Esta crônica registra momentos da centenária trajetória da indústria de laticínios Aviação, marca da empresa Gonçalves Salles Sociedade Anônima, com fábrica em São Sebastião do Paraíso, polo cafeeiro do Sudoeste Mineiro. Além de tratar de uma história econômica e industrial, esse retorno permite conhecer as raízes culturais dos seus produtos, os valores preservados ao longo do tempo e as lições deixadas pelos seus fundadores. Embora a unidade fabril paraisense tenha sido inaugurada em 25 de outubro de 1977, durante as comemorações do aniversário da cidade, a empresa teve origem em 1920, organizada como empreendimento familiar e com a denominação Gonçalves, Salles & Cia. No referido ano, foi inaugurada a fábrica de manteiga e queijos em Passos, outro polo da mesma região, quando atuava também no comércio de secos e molhados com armazém na Rua Líbero Badaró, centro da capital paulista.
Na parte dos produtos laticínios, o sucesso da marca consolidou em decorrência dos princípios praticados pelos fundadores. Em primeiro lugar, os empresários optaram por usar matéria prima de excelente qualidade. Em seguida, visualizaram o potencial da pecuária leiteira de Minas Gerais e posteriormente de outras regiões do interior de São Paulo. Souberam ainda aprimorar técnicas e saberes enraizados nas culturas do interior mineiro para fabricar os seus saborosos produtos. Eles também não perderam de vista os desafios industriais daquele tempo, incluindo a adoção de novos critérios de higiene na fabricação, embalagem e transporte dos produtos. Finalmente, souberam articular o progresso paulistano daquele momento com o potencial produtivo dos capitais oriundos das fazendas do interior mineiro.
Em meados da década de 1920, diferentes reportagens publicadas na imprensa paulista mostram a participação da empresa em exposições e concursos da pecuária leiteira, premiando as vacas mais produtivas e a qualidade do leite produzido. É possível constatar que os criadores da marca não se intimidaram diante do desafio de concorrer com outras marcas. Por exemplo, estava em expansão naquele momento uma poderosa concorrente do mesmo setor, de capital suíço, que hoje produz famosos e conhecidos chocolates, iogurtes, entre outros alimentos da mesma linha. Desse modo, ficou uma lição centenária: “Para você enfrentar um respeitável concorrente, nada melhor do que valorizar a qualidade do produto que você fabrica”. Em outras palavras, sempre fabricar um produto melhor do que foi produzido no passado e ainda melhor do que os concorrentes produzem. A escala de produção é uma condição que somente pode vir como consequência natural do princípio da qualidade diferenciada do produto.
O segundo princípio praticado pelos criadores da marca consistiu em reconhecer o potencial de pecuária leiteira mineira. Setor esse que se consolidou em paralelo com a expansão da plantação de cana e instalação das primeiras usinas de açúcar no município de Passos. Na continuidade dessa origem, estão os capitais advindos da cafeicultura de qualidade do município de São Sebastião do Paraíso. É importante reconhecer o potencial dessa base econômica do “café com leite”, que simbolizou a política nacional durante as três primeiras décadas do século XX, quando políticos mineiros e paulistas se alternaram na presidência da República.
O termo Aviação, escolhido para nomear a saborosa marca, foi uma influência dos anos 1920, quando estava iniciando a criação das primeiras empresas de transporte aéreo de passageiros e cargas no Brasil. Um setor que simbolizava o que havia de mais arrojado em termos de progresso daquele tempo. Tinha-se a percepção do quanto era necessário superar as bases rurais do Brasil, buscando construir um país moderno no sentido de lançar as bases da indústria nacional. O país estava ainda sob comando político dos velhos coronéis da antiga Guarda Nacional. Faltava uma década para iniciar o Governo Vargas (1930 – 1945), outro período importante da história brasileira.
Na mesma década, aconteceu a Semana de Arte Moderna de 1922, buscando romper com os padrões culturais europeus então valorizados e abrir espaço para as múltiplas raízes culturais brasileiras e suas diferentes formas de expressão. No mesmo ano aconteceu o primeiro movimento tenentista no Rio de Janeiro, sinalizando o início das reflexões sobre a necessidade de modernizar o país, instituir o voto secreto, admitir o voto das mulheres, tratar da educação primária para todos e acreditar na possibilidade de um país melhor para as diferentes classes sociais. Foi nesse contexto social e político, que três arrojados empresários lançaram as bases das indústria de laticínios que está completando um século de trajetória.
A empresa foi criada por três cidadãos unidos por laços familiares: Augusto Salles, seu filho Oscar Salles e seu genro Antônio Gonçalves, casado com Dona Luíza. Oscar Salles, casado com Geny Lebert Salles (Dona Nenê), era anunciado na imprensa paulistana como “mineiro de coração e paulistano por opção comercial”, tendo o casal, os filhos Nelson e Milton Lebert Salles, que sempre eram mencionados em colunas sociais dos jornais paulistanos. Em meados da década de 1960, com o falecimento de Antônio Gonçalves, a direção da empresa foi assumida pelo seu genro, Geraldo Alvarenga Resende, que teve como sucessor o atual diretor Geraldo Alvarenga Resende Filho. Portanto, a empresa vivencia os momentos da terceira geração, indicando a existência de três grandes períodos que justificam o sucesso atual da empresa hoje instalada na Avenida Wenceslau Braz, 36, no coração do populoso bairro da Mocoquinha, em São Sebastião do Paraíso.
Do ponto de vista cultural e afetivo, a conhecida marca de lacticínios simboliza o orgulho de muitos paraisenses que, ao se apresentarem para quem não conhece a região, costumam dizer: “Sou da terra onde se fabrica a Manteiga Aviação”. Além do mais, os produtos hoje fabricados servem para presentear amigos familiares, em cuja memória, há um espaço reservado para as delícias e sabores da querida terra natal.
Há 43 anos, teve início uma nova etapa na história da famosa manteiga com a inauguração da fábrica em São Sebastião do Paraíso. Nesse sentido, temos o registro do Diário da Tarde, de Curitiba, edição de 25 de outubro de 1977. A solenidade contou a presença do então Ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, destacando que o projeto resultou do “investimento de cerca de 30 milhões de cruzeiros”. Após participar da inauguração da fábrica, o Ministro foi visitar os armazéns da Cooperativa dos Cafeicultores, onde estavam guardados, naquele momento, 170 mil sacas de café. No plano político, quando a referida fábrica foi inaugurada estava em curso a hegemonia exercida pela antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena), sendo prefeito de São Sebastião do Paraíso, o empresário Waldir Marcolini, conhecedor dos desafios de transição da antiga lógica da cafeicultura para os setores industriais e comerciais. Conforme afirmou o referido prefeito, naquele ano de 1977, o município de São Sebastião do Paraíso havia produzido 350 mil sacas de café
FOTO: Diário da Tarde, Curitiba, 25 de outubro de 1977
Na edição de 18 de março de 1924 do Correio Paulistano, de São Paulo, numa coluna dedicada a divulgar notícias do interior do Brasil, o cronista residente em Passos redigiu artigo para divulgar o funcionando naquela cidade do Sudoeste Mineiro, com magníficos resultados, a fábrica de Manteiga Aviação de propriedade da empresa Gonçalves Salles & Cia. Nos primeiros anos de funcionamento a fábrica de laticínios, Antônio Gonçalves mantinha negócios relacionados à indústria açucareira em Passos, Sudoeste Mineiro, conforme consta na revista paulista Chácaras e Quintais, de 15 de fevereiro de 1924. Capitais conquistados com o sucesso obtido na agricultura e pecuária regional levaram um grupo de investidores a criar uma companhia instalada no município de Passos, denominada Engenho Central, iniciando a fabricação de açúcar em grande escala. Estava à frente do projeto, Antônio Gonçalves, um dos sócios da firma Gonçalves, Salles & Cia., com sede da capital paulista, além de Joaquim Mário, Emílio Teixeira e o padre Eusébio Leite, os quais receberam amplo apoio dos lavouristas e plantadores de cana na região de Passos, conforme registrou a mencionada revista.
Foi ainda divulgado na mesma fontes que “Dada a fertilidade das terras marginais do rio Grande, em Passos, ricas em calcário, a futura Usina Açucareira, ali em fundação, prometia grande futuro, cooperando para o progresso do país, particularmente para o Estado de Minas.” Esse registro sinaliza que a indústria de laticínios foi instalada em Passos, num momento diferenciado de transição da economia de agrícola para o setor industrial, concebida em sintonia com o potencial de expansão do comércio paulista. Em outras palavras, a grande marca nasce nessa dupla vertente de valorização da qualidade do leite produzido no Sudoeste Mineiro, incluindo as técnicas e saberes regionais, e as excelentes possibilidades de negócio que descortinava no Brasil, tomando como referência central a capital paulista.
FOTO: Revista Chácara e Quintais, São Paulo, 15 de fevereiro de 1924
O jornal Correio Paulistano, de 1 de outubro de 1925, noticiou que a empresa Gonçalves, Salles e Cia., proprietária da marca Manteiga Aviação, estava empenhada em doar 50% dos valores das vendas de seus produtos que estavam sendo comercializados durante a realização de um grande certame da pecuária leiteira, onde diferentes prêmios eram oferecidos para as vacas mais produtivas. Naquele momento, estava acontecendo a Exposição de Laticínios e Garrotes, realizada no Palácio da Indústria de São Paulo. Evento esse também noticiado pela revista O Criador Paulista, edição do mês de novembro do mesmo ano. Mais especificamente, a marca Aviação concorreu no referido concurso com produtores sediados em São Paulo, Tietê, Mococa, Guaratinguetá, entre outras cidades paulistas.
Do ponto de vista histórico, reforçando a existência de estreitas relações entre as bases econômicas da pecuária com a cafeicultura, cumpre registrar a expressiva participação da empresa Gonçalves, Salles & Cia no grande evento realizado em 1927, que foi a Exposição do Bicentenário do Café de São Paulo de 1927. A empresa, além de fabricar e comercializar a famosa Manteiga Aviação, na parte do comércio atacadista, era representante da Água Mineral Baependy, conforme diferentes anúncios publicados na empresa paulistana. Para registrar esse momento especial na trajetória inicial da marca, transcrevemos abaixo a íntegra de uma notícia de jornal.
“Na demorada visita que fizemos à Exposição do Café, tivemos a nossa atenção despertada pelos mostruários em que eram apresentados os nossos produtos laticínios. É que, interessando-nos de há muito por essa indústria, que considerávamos e ainda consideramos das mais futurosas do país, nos causava certa tristeza o atraso em que ela viveu até poucos anos atrás. Atraso esse que facilmente se verificava pela inferioridade dos nossos produtos, quando comparados com os similares de origem estrangeira. Nos últimos anos, entretanto, temos podido observar, com viva satisfação, que a indústria nacional dos laticínios vai em franco progresso. Podemos já nos orgulhar dos produtos que nada ficam a dever aos similares estrangeiros dos mais reputados. Essa mesma satisfação que é um misto de vaidade e orgulho patriótico, sentimos de novo durante a visita a que acima nos referimos, principalmente, quanto nos detivemos ante o mostruário em que é apresentado a Manteiga Aviação. É esse um patrimônio que honra sobremaneira os seus fabricantes. ‘Pelo seu ótimo sabor, excelente aspecto e perfeito acondicionamento, a manteiga Aviação se já não é a preferida pelo consumidor exigente será dentro de pouco tempo’. Com essas palavras que textualmente reproduzimos externou suas impressões, no livro que a esse fim destinámos, um ilustre visitante. Com efeito, a manteiga Aviação se sobressai dentre as suas congêneres pelo aspecto belíssimo que ostenta e que lhe advêm na pureza extraordinária do leite com que é fabricada. Em uma grande cidade como a nossa [São Paulo] em que a intoxicação alimentar devida à absorção de gêneros deteriorados é tão frequente, tão elevado e coeficiente de mortalidade por moléstias do aparelho digestivo, a certeza de se obter um produto cuja pureza não pode sequer ser suspeitada, é para as famílias principalmente de um valor inestimável. E a manteiga Aviação está nesse caso. Fabricada com o mais puro leite que se pode conseguir, com todos os preceitos da mais rigorosa higiene, sem preocupações de economias que fazem aproveitar elementos que devem ser desprezados e que concorrem para maior rendimento na fabricação, com sacrifício da qualidade do produto. A manteiga Aviação oferece aos seus consumidores garantia absoluta de pureza. Às famílias recomendamos uma visita ao mostruário da Exposição do Café, em que os senhores Gonçalves, Salles & Cia., exibem o magnífico produto de sua fabricação.” (Diário da Noite, São Paulo, 28 de outubro de 1927)
Outro registro da trajetória da Manteiga Aviação está na revista Para Todos, São Paulo, de dezembro de 1927, destacando a participação da empresa Gonçalves, Salles & Cia, na Exposição do Bicentenário da Cafeicultura no Brasil, realizada no Palácio da Indústria de São Paulo, naquele ano. Cumpre relembrar aqui, conforme escrevemos em outra crônica histórica, a participação destacada na referida exposição do coronel José Honório Vieira, anunciado como o Rei do Café de Minas, conhecido fazendeiro e líder político de São Sebastião do Paraíso.
Ainda na década de 1920, localizamos vários anúncios publicados em jornais de diferentes regiões do Brasil, anunciando a venda da Manteiga Aviação. São indícios de que em menos de uma década, o produto já estava sendo distribuído muito além de São Paulo. Confirma essa observação, comercial publicado no jornal Tribuna, de Corumbá, no Mato Grosso, de 4 de abril de 1927, anunciado que a manteiga Aviação estava sendo vendida na Casa Cuiabana estabelecida naquela praça. Nessa mesma linha, o jornal O Imparcial, de São Luiz do Maranhão, em 3 de março de 1928, publicou anúncio da firma Emílio Lisboa & Cia, que eram revendedores da Manteiga Aviação naquela capital, sendo o produto disponível em latas de 500 e 250 gramas.
FOTO: Fonte: Jornal O Imparcial, Maranhão, 3 de março de 1928
Notícia redigida por um cronista de Passos, Minas Gerais, publicada no Diário de São Paulo, de São Paulo, edição de 8 de novembro de 1929, anunciava que naquele momento estavam sendo produzidos em torno de 250 quilos de manteiga, de grande aceitação no comércio de São Paulo.
FOTO: Diário Nacional, São Paulo, 8 de novembro de 1929
Um dos aspectos mencionados na imprensa dos anos 1930, dizia respeito à qualidade dos produtos fabricados pela Gonçalves, Salles & Cia. Era anunciado que ao terminar o processo de fabricação da manteiga, o produto era transferido da batedeira para embalagens grandes e limpíssimas, as quais eram guardadas nas “Geladeiras Aviação”. Essa última expressão indica então ao cuidado dos empresários em mandar fabricar geladeiras especiais para seus produtos, numa época em praticamente não existe as grandes câmaras frias da atualidade. Esse processo de conservação permitia a preservação do produto em excelentes condições de qualidade.
FOTO: A Gazeta. São Paulo. 19 de outubro de 1931
FOTO: A Gazeta. São Paulo. 9 de novembro de 1931
No contexto da Revolução Constitucionalista de 1932, diante do grande número de combatentes feridos e mortos na capital paulista, o hospital mantido pelo Colégio Mackenzie (atual Universidade) organizou serviço de atendimento aos necessitados, contando com apoio de renomadas empresas paulistas. Nesse momento delicado da vida nacional, a empresa Gonçalves, Salles & Cia não se omitiu diante da situação e se integrou na lista dos maiores contribuidores do programa de apoio iniciado pelo referido hospital, instituição vinculado à Igreja Presbiteriana do Brasil. Essa informação consta em ampla reportagem publicada no jornal Diário Nacional, de São Paulo, edição de 7 de agosto de 1932. Esse registro afirmava a expressiva repercussão da iniciativa do Hospital vinculado ao Colégio Mackenzie e as contribuições oferecidas por empresas de renome nacional, entre as quais: Malharia Império, Fábrica Paulista de Roupas Brancas, White Martins, Cooperativa de Fruticultores Paulistas, Colônia Americana, Rotary Club, Casa Pratt, Bazar Olinda e Manteiga Aviação. Além do mais, diante das dificuldades daquele momento da revolução, o tráfego das estradas de ferro Paulista e Sorocabana foi interrompido, temporariamente, alterando as condições de comércio entre a capital e o interior do daquele estado. Assim que o tráfego foi restabelecido, a Gonçalves Salles & Cia mandou publicar anúncio na impressa que estava retomando a distribuição de seus produtos, usando o transporte ferroviário. Estavam sendo produzida a manteiga fresca Aviação, assim como queijos tipo prato, parmesão e patê, nas fábricas de Avaré e Viradouro.
FOTO: A Gazeta. São Paulo, 8 de outubro de 1932
Na década de 1930, a empresa Gonçalves, Salles e Cia expande sua produção e amplia a rede de distribuidores comerciais em diferentes regiões do Brasil. Nesse sentido, foi inaugurado no Rio de Janeiro, em julho de 1933, a casa comercial Gaetta & Ferreira, com sede na Avenida Gomes Freire, anunciando na imprensa tratar-se dos “únicos depositários” da famosa Manteiga Aviação. Naquele momento, conforme consta no jornal A Batalha, do Rio de Janeiro, edição de 5 de julho de 1933, os laticínios da referida marca eram produzidos em fábricas instaladas em Avaré, Viradouro e Orlândia.
FOTO: A Batalha. Rio de Janeiro, 5 de julho de 1933
FOTO: A Batalha. Rio de Janeiro, 6 de Julho de 1933
FOTO: Jornal Moscone, São Paulo, edição de 19 de agosto de 1944
Seguindo a mesma linha comercial estabelecida desde a criação da empresa, no sentido de investir recursos na divulgação de seus produtos, nos anos 1950, a Manteiga Aviação era uma das patrocinadoras do programa Veja Como se Cozinha, apresentado pela senhora Marialice Prestes, conhecido nome da sociedade paulista, na então recém inaugurada PRF3 Televisão Tupi Difusora de São Paulo. Conforme anúncio publicado em 11 de dezembro de 1952, o Diário da Noite, de São Paulo.
FOTO: Manteiga Aviação era patrocinadora do programa “Veja Como se Cozinha”, da TV Tupi. Diário da Noite. São Paulo, 11 de Dezembro de 1952
FOTO: Jornal do Comércio, de Manaus, AM, em 23 de junho de 1963
FOTO: Comercial publicado no jornal A Noite, do Rio de Janeiro, em 1956, em página dedicada à cidade de Passos, Minas Geais. Naquele momento, a empresa Gonçalves Salles S.A. fabriava também a Manteiga Guarujá, mantendo fábrica em Passos, com filiais em Guapé, Ibiraci, Bom Sucesso e São João Batista do Glória.