Uma situação embaraçosa para muitas pessoas em que o antigo e o moderno não combinam. Isto é: antigo, aqui, é principalmente em se tratando de pessoas, tem de ser antigo mesmo, e o novo, o moderno é o de época. Será que é válido pensar assim, ou o antigo pode ser moderno? Acho que, dentro de certas limitações, sim. Mas é complexo. Assim como pessoas menos exigentes acham bonito o antigo se comportar modernamente. Moderninho, não é? É. Seja como for, os dois termos existem com seus desdobramentos. E, se falarmos de “antiguidades e modernidades”, aí tudo muda de figura. Porque a antiguidade ou a Idade Antiga trata da periodização das épocas históricas da humanidade, seus feitos, seus caracteres e a importância da cultura material das sociedades. A modernidade nos leva a pensar e repensar nos processos sociais, econômicos e financeiros; no que pode obter mais lucros, assim: objetos antigos, relíquias, peças de valores comerciais e de estimação, e eis uma infinidade de maravilhas para observadores, compradores e colecionadores. Tema para muito tempo e espaço para curiosos e aficionados. Até dos mais moderninhos, porque afloram lembranças de coisas e de gente antiga e preciosa. De épocas distantes, de acontecimentos alegres e tristes. Vale tudo. O antigo se molda e se une ao novo. Como assim? Antigo quer o novo e novo quer o antigo. É assim que funciona hoje em dia. O moderno é novo e o antigo é novo moderno. Ou moderno à moda antiga. Deu para entender? Olha, quer saber, vou ficar com a cantora brasileira de música cristã contemporânea ‘Marcela Taís’: talvez do avesso seja o meu lado certo. Pois não me vejo neste mundo cego. Ainda acredito no amor (“seja moderno ou antigo”) e minha fé não é filosofia. Não me leve a mal. Mas não curto carnaval. Peço bênção pros meus pais. Eu acredito na família. Eu tenho um coração moderno à moda antiga.
Fernando de Miranda Jorge - Acadêmico Correspondente da APC / Jacuí/MG