A temporada em que a principal categoria do automobilismo brasileiro completa 40 anos não poderia chegar à grande final em melhor estilo do que nada menos que seis pilotos com chances de título.
Oito pilotos venceram pelo menos uma das 20 corridas até aqui, 18 delas no formato de rodadas duplas. O líder do campeonato e favorito ao tricampeonato consecutivo é Daniel Serra com 335 pontos, mas curiosamente ele venceu apenas uma prova, a que abriu o campeonato, no Velopark, o que mostra uma impressionante regularidade, já que o dono do carro 29, quando não esteve na ponta da tabela de classificação, não ficou abaixo da vice-liderança.
Quem mais venceu e fez poles na temporada é Thiago Camilo, do carro 21, que nunca ganhou um campeonato da Stock Car, apesar de várias vezes ter batido na trave. Camilo obteve 6 pole positions e ganhou 5 corridas, mas zerou na rodada dupla de Santa Cruz do Sul, ainda na metade do campeonato, o que comprometeu muito sua posição na tabela com 306 pontos.
Mas nem tudo é flores nesta decisão, principalmente para Ricardo Maurício que venceu a corrida 2 da etapa de Goiânia, horas depois foi desclassificado por falha nas luzes de freio, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, ganhou a causa, mas nesta semana voltou a ser desclassificado por conta de recurso da equipe Cimed Racing.
Um grande prejuízo para o piloto do carro 90 que caiu da vice liderança para o 3º lugar e está distante 43 pontos do líder (335 a 292).
Numa temporada em que os comissários da Confederação Brasileira de Automobilismo deram show de horrores com punições exageradas e inexplicáveis - vale dizer que os comissários não tem ligações com a Stock Car, e sim com a entidade que comanda o automobilismo brasileiro - a desclassificação de “Ricardinho”, em Goiânia foi mais uma falta de preparo de quem tem como responsabilidade fiscalizar uma categoria com o peso da Stock Car.
Se a luz de freio do carro 90 não estava acendendo, seria obrigação do diretor de provas mostrar-lhe a bandeira preta com o círculo laranja ao centro, que indica ao piloto se recolher para os boxes para sanar os problemas. Mas não o fez, e partiu da Cimed Racing a denúncia por irregularidade do carro 90, já que a desclassificação de Maurício beneficiou Felipe Fraga, da própria Cimed Racing, promovido à vitória e com chances matemáticas de título.
O problema foi que Ricardo Maurício levou um toque de outro carro na traseira, que acabou causando pane na luz de freio. Uma coisa é a falha ocasionada por problemas técnicos, outra é não funcionar por conta de um toque de outro carro, e foi aí que os comissários pecaram em desclassificar o piloto que levou um toque de outro carro.
Com chances matemáticas, Rubens Barrichello (4º colocado com 4 vitórias), Felipe Fraga (5º com três vitórias), e Julio Campos (6º com uma vitória) vão para a decisão de amanhã dependendo de uma série de combinações de resultados, mas como a corrida é em Interlagos - e como vimos no GP do Brasil de F1, no mês passado -, é uma pista onde tudo pode acontecer.
A última prova do ano será um tiro curto, de 40 minutos mais uma volta, mas valendo pontuação dobrada, 60 pontos pela vitória. Daniel Serra nem precisa vencer para conquistar o tricampeonato, um feito que se alcançar, se tornará o primeiro filho de campeão igual ao pai, Chico Serra, tricampeão (1999/2000/2001) “Serrinha” vem de dois títulos seguidos, 2017 e 2018, além de ter vencido este ano as 24 Horas de Le Mans, vivendo momentos esplêndidos da carreira.