CORRA DO HIV

1ª Corrida “Corra do HIV: use preservativo” reúne dezenas de participantes em Paraíso

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Esporte | 05-12-2019 10:13 | 1912
Evento reuniu centenas de atletas da cidade e região para evento da campanha Dezembro Vermelho
Evento reuniu centenas de atletas da cidade e região para evento da campanha Dezembro Vermelho Foto: Divulgação

Como parte das atividades da campanha sobre o Dezembro Vermelho a Prefeitura de São Sebastião do Paraíso realizou na manhã de domingo (1º/12), a primeira edição da Corrida Solidária “Corra do HIV: use preservativo”. A iniciativa desenvolvida através da Secretaria Municipal de Saúde, do Ambulatório de Infectologia e diversos órgãos têm como objetivo chamar a atenção da população sobre a importância da prevenção na luta contra o vírus da AIDS.

A prova de atletismo reuniu dezenas de participantes de Paraíso e até mesmo atletas de municípios vizinhos foi realizada dividida por categorias e idades. A largada e a chegada ocorreu em frente a Arena João Mambrini, sendo que os competidores tiveram de fazer um percurso  de 7 km passando por várias ruas e avenidas da cidade. Os participantes fizeram a doação de um pacote de fraldas geriátricas que foi repassado a entidades sociais.

 Os três melhores classificados de cada categoria receberam troféus e todos os participantes foram contemplados com medalhas. No final da premiação houve o sorteio de uma bicicleta.

Assim como acontece com o Outubro Rosa, sobre o câncer de mama, e Novembro Azul, sobre o câncer de próstata, o Dezembro Vermelho tem como objetivo chamar atenção para as medidas de prevenção, assistência e proteção e promoção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. No caso de um possível contato com o HIV, é importante buscar ajuda de um serviço de saúde que realize atendimento de PEP o quanto antes. O primeiro atendimento é considerado de urgência, já que o uso dos medicamentos deve começar o mais cedo possível.

Prevenção e tratamento são essenciais
A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é uma forma de prevenção, com uso de medicamentos, para evitar a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo de pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus recentemente. O tratamento é indicado às pessoas que passaram por alguma situação de risco como violência sexual, relação sexual desprotegida e acidente ocupacional (com instrumentos pérfurocortantes ou em contato direto com material biológico). Para funcionar, o tratamento deve ser iniciado logo após a exposição de risco. O ideal é que se inicie a medicação em até 2 horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A indicação de utilização dos medicamentos deve sempre ser avaliada por um médico.

Geralmente, a PEP consiste na ingestão de uma pílula em uma dose única diária, mas depende da avaliação médica. Outras combinações de medicamentos podem ser indicadas, levando o paciente a tomar mais de um remédio por dia. É importante que o tratamento, independentemente da quantidade de pílulas, não seja interrompido durante os 28 dias e tomado conforme prescrito pelo médico. Caso as orientações não sejam seguidas, o tratamento pode falhar e, dessa forma, não impedirá que o vírus sobreviva e se reproduza no organismo, o que fará com que o HIV seja contraído.

O atendimento é gratuito e um direito garantido pela Constituição Federal, pela lei 8080/90 e pela lei 9313/96, que estabelece a gratuidade da oferta universal de Terapia Antirretroviral (TARV) àqueles que preencham os critérios do Ministério da Saúde. É importante observar que a PEP não serve como substituta à camisinha. O uso de preservativos masculinos e femininos ainda é a principal e mais eficiente maneira de se evitar o HIV.

A Aids é uma doença infecciosa, transmitida por um vírus chamado HIV. Para ter a doença é preciso estar contaminado com o vírus HIV. A cada 15 minutos uma pessoa se infecta com o vírus no Brasil. Em Minas Gerais, entre 1999 e 2019, até o momento, foram notificados 62.078 casos de HIV/Aids. Em 2019, foram notificados 3.516 casos da doença. Desses, a faixa etária mais acometida é a de jovens entre 20 a 34 anos.

A infecção pelo HIV/Aids no público mais jovem vem aumentando consideravelmente nos últimos 10 anos. Isso se dá devido ao fato dessas pessoas estarem numa fase sexualmente ativa e, muitas vezes, com múltiplos parceiros, diminuição do uso do preservativo, além do uso de drogas e álcool também ser mais comum nessa faixa de idade. O público masculino também apresenta dados bem superiores da doença se relacionado às ocorrências femininas. Em 2019, foram notificados 2.737 casos da doença em homem e 777 casos em mulheres.

As principais formas de transmissão do HIV/Aids são via relação sexual (anal, vaginal e oral), sem o uso de preservativo. Também há a transmissão da mãe infectada para o filho durante a gestação, no parto ou na amamentação. O compartilhamento de seringa ou agulha contaminada, instrumentos perfurantes não esterilizados também são formas de transmissão da doença.

O método mais eficaz para evitar a transmissão do HIV/Aids é o uso do preservativo (masculino e feminino) em todas as relações sexuais. O preservativo está disponível em todas as Unidades de Saúde da Família (USF). Outras formas de prevenção é o não compar-tilhamento de agulhas, seringas, canudos e cachimbos. Utilizar materiais esterilizados na aplicação de piercings e tatuagens; realizar exames de pré-natal durante a gestação; evitar transfusão sanguínea sem o controle rigoroso das bolsas e evitar materiais não esterilizados em clínicas odontológicas, manicures, barbearias, são outras medidas preventivas a serem adotadas.