicação. É talvez uma das partes do curso que, talvez, a gente mais se envolve e que também tem um formato muito diferente do 1º ao 3º anos, onde as aulas são mais expositivas. Apesar de ter parte prática você tem mais conteúdo disponibilizado para o aluno”, comenta.

O professor ressalta que o Projeto Experimental depende quase que 90% do estudante. “Se o aluno não traz nada para discussão e debate em sala de aula, não tem aula de experimental. A avaliação é feita com base naquilo que ele coseguiu produzir para que a gente possa alimentar e provocar esta discussão e fazer aquele produto evoluir”, diz.

José Augusto assinala que a maior dificuldade é esta. “A meu ver o aluno está acostumado com uma rotina de três anos em sala, com aula mais passiva em sala, onde ele aguarda que o professor disponibilize ou construa o conteúdo ali na frente dele. Quando chega no experimental ele que precisa ser proativo e apresentar o material, se ele não faz isso o projeto dele não evolui”, finaliza.

UMUS o jogo da mente
O jogo é uma espécie de Quiz, com perguntas e respostas que pode ajudar a definir se a pessoa tem depressão ou ansiedade a partir dos cálculos apresentados e qual o grau ela está inserida no contexto destes quadros. O trabalho foi realizado em conjunto com os também estudantes de Jornalismo Gustavo Rodrigues, Geovana Andrade e Anderson Silva. “Agora nesta etapa final fiquei responsável pela produção do documentário”, detalha Fernanda.

O grupo foi formado em 2018 sendo composto por Fernanda Melo que é de São Sebastião do Paraíso e mais três colegas do curso de Jornalismo, que são de Franca.  Além de histórias de personagens e análises feitas por especialistas da área da saúde, o jogo tem como objetivo alertar o indivíduo em relação à possibilidade de estar inserido em algum estágio da depressão. Já o cinza remete ao alerta inicial e, por último, a fase preta, voltada ao cenário que é recomendado a procura de um especialista.

As áreas são percorridas com base nas respostas de cinco questões pré-definidas pelo grupo. As perguntas foram construídas com o aval de psicólogo e psiquiatra que são personagens do vídeo documentário produzido pela equipe. Para cada nível, uma carta é separada dentro da caixa do jogo com o resultado final e uma breve avaliação prévia. As respostas podem ser dadas em três diferentes formas: sim, talvez e não. Cada uma delas representa a passagem de três, dois ou uma casa, respectivamente.

Além do tabuleiro e das cartas, o press kit conta também com sua caixa, local onde são guardados os objetos. Nela estão informações sobre o projeto e os endereços das redes sociais utilizadas para divulgação da assessoria Lumus Comunicação durante o projeto experimental. A caixa apresenta relação com o conceito do trabalho. Ela é toda preta, se referindo à escuridão, tendo apenas o logo do “UMU” em sua tampa. Ao abri-la, em formato de uma janela, o destaque fica por conta da cor amarela em alusão à luz que é o primeiro passo para a saída da doença. 

Estudantes da Lumus Comunicação com os professores orientadores após apresentação do trabalho
Estudantes de Jornalismo fizeram apresentação do trabalho no início desta semana