A jornalista e assistente social, Sônia Maria Ries de Souza, é uma profissional que desde que descobriu sua paixão pela comunicação, quando ainda cursava Assistência Social, vem buscando, sempre, novos desafios e oportunidades para colocar, cada vez mais, seus conhecimentos em prática, além de estar sempre superando seus limites e atrás de novos desafios. Graduada em assistência social (UNESP) e jornalismo (UNIFRAN), é pós-graduada em Produção de Conteúdo e Multiplataformas (Ufscar) e, atualmente, mestranda em Imagem e Som pela mesma universidade. Filha dos agricultores Zélia de Souza e Aparecido Carmo de Souza, o “seo Doca”, está de casamento marcado com o médico e cirurgião geral, José Carlos. Sônia também tem duas “filhas caninas”, as Shihtzus Doidinha e Fofa, e a Lady, uma vira-lata que, conforme ela conta, é para lá de amorosa. Ao Jornal do Sudoeste ela rememora seus momentos, da infância e adolescência que passou na zona rural de Itamogi ao seu atual momento profissional, como apresentadora do Jornal da EPTV 2, em São Carlos.
Jornal do Sudoeste: conte-nos sobre sua infância e suas memórias marcantes desta época?
S.M.R.S.: Nasci, assim como meus irmãos, em São Sebastião do Paraíso. Vivi até os dezoito anos na Fazenda Lagoa, município de Itamogi. Convivia entre meus primos de idades próximas, então a turma para brincadeira era garantida. A gente se divertia muito! Na roça mesmo cursei meus primeiros anos escolares, na Escola Municipal Hercídio Manoel Cintra, onde fiz até a quarta série. Nos anos seguintes até concluir o ensino médio ia de ônibus para Itamogi.
Da minha infância, lembro-me do cheiro da lenha queimando no fogão e minha mãe assando bolo. Lembro de brincar no barro quando chovia, principalmente no mês de janeiro. Aliás, mês da Folia de Reis. Época muito festiva pra todos nós do sítio. Confraternização entre as famílias vizinhas, que sempre iam ajudar no almoço ou no jantar de “Reis”. Eu e toda molecada enfeitávamos o arco com o alfabeto para os palhaços da companhia fazerem rimas. Tempo muito bom aquele, a fé da minha família minha inspira até hoje.
Jornal do Sudoeste: Como foi seu convívio familiar com seus pais e irmãos?
S.M.R.S.: Como eu sou a “raspa do tacho”, tenho uma grande diferença de idade dos meus irmãos. Então a educação lá em casa era linha dura (risos). Meus pais sempre rigorosos com estudo e disciplina, e meus irmãos por serem bem mais velhos que eu, também pegavam firmes no dia a dia. Mas, apesar disso, minha família toda tem alma leve, de fazer piada e dar risada sempre que está reunida. Então, eles me ensinaram a ter rigor e responsabilidade com a escola, trabalho, mas também a descontrair porque isso é necessário. Sou muito grata a Deus por ter a família que tenho! Eles me ensinaram todos os valores importantes para que a gente sempre siga em busca de evoluir e ser um ser humano que contribua para o bem dos outros e da sociedade.
Jornal do Sudoeste: Jornalismo não é sua primeira formação, é como assistente social. Como foi a escolha dessa primeira formação?
S.M.R.S.: Em 2004 terminei o Ensino Médio. E como todo jovem, era difícil saber que carreira seguir. Eu tinha um professor de história, Diogo, que me contava sobre os cursos que tinham na Unesp Franca, onde ele estudou. E eu fiquei apaixonada pelo Serviço Social. Então fiz um ano de cursinho e passei em Serviço Social na Unesp. É um curso incrível! E uma profissão linda e extremamente necessária. Depois de formada, trabalhei por um ano no CRAS Santa Tereza, em São Sebastião do Paraíso. Foi uma experiência muito importante! Mas também com uma carga emocional bem forte. Admiro muito meus amigos que atuam na área, e para quem tem vocação incentivo muito a faculdade. Precisamos de bons profissionais com formação crítica e atuante.
Jornal do Sudoeste: Em Paraíso, como foi o início da sua vida profissional e como surgiu a Comunicação nesse processo?
S.M.R.S.: No terceiro ano do curso de Serviço Social tive a oportunidade de fazer estágio na Prefeitura. E o Mariano Bícego, a quem sou grata pela oportunidade, vendo que eu tinha muita vocação para comunicação me convidou para fazer parte do estágio na Assessoria de Comunicação. Não deu outra, apaixonei-me perdidamente pelo jornalismo. Convivi com o Adriano Rosa assessor de imprensa, exímio jornalista que escreve o jornal oficial. Convivi com fotógrafos, cinegrafistas. E ali descobri que queria cursar jornalismo. Então me formei em Serviço Social dois anos mais tarde e já busquei a faculdade de comunicação.
Jornal do Sudoeste: Foi a atuação profissional como jornalista no município que te motivou a buscar uma formação superior, ou já era um sonho?
S.M.R.S.: Depois que atuei na assessoria de imprensa, vi que queria ser comunicadora. Então, terminando meu estágio ali fui na TV Sudoeste, com a cara e a coragem (risos), dizer que eu estava terminando a faculdade de Serviço Social, mas estava encantada com o jornalismo e queria oportunidade de fazer estágio. Argumentei que pretendia cursar jornalismo na sequência. E foi assim mesmo. Terminei Serviço Social e fiz Jornalismo. Trabalhei por seis anos na TV Sudoeste, fiz muitos amigos. Aprendi com grandes profissionais, e sou muito grata pela experiência que a TV me proporcionou.
Jornal do Sudoeste: Você voou para longe e decidiu mudar completamente de vida. Como foi trabalhar na filial da Record em Franca e, posteriormente, na Record News?
S.M.R.S.: Sim, depois, que terminei a graduação e já estava há bastante tempo na TV Sudoeste em Paraíso, apareceu a oportunidade de ser repórter na Record, em Franca. Jornalista gosta de novidade, desafio novo. Então me mudei e trabalhei um ano e meio lá. Foi uma experiência incrível também. Depois disso, o gestor da Record News, que já me conhecia de um prêmio de jornalismo que ganhei ainda na faculdade, me convidou para um processo seletivo para ser apresentadora. Prestei a prova, fiz pilotos. E trabalhei por cinco anos e meio como apresentadora e Repórter na Record News em Araraquara, e fiz inúmeras coberturas em São Paulo. Cobri o impeachmant da Dilma. A última eleição presidencial. Foram momentos marcantes para minha carreira.
Jornal do Sudoeste: Hoje está na EPTV. Como tem sido esta experiência e essa nova fase em sua vida?
S.M.R.S.: Há um ano, surgiu a oportunidade de ir para EPTV Central, que fica em São Carlos. Eu moro em Araraquara, então pego estrada todos os dias. Saio de casa meio dia e volto às onze da noite. Preciso de muita dedicação e organização na rotina. Eu entrei para ser a apresentadora da previsão do tempo no jornal do meio dia, o EPTV-1, mas há um mês assumi o jornal das sete, o EPTV-2. E estou muito feliz com a oportunidade. É uma rotina intensa e que estou amando! Tenho colegas que são profissionais maravilhosos, eu aprendo todos os dias. E isso nos motiva muito, o conhecimento sempre é o melhor motivador.
Jornal do Sudoeste: Enquanto jornalista, quais os desafios que você tem enfrentado por decorrência da pandemia e qual a importância do profissional da comunicação diante deste momento que enfrentamos?
S.M.R.S.: Quando a pandemia começou, não imaginávamos que chegaria ao Brasil. E quando chegou por aqui o medo e a insegurança atingiu todos nós. Mas o jornalismo é um serviço essencial para a sociedade, então mesmo quando tudo parou, nós, assim como tantos outros profissionais, não paramos. Levar informação é extremamente importante, e a nossa missão tem que ser seguida. Por estar na apresentação e na produção, fico na redação. Meus colegas repórteres estão nas ruas em contato com o povo, entrevistando profissionais da saúde. Aproveito a oportunidade e já faço aqui uma homenagem a esses profissionais que estão sempre na linha de frente com a nobre missão de informar.
Houve mudanças na empresa para nossa segurança, medidas sanitárias, uso de máscara obrigatório, medidas de distanciamento que seguem até hoje. E isso nos faz todos os dias lembrar que ainda estamos vivendo uma pandemia. Apesar da flexibilização do comércio e de outras medidas, o vírus não acabou. As vacinas ainda estão em teste, e será muito bom poder noticiar o fim dessa pandemia. Mas, por hora, as nossas notícias são retratando o “novo normal” e, infelizmente, ainda, o número de casos de contaminação e número de mortos pela COVID-19.
Como eu disse, jornalismo é um dos serviços essenciais e acho que isso resume nosso papel social, neste momento e em todos os outros. Somos a ponte entre o fato e as pessoas, somos preparados, fazemos faculdade, temos filosofia e ciência para isso. Faço mestrado em comunicação e estudarei a vida toda, é uma profissão séria porque lidamos com coisas sérias: notícias. A busca pela verdade e levar ela a público é o que nos faz existir. E isso tem que ser falado sempre. Somos PROFISSIONAIS, temos formação para isso.
Jornal do Sudoeste: Qual a mensagem que você deixa para nossos leitores e para àqueles que acompanham o seu trabalho?
S.M.R.S.: Sigamos fortes e acima de tudo nos cuidando e protegendo quem amamos. A pandemia vai passar. A ciência está do lado da vida. Tem cientistas brasileiros e do mundo dedicando suas vidas nesse momento para salvar as nossas. Mas até lá façamos nossa parte, manter o distanciamento social, usar máscara são regras do nosso cotidiano agora. Outra questão que preciso mencionar é que vivemos uma forte onda de fake news, então peço aos leitores que tenham discernimento entre o que é jornalismo profissional e gente que comete crime usando a comunicação.
Jornal do Sudoeste: Conte-nos um pouco sobre seus planos para o futuro. Você está de casamento marcado. Como está sendo esse novo passo em sua vida?
S.M.R.S.: Caso-me em breve, na próxima semana. A pandemia adiou alguns planos, não posso ter todos que gostaria junto comigo, mas é a vida. Estou muito feliz que tenha encontrado um companheiro pra dividir os sabores e dissabores da jornada, ter quem a gente ama por perto é importante para fortalecer quando preciso e para desfrutar dos bons momentos que conquistamos. Além disso, estou no mestrado e quero concluir dentro do prazo. Seguir estudando para mim sempre é um objetivo e um plano que executo. No mais, rezo todos os dias e peço para Deus me guiar pelo caminho da justiça, da verdade e da felicidade. Se eu puder ajudar e contribuir, então que eu possa fazer.
Jornal do Sudoeste: Qual o balanço que você faz dessa caminhada até aqui?
S.M.R.S.: Olha, eu constato que herdei a força e a coragem de lutar e seguir em frente dos meus pais. Conto sempre com o apoio dos meus irmãos e isso me fortalece sempre. Nada, nada é fácil. Mas tem momentos, como quando você vê que o seu trabalho fez a diferença positiva na vida de uma comunidade, ou de uma pessoa que seja, isso faz tudo valer a pena. Amo ser jornalista! Amo ser paraisense, amo ser mineira e brasileira. Que juntos possamos construir um País mais justo, uma sociedade mais equânime, cada um com sua vocação e contribuindo para o bem coletivo. Eu espero sempre poder fazer da melhor maneira a minha parte. Sinto-me realizada e com muita energia para os novos desafios! Obrigada, Jornal do Sudoeste, pelo convite!