A secretária municipal de Educação em São Sebastião do Paraíso, Maria Ermínia Preto de Oliveira Campos, disse que não existem expectativas das aulas na rede municipal voltarem antes de julho. Segundo ela, o município, apesar de ter autonomia para algumas questões, segue o que é orientado pela Secretaria Estadual da Educação, pelo Conselho Nacional de Educação e Conselho Estadual de Educação, que são os órgãos normativos.
De acordo com a secretária, em reunião recente via videoconferência com toda a equipe da Educação, quinta-feira passada (30/4), com a superintendente regional de ensino, Maísa Barreto, e membros Conselho Nacional de Educação, a informação é de que antes de julho as escolas não devem retornar as atividades. "Nós já estávamos com atividades preparadas para maio e junho. Então, essa é a previsão. Nossa esperança é que volte antes, mas nós estamos nos preparando para retorno em julho", destacou.
Até que as aulas presenciais retornem, como alternativa a secretária conta que foram realizadas atividades para que os alunos possam fazer em casa, e não será nada que exija do responsável pela criança o ensino de alguma coisa. "A equipe da Educação está há mais um mês organizando esta situação, porque não esperávamos que fosse durar tanto tempo essa suspensão das aulas", conta.
Diante disto, ela destaca que "está sendo planejado, dentro da possibilidade porque sabemos que o estudo à distância é muito válido e dá muitas oportunidades ao aluno, mas é uma novidade para gente e, principalmente, para os alunos da faixa etária da Educação Infantil e do ciclo de alfabetização, que serão os mais prejudicados. A este, temos que ter um olhar assim mais cuidadoso", ressalta.
De acordo com secretária, para a Educação Infantil as atividades serão mais de orientação: higiene, de estímulo à aprendizagem, à coordenação motora, jogos, e contação de histórias. "Nós sabemos que o pai e a mãe não têm essa disponibilidade diária, mas nesse sentido podem aproveitar as tardezinhas e o final de semana com os seus filhos, para que eles se sintam acolhidos. Nós sabemos que quando voltar nós vamos ter que tratar também o emocional da criança e do professor", aponta.
Para o Ensino Fundamental I, Maria Ermínia explica que o foco serão a Língua Portuguesa e a Matemática, mas sem deixar de lado os demais conteúdos. Já no Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), o foco serão todos os conteúdos. "Nem todos tem acesso à internet, mas foi feito uma pesquisa, a maioria tem acesso, inclusive existem grupos de WhatsApp que fazem parte os pais e membros da comunidade escolar. Porém, aquelas crianças que não têm acesso, ou que não querem receber o material via internet, iremos oferecer o material impresso. Também será disponibilizada uma plataforma chamada Educa Paraíso, que irá oferecer diversos conteúdos para os alunos", explica.
Para aqueles que moram na zona rural, a secretaria está estudando uma forma dessas atividades serem entregues para os alunos no ponto onde eles pegam o transporte, com dia e hora marcada. A atividade deve ser quinzenal. "Temos relato de professores que mandam atividades para o aluno, o aluno faz, tira foto do caderno e manda para o professor. É longe, mas perto ao mesmo tempo", conta. A educação inclusiva também não ficará de fora e Maria Erminia ressalta que, se for o caso, serão feitos atendimentos individualizados em salas de recurso para esses alunos para que eles também não sejam prejudicados com a suspensão das aulas.
Por fim, Maria Erminia destaca que com o retorno das aulas presenciais, será feito um diagnóstico para ver o nível de aprendizado desses alunos. "Não temos intenção de prejudicar nenhum aluno, mas a criança precisa fazer sua parte. Quanto ao calendário, se não conseguirmos cumprir as 800 horas, há a possibilidade dele se estender até janeiro do ano que vem. Todas as atividades que serão enviadas aos alunos contarão para o cumprimento dessa carga", completa.