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Alysson Tosin: Dedicado à família e em ajudar ao próximo

“As dores são mais educativas que punitivas”
Por: João Oliveira | Categoria: Entretenimento | 29-03-2020 21:13 | 2313
 Alysson é advogado, com MBA em Gestão Empresarial, e diretor do Consórcio Nacional Recon em Paraíso
Alysson é advogado, com MBA em Gestão Empresarial, e diretor do Consórcio Nacional Recon em Paraíso Foto: Arquivo pessoal

O advogado e diretor do Consórcio Nacional Recon, Alysson Tosin, é pai amoroso e cidadão preocupado com o bem do próximo. Além da rotina de trabalho, ele também encontra tempo para se dedicar em ajudar ao próximo por meio de trabalhos que realiza junto a Aliança Municipal Espírita. Filho do empresário Osvaldo Francisco Tosin e Helena Maria Tosin, Alysson é casado com Ligia Lara Naves Tosin e pai dos jovens Luna Lara Naves Tosin e Francisco Lara Naves Tosin. É com carinho que ele atende à reportagem do Jornal do Sudoeste e conta um pouco da vida, da infância até a fase adulta.

J.S.: Alysson, como foi a sua infância em Paraíso? Quais lembranças mais marcantes você dessa fase?
A.T.: Nasci em Santo André (SP), com seis anos nos mudamos para Uberlândia e apenas quando tinha 10 viemos para São Sebastião do Paraíso. Tive uma infância excelente, com muitos amigos, em uma época em que podíamos andar e brincar livremente pela cidade. Morávamos no prédio em frente à Lagoinha e lembro-me muito daquele local, em que tínhamos o pedalinho, o parquinho e as duas ruas, a de frente (Rua da Lagoinha - na época ainda não era fechada a passagem) e a dos fundos do prédio (Rua José Dramis). Foi nosso palco da infância e juventude.

J.S.: Qual a importância da sua família e a contribuição dela para o seu crescimento enquanto indivíduo?
A.T.: Sempre foi a base sólida de todos nós: eu e minhas irmãs, a Aline e Francine. Devido ao trabalho do meu pai, tivemos algumas mudanças de cidade, para locais em que não tínhamos nenhum outro vínculo familiar. Isso fez com que nos uníssemos muito e buscássemos apoio mútuo, sempre com um enorme respaldo de nossos pais. Creio que a maior virtude dos meus pais para conosco sempre foi o diálogo franco e um enorme carisma junto aos nossos amigos, fazendo com que ficássemos sempre perto de casa e na presença dos amigos.

J.S.: Como foi a fase de escola? O que mais gostava de estudar e como foi seu convívio com colegas e professores? Há alguma figura marcante dessa época?
A.T.: Estudei até a antiga oitava série no Colégio Paula Frassinetti e, posteriormente, no Colégio Objetivo, do primeiro ao terceiro colegial. Tenho ótimas lembranças dessa época, em que fiz boa parte das amizades que perduram até hoje. No Paula Frassinetti me recordo bem da D. Itelcira (minha primeira professora em Paraíso), D. Irene (professora de português), do Zé Heriberto (professor de educação física), Manoel (Ciências). Enorme carinho também ao me lembrar da Katia Mumic e D. Edna Maldi, pois com elas participei das primeiras peças de teatro do recém fundado à época, Grupo Sebastião Furlan, além da peça “Meno Male”, que encenamos com enorme sucesso na cidade. No Objetivo me lembro do professor Mesquita, Nicolau, Helou, Pereira e vários outros que fizeram parte do início da escola na cidade. Sempre tive maior tendência às ciências humanas, gostando bastante de estudar Português, Inglês, História e Geografia. Sobre os colegas, recordo-me com carinho praticamente de todos, certamente não teria espaço nesta coluna para mencioná-los, mas nas pessoas do Bruno Cesarino, que hoje é advogado em Palmas (TO) e do Beto (filho do Dr. Hebert e hoje médico em Ribeirão Preto), cumprimento a todos os demais.

J.S.: E sua juventude?
A.T.: Fiz parte de uma época áurea dos esportes paraisense, em que tínhamos o JIMI - Jogos do interior de Minas. Fiz parte de várias equipes do futsal da cidade e tivemos o privilégio de conquistar o Campeonato Mineiro Juvenil, disputado por mais de 40 cidades, além dos Jogos da Juventude e Taça EPTV. O esporte rompe barreiras, une as pessoas e é, sem dúvida, a melhor forma de termos uma vida saudável. Foi uma época inesquecível e que precisa voltar em nossa cidade.

J.S.: Você estudou Direito. Por que optou por esta área? Houve alguma motivação?
A.S.: Devido a esta predileção pelas Ciências Humanas, optei por prestar vestibular para Jornalismo. Mas meu pai, talvez vendo que eu teria mais futuro com o curso de Direito, devido à maior variação de atuação profissional, me convenceu também a prestar Direito. Passei em Direito na Faculdade de Direito de Franca e, apesar de um começo ainda indeciso, fui gostando do curso e acabei me formando no ano de 1999, com 22 anos.

J.S.: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou durante essa fase?
A.S.: Foi uma fase até certo ponto tranquila. Ia e voltava todos os dias para Franca e ajudava meus pais com alguns serviços nas empresas da família. Possuía muitos amigos na faculdade e estávamos sempre visitando a casa uns dos outros nas cidades da região. Aos poucos ia me preparando para novos desafios que surgiriam. Foi nessa época também que conheci a Ligia, minha esposa. Viajamos juntos todos os dias para Franca.

J.S.: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.
A.S.: No terceiro ano de faculdade comecei a fazer estágio com alguns advogados e no Departamento Jurídico da empresa do meu pai. Aos poucos fui tomando conta desse departamento. Quando me formei, tive a satisfação de imediatamente ser aprovado na OAB e assumir a gestão do Jurídico da empresa. Paralelamente, pegava algumas causas, geralmente de familiares ou conhecidos. Aos poucos a empresa foi crescendo e fui me interessando também por outras áreas, até iniciar uma sucessão, em que passei a ajudar meus pais em todas as esferas dos negócios que fundaram.  

J.S.: O que significa fazer parte de uma empresa tão importante para Paraíso?
AT.: A Recon faz parte da história de nossa família, pois é a coroação de uma luta de mais de quatro décadas dos meus pais. Meu pai começou no segmento de consórcio ocupando os menores cargos hierárquicos, até se tornar proprietário de uma administradora que atualmente possui três filiais, aproximadamente 120 funcionários, mais de 100 parceiros comerciais e 25 mil clientes, tudo isso mantendo a mesma origem e essência. Dou muito valor a essa história e procuro dar o meu máximo para que a empresa se mantenha e prospere ainda mais. Tentamos ainda retribuir à cidade tudo o que aqui conquistamos, apoiando vários projetos, principalmente na área do esporte. Não posso ainda deixar de mencionar a Recon Motos, concessionária autorizada Yamaha que já completa 20 anos de atividade ininterrupta na cidade e a Aquarius Natação, fundada por minha esposa e que já completou cinco anos. Menciono as empresas sem intenção de fazer qualquer propaganda, mas simplesmente para homenagear todos os colaboradores e clientes que nos dão essa confiança para que os negócios prosperem.

J.S.: Quando não está trabalhando, o que você gosta de fazer nas horas vagas?
A.T.: Tenho algumas paixões principais: o esporte, a música, viajar e a leitura. Mantenho o futebol pelo menos uma vez por semana e adoro ensaiar algumas músicas com minha família. Fiz aula de violão por seis anos, minha filha faz aula de canto e piano e meu filho toca bateria desde os seis anos. Juntamos com minha esposa e passamos um bom tempo cantando algumas músicas. Atualmente, também estou focado nas aulas de inglês e mantenho sempre vários livros na minha cabeceira, para leitura diária. Costumamos sempre elaborar roteiros de viagem, pois adoramos conhecer novos lugares.

J.S.: Você é pai. Como a paternidade mudou a sua vida?
A.T.: Deu-me mais senso de responsabilidade e do que realmente é o amor. Aquela ideia de ter sob sua guarda seres que, num primeiro momento, dependem totalmente dos pais e, no decorrer da vida, você precisa orientar da melhor forma para serem pessoas dignas. Meus filhos são, para mim e minha esposa, nosso maior presente de Deus.

J.S.: Você faz alguns trabalhos voluntários. Qual a importância deste trabalho?
A.T.: Tornei-me espírita em 1996, pelo convívio com minha esposa, na época minha namorada. Desde então, passei a incorporar o trabalho voluntário na minha vida. Coordenei grupo de jovens espíritas por mais de 20 anos. Fazíamos a Campanha Auta de Souza, para distribuição de mensagens, arrecadação e distribuição de alimentos nos lares. Atualmente, faço palestras nos centros, trabalho social de entrega de pães e leite na Vila João XXIII (trabalho que esse ano irá completar 20 anos), ensaio de músicas com as crianças e integro a equipe da Aliança Municipal Espírita local. Faço parte ainda, também como voluntário, da nova irmandade da Santa Casa.

J.S.: Você faz parte da Aliança Municipal Espírita, como é sua história com a AME?
A.T.: No ano passado reunimos vários espíritas da cidade, para formar uma nova composição da diretoria da AME. Passei a integrar essa diretoria na função de secretário, coordenando ainda os setores de eventos e gestão da casa espírita. Assumimos a Banca Espírita da Fonte e coordeno atualmente o setor do Clube do Livro, que é um projeto muito interessante, em que os associados contribuem mensalmente com R$ 30 e recebem um livro espírita. Os lucros do clube e da livraria são revertidos a AME, para que possamos organizar os eventos e dar suporte aos projetos assistenciais e doutrinários dos centros espíritas. Temos ainda o comércio geral de livros espíritas novos e usados, diretamente na banca, que fica na Praça da Fonte, ao lado do antigo Fórum, telefone 99806-1017.

J.S.: Você acredita que é importante a espiritualidade na vida de um indivíduo?
A.T.: Sem dúvida. Posso dizer que minha vida é marcada por uma profunda transformação para melhor após conhecer a Doutrina Espírita. Somos seres espirituais e, por isso, temos necessidade de conhecer essa nossa essência; saber de onde viemos, o porquê estamos aqui, para onde vamos depois da morte do corpo. O Espiritismo nos traz as respostas lógicas para todas estas questões e muda nossa maneira de ver a vida, nos oferecendo motivos racionais para todos os fatos de nossa existência, mesmo os desagradáveis e aparentemente inexplicáveis. Todos deveriam procurar desenvolver mais sua espiritualidade, mas não de uma forma superficial ou fanática, mas de forma fraterna, como Jesus nos ensinou.

J.S.: Qual o significado que a família que você construiu tem?
A.T.: É minha maior razão de viver. Por eles tento oferecer o meu melhor a cada dia e em todas as situações. Minha esposa e filhos são, sem dúvida, o bem mais precioso que Deus me concedeu.

J.S.: Há alguma coisa que tenha feito que faria diferente?
A.T.: Creio que não. Num aspecto geral, acredito que tenho cumprido meus deveres e esforçado para me tornar uma pessoa melhor. Acredito também que erros fazem parte desse processo de aprendizado e demonstram, muitas vezes, mais ignorância do que maldade.

J.S: Diante dos tempos difíceis que estamos, qual a mensagem que você deixa para essas pessoas?
A.T.: Que jamais percam a fé e a esperança. Como disse Jesus não cai uma folha de uma árvore sem que o Pai o permita. A Terra passa por um processo de transformação na escala dos mundos e isso exige algumas mudanças e abalos. Mas tudo continua na mais perfeita ordem e as dores são mais educativas que punitivas. Tudo vai passar e herdaremos um mundo melhor.

J.S.: Alysson, qual o balanço que você faz desta caminhada até aqui?
A.T.: Balanço extremamente positivo. Tenho uma linda família, um trabalho que me dá muita alegria em executar, acesso a um amplo conhecimento da realidade espiritual e inúmeras oportunidades de progresso, que tento sempre aproveitar. Só tenho a agradecer a Deus, Jesus, meu espírito protetor, minha família e amigos por tantas dádivas e esperar que eu possa corresponder a toda confiança que depositam em mim. Aproveito a agradecer ao Jornal do Sudoeste pela lembrança e espaço nesta coluna.