O último terço da temporada começa com a redenção de Sebastian Vettel vencendo pela primeira vez depois de passar mais de um ano sem ganhar um GP. A vitória foi em Cingapura numa prova marcada pelo elevado desgaste de pneus. Leclerc fez a pole e chegou desafiar ordens de equipe para não atacar Vettel numa das relargadas: “não vou fazer nada de estúpido”, disse pelo rádio quando ouviu do engenheiro que era preciso trazer os dois carros para casa. A Ferrari fez dobradinha, mas o clima entre seus pilotos esquentava na medida em que os carros vermelhos impunham sua ‘força’ na segunda metade do campeonato.
Na Rússia, Leclerc cravou mais uma pole, mas Vettel fez largada fantástica sobre Hamilton e o próprio Leclerc, e assumiu a liderança de um começo de prova conturbado para a Ferrari com discussões pelo rádio em que o engenheiro pedia para o alemão deixar o companheiro ultrapassá-lo. Vettel não acatou e a equipe decidiu inverter as posições nos boxes, parando primeiro Leclerc e deixando Vettel na pista com os pneus no bagaço. O alemão abandonou por falha no sistema de recuperação de energia, e o novo erro de estratégia do time italiano resultou em mais uma dobradinha da Mercedes, com Hamilton em primeiro. Leclerc terminou em 3º.
No Japão Valtteri Bottas finalmente voltou a vencer depois de 12 etapas. A largada do finlandês foi espetacular, pulando de 3º para primeiro. Verstappen ultrapassou as duas Ferrari que largaram da primeira fila, mas levou toque de Leclerc e abandonou. Vettel (pole) largou mal. Leclerc precisou trocar a asa dianteira e ao final da prova recebeu duas punições: uma pela batida em Verstappen e outra por dirigir sem um dos retrovisores. Vettel terminou em 2º com Hamilton em 3º.
No GP de maior altitude acima do nível do mar, Verstappen fez a pole no México, mas perdeu três posições no grid por ignorar bandeiras amarelas por causa de uma forte batida de Valtteri Bottas na classificação. Leclerc herdou a pole, a 7ª do ano (foi quem mais largou da primeira posição), mas teve um pit stop demorado e terminou em 4º. Vettel liderou boa parte da corrida, mas perdeu a primeira posição para Hamilton nas paradas de boxes. Com a vitória, Lewis Hamilton colocou de vez as mãos na taça. Vettel terminou em 2º e Bottas em 3º. Foi a 100ª vitória da Mercedes na F1.
A Ferrari chegou aos Estados Unidos ‘vigiada’ pela FIA sob forte suspeita de irregularidades no motor, o que estaria dando enorme vantagem nas retas. Curiosamente o desempenho dos carros vermelhos caiu significativamente em relação ao que vinha sendo desde a volta das férias de agosto. Bottas fez a pole e ganhou a corrida, mas Hamilton conquistou o hexacampeonato com duas prova de antecipação ao terminar em 2º. Verstappen completou o pódio, Leclerc foi apenas 4º e Vettel abandonou após quebrar a suspensão numa zebra alta da pista.
O GP do Brasil entra para a lista dos melhores do ano - na opinião deste colunista foi o melhor da temporada. Teve um pouco de tudo; de Hamilton cometendo erro raro, passando pela autodestruição dos dois carros da Ferrari em que Vettel tocou rodas com Leclerc numa disputa acirrada pela 4ª posição levando os dois ao abandono, e uma chegada eletrizante pelo 2º lugar em que Pierre Gasly (Toro Rosso) levou a melhor sobre Hamilton. Verstappen fez a pole e venceu com autoridade em Interlagos. Horas depois da prova, Hamilton foi punido por ter tirado Alexander Albon da prova, e Carlos Sainz Jr que largou da última posição com a McLaren, herdou o 3º lugar e foi comemorar sozinho o primeiro pódio na F1.
Em Abu Dhabi, a 21ª e última etapa do campeonato, Hamilton fechou com chave de ouro. Fez barba, cabelo e bigode: pole, volta mais rápida, liderou as 55 voltas e venceu pela 84ª vez na carreira - 11ª no ano. Verstappen terminou em 2º e Leclerc em 3º. Um pódio com os três pilotos que mais brilharam na temporada.