MULEHRES

Dia das Mulheres: reflexões acerca de SER MULHER...

Por: Redação | Categoria: Entretenimento | 24-03-2020 16:37 | 1157
Josimara Neves - Psicóloga - CRP04/37147
Josimara Neves - Psicóloga - CRP04/37147 Foto: Reprodução

Josimara Neves - Psicóloga - CRP04/37147

Uma deusa, uma louca, uma feiticeira? Uma Fada, uma Elfa, uma Troll, um Avatar ou uma Bruxa? Uma guerreira, uma samurai, uma super-heroína: quem sabe a Mulher Maravilha? Uma musa inspiradora, uma Barbie, uma princesa: A Bela adormecida? A Cinderela? A Chapeuzinho Vermelho? A Rapunzel? A Branca de Neve? A Bella? A Julieta? Malévola? Quem sabe a Moana, a Valente, a Mulan, que, em chinês, significa “florescimento da magnólia”?

E se você fosse uma deusa, quem você seria: Afrodite, a deusa do amor; Atena, deusa da sabedoria e das artes, também conhecida como a deusa da estratégia em batalha; De-méter: deusa da agricultura, do cultivo, da colheita e da fertilidade.; Ártemis, deusa grega da caça e da vida selvagem;  Íris, deusa mensageira dos outros deuses, que se manifestava como um arco-íris colorido no céu, de modo a simbolizar a ligação entre o Céu e a Terra;  Hera, nada menos que a deusa rainha do Olimpo (onde viviam os principais deuses na mitologia grega), esposa de Zeus (deus dos deuses), deusa da fidelidade conjugal e também dos partos?

E se você fosse escritora, o que gostaria de escrever: poesia, drama, ficção, romance, comédia, terror? Artigo científico? Texto jornalístico? Documentários? Memórias? Aventura? Biografias?

E como seria poder se passar a limpo e escrever a sua autobiografia? Rever a sua história, orgulhar-se dos caminhos percorridos, dos tombos que deu, porém conseguiu se levantar. Ver o passado como lição e viver o presente como um presente, uma oportunidade. Porque, se hoje ele é presente, antes foi o futuro desejado e amanhã ele se tornará passado. Como você quer que esse presente seja um passado bom de ser lembrado?

Suponhamos que o seu no-me estivesse na lista das mulheres mais poderosas do mundo, segundo a Revista Forbes. Qual seria a sua área de destaque? O que você teria feito para ser considerada uma mulher influente perante o mundo?

E se você fosse um animal, qual seria? Um URSO PANDA fofo? Uma ÁGUIA forte capaz de levantar algo como 4 vezes o seu próprio peso corporal durante o voo, inteligente, nobre, perspicaz, precisa e elegante? Um LEÃO feroz e corajoso? Uma RAPOSA esperta? Um FALCÃO-PEREGRINO, que é uma ave de rapina capaz de atingir 320 km/h em um voo? Um BESOURO DUNG, que, segundo dizem, é o inseto mais forte do mundo e também o animal mais forte no planeta em relação ao peso corporal? Eles podem puxar 1.141 vezes seu próprio peso corporal. Isto é equivalente  a uma pessoa média puxar 6 ônibus de dois andares cheios de pessoas!

E se você fosse uma metáfora, qual a definiria?

É, talvez seja difícil mesmo, definir-se. Muitas vezes, mal sabemos quem somos, o que gostamos, como gostaríamos de estar daqui a cinco anos. Não sabemos falar das nossas emoções, dos nossos sentimentos, da nossa sombra, dos nossos medos.

 Muitas vezes, olhamos para os lados, para fora, para os outros, entretanto não olhamos para nós mesmas.

Muitas vezes, mas muitas mesmo, cuidamos dos outros e não cuidamos de nós mesmas.

Muitas vezes, mas muitas mesmo, passamos mais tempo fazendo coisas para outras pessoas do que para nós mesmas.

Muitas vezes, mas muitas mesmo, vamos nos acostumando ao que não está bom e, com isso, nos tornamos especialistas em construir bolas de neves. Os problemas — que eram pequenos — vão se agigantando na medida em que nos apequenamos, nos enfraquecemos, nos perdemos, nos afogamos em nós mesmas.

Um relacionamento que começou mal ficou pior, mas passa a falsa ilusão de que não se está sozinha.

O emprego que proporciona independência financeira, mas não dá prazer, não motiva.

O corpo está gritando para ser visto para além dele, enquanto a maioria das pessoas acredita que o problema é o sobrepeso, a obesidade. Sendo que, na verdade, o peso reflete os excessos, as sobrecargas, os transbordamentos, os descontentamentos, as desilusões, os autoboicotes, os vazios, as insatisfações. É por isso que muitas pessoas, achando que a maior insatisfação de suas vidas é o corpo, quando emagrecem, não sustentam o emagrecimento e voltam a engordar, porque descobrem que os sentimentos mais profundos foram negligenciados: aquela tristeza que não é compartilhada, as angústias sufocadas, os traumas abafados pelo inconsciente, o silêncio inaudível a si e aos outros, o vazio que não se preenche, a traição que não foi superada, o perdão que não foi trabalhado, a raiva autodila-cerante que machuca e fere por dentro, a culpa autocorrosiva, que vai tirando de si aqueles espaços que poderiam ser de felicidade, de sentimentos bons.

Nós nos acostumamos com o que não está bom e perdemos a referência do que é. Então, o meu convite, como psicóloga, para vocês, mulheres, é que comecem: a se visitar, a se olhar por dentro, a se ouvir, a se escutar, a se sentir, a se perceber, a se (re)conhecer, a se (re)conectar, pois nenhuma mudança externa se sustenta se a mudança não partir do interno, se não vier de dentro.

 Nossa alma se engrandece e embeleza quando enfrentamos a nós mesmas, quando nos valorizamos, nos colocamos como prioridade, nos responsabilizamos pelos nossos atos, colocamos a nossa felicidade a serviço de nossas escolhas, quando somos congruentes com quem somos, com o que pensamos, com o que buscamos.

Então, respondendo aos questionamentos iniciais, talvez quem você quer ser ainda não existe, você tem dentro de si a audácia de ser você mesma, de ser original, sem cópia ou plágio? Ou você já é a referência que você gostaria de ter tido? Se não, o importante é não se perder de vista e, mais ainda, é se colocar à vista de si mesma, é colocar-se como prioridade e continuar a caminhada só que, agora, sabendo aonde quer chegar, como quer chegar e quem você quer ser para, enfim, poder chegar.

E, para finalizar, como dizia Clarice Lispector: “liberdade é pouco, o que eu desejo ainda não tem nome”. Sendo assim, encarregue-se de dar nome ao que busca e crie o seu próprio vocabulário. Invente uma gramática própria na qual você possa ser conjugada em todos os tempos e que o seu passado possa ser um “PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO”. No entanto,  para isso, você precisa aprender a se conjugar no PRESENTE, a fim de que  o seu FUTURO seja tão desejado quanto o seu PASSADO possa ser relembrado.

Feliz TODO dia, Mulheres!
Com carinho, Josimara Neves