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Retorno das aulas presenciais no segundo semestre divide opiniões

Por: Redação | Categoria: Educação | 25-07-2020 00:08 | 1522
Romeu Zema aponta para a volta das aulas presenciais no segundo semestre, mas não estipulou prazo
Romeu Zema aponta para a volta das aulas presenciais no segundo semestre, mas não estipulou prazo Foto: Divulgação

O anúncio do governador Romeu Zema de que as aulas presenciais retornarão no segundo semestre em Minas Gerais está causando polêmica na comunidade escolar. A medida divide opiniões entre representantes do setor como professores, diretores, estudantes e pais. Não existe uma data precisa para a volta das atividades presenciais nos estabelecimentos comerciais.

A confusão surgiu há menos de 10 dias quando o governador fez uma declaração durante uma entrevista quando falou do retorno das aulas presenciais no estado no segundo semestre deste ano. No entanto, Romeu Zema evitou precisar a data, devido à situação em que o estado se encontra com a pandemia de covid-19, tendo experimentado o crescimento dos casos nas últimas semanas.

“Com certeza no segundo semestre teremos. Está cedo para precisar essa data porque nós estamos agora no platô e vamos ter que ver como a pandemia vai se comportar nessa nova fase”, anunciou.

As aulas em modalidade presencial estão suspensas em Minas desde março. Os alunos da rede estadual de ensino, desde maio, têm tido aulas no regime à distância, por meio de conteúdos disponibilizados na Internet e por meio do canal de televisão Rede Minas.

Indagado se o ensino presencial poderia retornar em agosto ou setembro, Zema disse que não pode garantir. “Não sabemos ainda, mas quero lembrar: é o meu maior anseio que essas aulas voltem o quanto antes. Eu sei que as crianças em casa não estão aprendendo tanto quanto poderiam com aulas presenciais. Queremos fazer isso o quanto antes. O que eu puder fazer para agilizar, com segurança. Vamos fazer”, anunciou.

Nos dias que se seguiram as declarações do governador as repercussões se tornaram intensas tendo ganhado eco entre os participantes da comunidade escolar. Se por um lado diretores e professores analisam como adaptar ao novo normal dos tempos escolares, de outro, a repulsa dos pais que em grande parte declaram não enviarão seus filhos para as escolas enquanto não houver vacina, mesmo que isso possa custar prejuízo no atraso de um ano de aprendizado das crianças.

Para a secretária municipal de Educação de São Sebastião do Paraíso, Maria Ermínia Preto de Oliveira Campos, o que existe de concreto são estudos sobre uma possível volta das atividades. “Avalia-se um sistema de rodízio entre os estudantes. Da mesma forma as escolas precisam ser equipadas, com dispositivos de higienização que possam oferecer segurança”, comenta. Ela cita como exemplo a E.M. Maria de Lourdes Dizaró, o Caic, onde existem cerca de 800 crianças. “Imagina como controlar todos os alunos, as entradas, saídas, horários de intervalos é um processo amplo e difícil”, comenta.

Ainda de acordo com a secretaria a volta das atividades só deve ocorrer após uma análise muito profunda. “Precisamos preservar os professores, as equipes pedagógicas, temos servidores que fazem parte do grupo de risco”, alerta. Ermínia cita ainda a necessidade de serem feitos ajustes, com muita reflexão e análise crítica.

“Temos que ajustar a rede garantindo o direto à vida, à saúde e à educação”, enfatiza. Por fim ela menciona ter acessado uma pesquisa que apontava que um quarto da população, ou seja, 52 milhões de brasileiros, estariam envolvidos com a questão da volta às aulas. “É muita gente, é uma abrangência muito grande”, completa.

Para a professora Regina Célia Nunes é preciso ter cautela em relação a volta às aulas porque as atividades remotas estão em andamento e é preciso reconhecer todo o esforço que está sendo feito. “Nossos profissionais da educação municipal estão fazendo a diferença neste “novo normal” que estamos vivendo”, diz.

Entre os pais de alunos as opiniões estão divididas entre os que concordam com a volta as aulas e aqueles que apontam que a medida é prematura.  “Eu acho que as aulas devem voltar sim, é só tomar os cuidados. Pois as crianças estão nas ruas, nos supermercados, nas festas as chácaras estão com festas com muitas crianças. Então porque não mandar para as escolas”, diz Giovana Alaminio. Ela cita que pais estão perdendo emprego, porque as creches estão fechadas e eles não tem com quem deixar as crianças.

Por outro lado, há quem se negue a encaminhar os filhos para as escolas neste momento. “Acho que as aulas deveriam continuar online, e os pais que não estiver de acordo anula para crianças que não estão cumprindo as metas”, diz Ana Lúcia Souza.

Rodrigo Neto é pai de aluno e afirma que o sistema com aulas remotas está funcionando bem. “Não envio meus filhos para a escola enquanto não tiver a vacina. Está funcionando muito bem no remoto e estamos com segurança”, comenta. “Também não envio minha filha enquanto a vacina não chegar”, completa Lígia Couto.