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Tardes de domingo - dias de jogo

Por: Fernando de Miranda Jorge | Categoria: Cultura | 08-07-2020 01:13 | 1165
“Time de futebol (Anos sessenta uma  das formações). Da esquerda para a direita em pé: Noraldino, Hélio Alcântara, César Martins, Issi Izac, João Alegre e Artur. Agachados: Antônio Jorge, Fernando Miranda, Adair, Alan e Aparecido
“Time de futebol (Anos sessenta uma das formações). Da esquerda para a direita em pé: Noraldino, Hélio Alcântara, César Martins, Issi Izac, João Alegre e Artur. Agachados: Antônio Jorge, Fernando Miranda, Adair, Alan e Aparecido Foto: Reprodução

“Essencial é saber ser diferente, é saber manter a harmonia entre um ‘time de futebol’ mesclado de diversas categorias de escolas as mais variadas e distantes, mas a sintonia, a amizade e o prazer de jogar e dar alegria a uma população pacata e carente de diversões e entretenimento, assim realizávamos nossos sonhos das férias em Jacuí”, quando jogar futebol era recreação. Mais, horas dançantes nas residências, onde existiam as “Eletrolas”. Eram poucas. Inícios de namoros, tudo muito certinho. Era bom demais...

Saudades? Que nada! Vivemos os tempos bons, os melhores de nossas vidas. Agora, outros tempos. Falam modernos, será? Jovens estudantes saíam para estudar fora, o fundamental, o técnico e o universitário, cada um com seu destino certo, em: Muzambinho, Monte Santo de Minas, Viçosa, São Paulo, Lavras, Batatais, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Goiás... Tudo era recheado de expectativas.

A programação do jogo, o petitório financeiro para comprar a bola do jogo, pintar as áreas do campo, a rede, buscar o goleiraço Vítor, a véspera, o pós-jogo, a resenha esportiva, o bastidor (antes e depois dos jogos), as jogadas, os gols feitos e os perdidos... E o papo rolava a semana toda. A estratégia tática de como o time iria jogar. O técnico? Que técnico, que nada. Nós mesmos nos organizávamos. Um time de jovens, sem vícios, saudáveis. E jogávamos sempre para ganhar.

Várias formações, com jogadores que encaixavam perfeitos na nossa maneira de jogar. Éramos imbatíveis dentro de nossa casa. Tudo era decidido dentro das quatro linhas e, assim, mudávamos a maneira de atuar, conversando uns com os outros: Antônio Jorge, Adair, Alan, Fernando, Laércio Borges, Aparecido, Geraldão, Vítor, Issi, Hélio Alcântara, Luizão, Alceu, Santana. E: “fica, cola naquele jogador, adianta até a linha de fundo e cruza para trás, bola no chão sem ch-utão, de pé em pé, toca mais a bola, deixa comigo, chuta daí, o goleiro está adiantado”. Memoráveis tardes... Inesquecíveis dias... Era só felicidade. Éramos felizes e sabíamos! Éramos os donos da Praça Presidente Vargas, seu jardim e seus eternos bancos, onde fazíamos nossas reuniões, assentados no braço e na bancada.

Lembranças e homenagens aos abnegados jogadores dos anos 60: Jaime Queiroz, Noraldino, Hélio Alcântara, César Martins, Issi Izac Neto, João Alegre, Artur Borges, Alan, Aparecido do Calete, Luizinho Borges, Antônio Jorge, Fernando, Laércio Borges, Jamil, Zezé, Lázaro Miranda, Miro Pajé, Toninho Historinha, Itamar do Carcereiro, Joãozinho da Maria Chede, Homero Nogueira, Vanderley Oliveira , Wanderlei J. Pereira.

E, assim, o compositor mineiro e vocalista Samuel Rosa, da banda Skank, eternizou na música Uma partida de futebol: Bola na trave não altera o placar/Bola na área sem ninguém pra cabecear/Bola na rede pra fazer o gol/Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?

Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico Correspondente da APC Jacuí/MG fmjor31@gmail.com