Nos períodos mais críticos da pandemia do novo coronavírus na Europa, as equipes de F1 atenderam ao apelo do governo britânico para que ajudassem a desenvolver respiradores para atender à demanda dos hospitais. As equipes inglesas lideradas pela Mercedes trabalharam em conjunto com a universidade de Londres e em poucos dias já tinham os aparelhos projetados, desenvolvidos e aprovados para serem usados. Nenhuma delas quis patentear o projeto, deixando-o disponível na internet com o passo a passo para quem quisesse construir, com a vantagem de ser mais simples e sair por um preço muito mais em conta do que os aparelhos comercializados no mercado.
A F1 é conhecida também pela rápida resposta aos desafios de engenharia. No domingo passado os mecânicos da Red Bull operaram um milagre no carro de Max Verstappen ao reparar os danos da suspensão e da asa dianteira depois que o holandês escapou da pista molhada e acertou a barreira de proteção na volta de instalação para o grid.
Tratava-se de uma operação que segundo o chefe da equipe, Christian Horner, demora em média uma hora e meia, mas eles conseguiram fazer em 20 minutos(!) e finalizaram faltando apenas 35 segundos para estourar o limite de tempo em que é permitido aos mecânicos tocarem nos carros antes da largada.
Não foi por acaso que Verstappen comemorou o 2º lugar no GP da Hungria como se fosse vitória e fez questão de agradecer o trabalho desses fantásticos mecânicos. Merece menção também a confiança de Verstappen e a coragem de acelerar forte um carro consertado às pressas. O holandês ganhou quatro posições na largada e foi determinante para que terminasse a prova atrás apenas de Lewis Hamilton.
Apesar do bom resultado, a Red Bull não teve um bom final de semana na Hungria justamente na pista em que se esperava fosse estar mais próxima da Mercedes já que a potência do motor conta menos. Mas o que se viu foi uma Mercedes ainda mais forte do que se imaginava ao ponto de Lewis Hamilton, que obteve a 90ª pole position e venceu pela 86ª vez, se dar ao luxo de fazer uma parada extra faltando três voltas para o final para colocar pneus macios e ganhar o ponto extra pela volta mais rápida.
Mas o que chama atenção nesses mecânicos da F1 é que mesmo com a falta de preparo pelo tempo que ficaram parados até que as atividades pudessem ser retomadas, e mesmo em menor número, eles não perderam a eficiência como ficou provado no caso da Red Bull.
Esses mesmos mecânicos da equipe austríaca foram os mais rápidos na troca dos pneus do carro de Verstappen (2s04) e lideram o campeonato de pit stop, competição que muita gente nem sabe que existe, mas que é levada a sério pelos mecânicos de cada equipe. Os da Red Bull foram campeões do ano passado e no GP da Estíria chegaram muito próximo do recorde deles mesmo do ano passado (1s91) ao trocarem os pneus de Verstappen em 1s95.
Depois de três corridas seguidas, a F1 descansa neste domingo e volta para mais três finais de semana consecutivos com duas provas em Silverstone e uma na Espanha.
GP Brasil cancelado
Pela primeira vez desde 1972 a F1 não virá ao Brasil. Por conta da pandemia, os GPs do Brasil, Estados Unidos, México e Canadá foram cancelados e outras três pistas foram incluídas ao calendário: Nurburgring (Alemanha), Portimão (Portugal) e Ímola (Itália).
Stock Car tem largada amanhã
Com novos carros mais próximos dos modelos de rua, estreia do Toyota Corolla que se junta ao Chevrolet Cruze abrindo as portas para a principal categoria do automobilismo brasileiro tornar-se multimarcas, a Stock Car dá a largada para a temporada neste domingo, em Goiânia, com portões fechados, número reduzido de pessoas essenciais, programação mais enxuta e medidas de segurança contra a Covid-19. Serão duas provas de 30 minutos cada, com largada às 11h30, ao vivo no SporTV.