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Paula Ângela: Uma história de dedicação e amor às suas raízes

Nunca desista de sua caminhada por maiores que sejam os obstáculos acredite
Por: João Oliveira | Categoria: Entretenimento | 21-06-2020 09:00 | 2099
 Paula Angela hoje preside o Lions Club em São Sebastião do Paraíso
Paula Angela hoje preside o Lions Club em São Sebastião do Paraíso Foto: ARQUIVO PESSOAL

Paula Ângela Amaral Cauduro Lauria, nascida em Paraíso em 29 de março de 1966, fruto de uma gravidez muito desejada por sua mãe, Maria Otilia Amaral Cauduro, e seu pai, Luiz Carlos Cauduro, o Bim Cauduro (já falecido). À época, Paula conta que sua mãe havia feito uma promessa à Beata Paula Frassinetti, que se nascesse uma menina, ela teria o seu nome e seria batizada no Colégio das Irmãs. Motivo de imensa alegria, ela recorda que seus familiares disseram que seu pai, na época, precisou ir a Guaxupé buscar uma autorização do bispo arquidiocesano para que pudesse ser batizada na Capela do Colégio Paula Frassinetti, e assim foi realizado para alegria de todos. Com muito carinho, Paula Ângela, recém eleita presidente do Lions Clube em São Sebastião do Paraíso, aceita o convite desta coluna para contar um pouca de suas lembranças de família e da sua trajetória.

Jornal do Sudoeste: Conte-nos um pouco das suas primeiras memórias...
P.A.C.L: Minha infância foi maravilhosa, tenho muitas saudades das lembranças da casa dos meus avós, Otilia Amaral Soares e José Soares Amaral ( Zezé Amaral ), na Rua Pimenta de Pádua, onde hoje é o Banco Bradesco, e que tinha um quintal imenso com jabuticabeiras, mangueiras, abacateiros, parreiras, galinheiro, brincávamos muito eu e meus irmão,  Luiz Augusto e João Carlos, nesta época André Luiz ainda não era nascido, e nas férias, quando chegavam as primas e os primos, a diversão era maior ainda, além das brincadeiras na rua com os colegas de escolas como queimadas, pique-esconde, bets. Nossa infância era pé no chão, saudável, divertida, e domingo tinha a matinê do cinema na praça da Matriz... Quanta recordação, quanta saudade! Na época do Natal o tio Gilberto Amaral vinha de Brasília com sua família, tia Maria Helena Amaral de Campinas, tio Luciano Amaral de Belo Horizonte, irmãos de minha mãe, e a casa da minha amada avó Tilinha, assim como eu a chamava, era festa o tempo todo com nossa mãe de coração no fogão, a Lourdes (ainda viva e lúcida com seus 98 anos), com comidas e guloseimas maravilhosas. Vou dizer uma coisa: tempo que não existe e nem existira mais, que pena! Me restam as lembranças saudáveis, mas ao mesmo tempo tristes pelos que já se foram.

Jornal do Sudoeste: Zezé Amaral foi uma figura de destaque em Paraíso, e dá o nome a uma avenida muito famosa na cidade. Conte-nos um pouco dele...
P.A.C.L: Fazendo este relato das nossas festas natalinas, sempre percebia que o vovô Zezé me tratava diferente dos demais netos, fazia questão de me contar e me levar para ver seus empreendimentos, a Rádio Difusora Paraisense, a Galeria Central, o Cinema, sua Concessionaria Ford, e o seu primeiro posto de combustível, o São José, e me veio uma lembrança do meu primeiro cobertor cor de rosa. Vovô me convidou para irmos passear, na época tinha a Lojas Riachuelo, chegamos lá e ele me pediu para escolher um cobertor, me lembro como se fosse agora (risos), não queria de forma alguma porque estava calor, e ele me disse “escolha porque o vovô quer lhe presentear”, escolhi imediatamente, sem questionar, um cobertor cor de rosa claro. Fomos para casa e vovô me pediu para guardar para o inverno, que eu iria precisar e talvez ele não pudesse me entregar. Eu, criança, guardei e pronto.

Não é que o vovô veio a falecer no inverno, de um infarto fulminante, e não deu tempo de nada. E sempre que olho para meu cobertor, tenho vovô presente comigo. A partir do falecimento do vovô Zezé, tudo mudou: as festas de família não foram mais as mesmas, tinham reuniões todos os anos, mas faltava alguma coisa, por mais que minha amada vovó Tilinha se fizesse presente.

Jornal do Sudoeste: como foi a fase de escola e a juventude ?
P.A.C.L: Estudei no Grupo Escolar Campos do Amaral até a 4.ª serie, fiz o pré-primário com a tia Maria Alice Barbosa (falecida), após fui para o Colégio Paula Frassinetti, época em que fui professora de várias turminhas de catequese e sai formada pelo Magistério, melhores anos de estudo, professores excelentes como Dona Arlete Aloise, Dona Maria Eulina Simões Vieira (falecida), Bia Acerbi, dentre outras as quais devo minha eterna gratidão. Fiz também Faculdade de Ciências Econômicas em São Sebastião do Paraiso, minha gratidão ao professor Dr. José Editis David.

Jornal do Sudoeste: como foi sua atuação profissional?
P.A.C.L: Aos 18 anos, passei no concurso do Banco Credireal, e já comecei a trabalhar iniciando como escrituraria, com três meses fui promovida para caixa, com um ano passei a ser assistente de gerência. Foi um grande aprendizado, trabalhei com o Sr. Nilson Gonçalves de Pádua (falecido ) e o Sr. Olavo de Oliveira, dois mestres a quem tenho uma imensa gratidão pela paciência que tiveram e pela oportunidade que tive em desenvolver nesta área por aproximadamente cinco anos. Trabalhei com Postos de Combustível, Lojas de Conveniências, Transportadoras, por vários anos, uma área que exige muita dedicação, desprendimento de finais de semana, feriados, exige uma equipe com constante treinamento, trabalho em tempo integral, tem que gostar muito desta área e se doar bastante.

Jornal do Sudoeste- É difícil ser uma mulher empreendedora? Quais foram os obstáculos que você enfrentou e como conseguiu superá-los?
P.A.C.L: Ser mulher empreendedora, não é difícil, nunca tive problema porque sempre soube meu lugar, sempre tratei todos meus funcionários com educação e respeito e a recíproca era igual, e por incrível que pareça até hoje quando encontro um ex-funcionário, alguns ainda me chamam de “Dona Paula”, me sinto lisonjeada que são os frutos que plantei.

Jornal do Sudoeste: Você acredita que a mulher tem um papel importante na economia do País?
P.A.C.L: Sim, acredito muito nas mulheres, a começar dentro da própria casa, são o esteio, o alicerce de uma família. Em uma economia ela é capaz de um raciocínio e desprendimento, uma desenvoltura muito grande para contribuição de uma empresa em um contexto geral. 

Jornal do Sudoeste: Você sempre realizou trabalhos sociais? Conte-nos um pouco sobre essa face da sua vida.
P.A.C.L: Eu e meu esposo Claudio sempre estamos envolvidos em campanhas de ação social, vamos na periferia, envolvidos com as pessoas carentes, isto quando morávamos em Ribeirão Preto, em Campinas e desde que viemos para Paraiso não seria diferente.

Jornal do Sudoeste: Hoje você está presidente do Lions Clube. Como começou a sua história com o clube ?
P.A.C.L: Com o Lions Clube, foi lindo, nossa madrinha Dona Edyna Maldi Borges nos fez o convite pela proximidade das famílias, e está sendo uma honra poder trabalhar com ela e ser a sua sucessora. Aqui uma curiosidade: Meu avô Zezé Amaral foi fundador do Rotary Club de São Sebastiao do Paraiso, e o convite que chegou a mim foi pelo Lions Clube.

Jornal do Sudoeste: O lema da sua Presidência é Juntos Realizando e Transformando. O que isso significa?
P.A.C.L:  A força da união de pessoas para o bem comum.   

Jornal do Sudoeste: A atual situação do País prejudicou os trabalhos sociais? Como vocês têm lidado com tudo diante da atual crise sanitária?
P.A.C.L: Pelo contrário, estamos trabalhando muito, muito mesmo. Com esta pandemia tomando os devidos cuidados e precauções, porque com o fechamento das escolas e creches a situação complicou muito para as famílias carentes, tanto para as mães como para as crianças que se alimentavam nas creches. Estamos muito envolvidos dentro do possível fizemos muitas doações.

Jornal do Sudoeste: O que pode nos dizer sobre seus planos a curto, médio ou longo prazo?
P.A.C.L: Temos que sempre ter o pensamento positivo, almejar coisas boas, apesar do momento ser de dificuldades, não podemos parar e ficar lamentando, devemos sempre ir à luta, planejar, sonhar e jamais deixar de sermos donos de nossas próprias histórias, para que possamos nos orgulhar de nós mesmos independente do resultado.

Jornal do Sudoeste: Qual o balanço que você faz da sua trajetória até aqui?
P.A.C.L: Hoje me sinto uma mulher com conhecimento, mas com muito a aprender, experiente para tentar não errar, bem resolvida profissionalmente e mais ainda pessoalmente, bem casada, agradecendo diariamente minha família e rogando que mesmo longe Deus abençoe e proteja meus dois filhos e minha enteada. Deixo minha mensagem: Nunca desista de sua caminhada por maiores que sejam os obstáculos acredite em você e continue em frente.