APC

O maior espetáculo da Terra

Por: Redação | Categoria: Cultura | 11-01-2020 10:52 | 1203
Foto: Reprodução

Depois de curtirmos o Natal, Congadas e Ano Novo, agora preparamos para Carnaval. Agitação para alguns e descanso para outros.

No início não era Carnaval. Discutem suas origens os historiadores, teóricos e palpite-iros. Mas vamos direto ao assunto. Por duas rotas chegou o Carnaval ao Brasil. A primeira partindo da África, com seus cantos e suas danças trouxeram inconscientemente a semente do Carnaval. A outra, europeia de Portugal, o Entrudo, que consistia em jogar de tudo. Houve união dessas culturas e nos deu o Carnaval.

O Barão do Rio Branco em sua sabedoria, certa ocasião afirmou: “Existem no Brasil duas coisas organizadas: a desordem e o Carnaval”.

Podia ter completado que o Carnaval é uma entidade viva, para muitos até humana. No Carnaval nada morre, tudo se transforma.

As músicas carnavalescas se preocupam, ou pelo menos se preocupavam, com problemas políticos e sociais. Por exemplo, as marchas Lata D’Água na Cabeça, Lá vai Maria, do Carnaval de 1952, denunciavam a falta de água nos morros do Rio de Janeiro e o trabalho das mulheres para abastecer água em seus barracos, denunciados nessas canções.

A marcha Cidade Maravilhosa conquistou foliões e merece as honras de hino oficial da cidade do Rio de Janeiro. Finalmente, a marcha Touradas em Madri onde um coro espontâneo de 150 milhões de pessoas no Maracanã cantava na penúltima partida do Campeonato Mundial de 1950, ironizando a seleção espanhola que perdia a partida.

O Carnaval é uma ventura. Passa depressa e custa caro. Para no final voltarmos ao prosaísmo e a monotonia da vida e, muitas vezes, cansados, e a cabeça a doer devido às consequências dos prazeres de ontem. Mas, fossem assim todos os males de nossa vida!

Como disse um amigo carnavalesco, “queremos um carnaval eterno”.

Ainda recordo que no quintal da casa de meus pais, no final de 1959 e início de 1960, ficávamos ensaiando para desfilar a noite na praça, e a nossa fantasia não passava de uma camiseta e uma bandeira com luma cara de uma onça, simbolizando o Bafo da Onça. E nossa turma era formada pelos irmãos Naves, Cosini, Figueiredo e outros. Depois ainda íamos para os bailes no Clube Paraisense e Liga Operária, no tempo em que a lança perfume era o forte do carnaval, bons e saudosos tempos.

SEBASTIÃO PIMENTA FILHO, membro da Academia Paraisense de Cultura.