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Amanda Fagundes: Uma profissional em busca do seu espaço

As cobranças me ajudaram a me tornar a profissional que sou hoje, e sou grata por tudo o que passei
Por: João Oliveira | Categoria: Entretenimento | 29-11-2020 08:47 | 1593
Amanda Fagundes esteve à frente da campanha do vereador Vinício Scarano, o mais votado nas eleições municipais de 2020
Amanda Fagundes esteve à frente da campanha do vereador Vinício Scarano, o mais votado nas eleições municipais de 2020 Foto: Arquivo Pessoal

A jornalista Amanda Castro Fagundes, é uma profissional competente que vem se firmando no meio da comunicação. Gosta e se interessa por política, área que pretende continuar trabalhando, tendo inclusive, estado à frente da campanha do vereador mais votado em São Sebastião do Paraíso: Vinício Scarano. Filha de Benedito e Tereza Fagundes, aos 26 anos, após passar uma longa temporada fora para estudar e trabalhar, retorna a Paraíso onde pretender se estabelecer e alçar novos sonhos.

Jornal do Sudoeste: Conte-nos um pouco da sua criação...
A.C.F.: Eu sou nascida e criada aqui em Paraíso. Meus pais já são bem mais velhos, meu pai tem 80 anos, e minha mãe 60. Então, minha criação foi com meus pais em casa, meu pai mesmo, sempre esteve muito presente. Lembro-me que na infância ele sempre me levava à Praça de Esportes para nadar, jogar, brincar na areia. Foi uma infância diferente das outras crianças. Sempre estudei em escola pública, e apesar de hoje ser jornalista, eu era bem quieta, ficava no meu canto. A transformação veio quando fui para Ribeirão, porque lá enfrentei algumas dificuldades e a gente precisa dar a cara para o mundo, abrir os horizontes, conhecer novas realidades, tanto que no primeiro ano de faculdade tive a oportunidade de fazer intercâmbio na Alemanha, conheci Paris...

Jornal do Sudoeste: foi uma aventura...
A.C.F.: Sim. Nunca tinha saído do Brasil. Na época eu tinha um namorado que fazia um estágio na Alemanha, e ele me convidou para ir para lá. Peguei o avião sozinha e fui. Minha mãe até ficou preocupada, mas era uma oportunidade. Pensei que o máximo de errado que poderia dar, era eu ser deportada.

Jornal do Sudoeste: como foi para você se deparar com essa outra realidade na Europa?
A.C.F.: Foi muito legal, é uma outra cultura, pessoas bem diferentes da gente. Onde fiquei era uma espécie de república, que não havia somente brasileiros. Recordo-me que havia um homem do Paquistão, que não conversava com mulheres, então não tive a oportunidade de conhecê-lo melhor. Porém, acabei fazendo amizade com alguns alemães, que são mais sérios, os casais na rua não andam de mãos dadas, muito diferente da nossa realidade. Paris era uma cidade que eu tinha muita vontade de conhecer, e foi uma surpresa conhecer a Torre Eiffel, o Museu do Louvre.  Foi um sonho, mas voltei. Às vezes a gente volta com um sentimento meio revoltante, porque na Europa tudo funciona muito bem, e não é a realidade do Brasil. Lembro-me que se o trem atrasasse um minuto, era comunicado o atraso. É uma realidade diferente, mas eu gosto muito daqui, gostei de morar em Ribeirão.

Jornal do Sudoeste: sua vida foi idas e vindas, conte-nos um pouco...
A.C.F.: Sim. Fui embora para Ribeirão Preto estudar, na época entrei para a faculdade de Arquitetura, que cursei pelo período de um ano, e quando chegou no final daquele ano, percebi que não era algo que eu queria. No entanto, havia coisas que eu gostava na Arquitetura, uma das minhas matérias favoritas era História da Arte, que nos permitia conhecer alguns fatos, e não fazer os projetos, não tinha tanta habilidade com desenhos. A comunicação é uma área que sempre gostei, e quando criança sempre dizia que queria ser apresentadora de TV. Nunca fui muito incentivada, no entanto. Na Arquitetura pensei que me daria bem, mas vi que não era para mim. Então, decidi me matricular no curso de Jornalismo, na mesma instituição, a UNICEP.

Jornal do Sudoeste: E como foi esse período para você?
A.C.F.: Desde o primeiro ano, já comecei a estagiar. Comecei na Prefeitura de Ribeirão Preto, e não parei mais. Sempre tive um desejo muito grande de trabalhar na área política, mas depois que terminei meu estágio, comecei a trabalhar na área de Marketing Digital, trabalhei em algumas empresas até que surgiu a oportunidade de trabalhar em uma agência de Marketing Digital, como estagiária, tendo sido convidada a ser sócia, um ano depois. Quando retornei a Paraíso, desliguei-me dessa empresa e surgiu a oportunidade de trabalhar com a campanha do Vinício Scarano. Fiz toda a parte de comunicação, e ele foi o vereador mais votado. Não foi uma surpresa, porque acredito muito no trabalho dele, e é uma pessoa que transmite muita confiança, que é muito confiável e competente. Como já era um desejo trabalhar com política, acabamos trabalhando bastante tempo juntos, desde junho para ser precisa. Aprendi várias coisas e pretendo continuar nessa área se eu tiver oportunidade.

Jornal do Sudoeste: como tem sido essa nova fase em Paraíso?
A.C.F.: Estou muito animada, principalmente com os novos desafios que virão. Acredito que tudo acontecerá no próximo ano. Apesar de 2020 ter sido ruim, devido as perdas, a economia, não posso reclamar porque, graças a Deus, meus pais estão bem, minha família está bem. E começar a trabalhar com política, foi uma surpresa muito grata. Não posso reclamar tanto, porque aconteceram muitas coisas boas. Para o próximo ano, a pretensão é continuar em Paraíso e, se surgir a oportunidade, continuar trabalhando com política, que é algo que eu sou apaixonada. Tanto que meu TCC foi sobre o segundo governo de Getúlio Vargas e as articulações de Carlos Lacerda através da Tribuna da Imprensa. Foi um trabalho muito bom, tive uma orientadora maravilhosa e, felizmente, consegui tirar 10.

Jornal do Sudoeste: você pretende se especializar na área de comunicação?
A.C.F.: Eu tenho vontade de fazer um MBA, e também de cursar Direito. Acredito que é uma área que todos deveriam ter pelo menos uma aula introdutória. Foi uma das coisas que pensei ao voltar para Paraíso, que daria para fazer uma faculdade de Direito de forma mais tranquila. Sempre costumo dizer que a gente não pode fazer uma faculdade e se acostumar a isso e parar de estudar. Temos que continuar nos especializando. Nós, que trabalhamos com Marketing Digital, a cada dia é uma novidade no mercado da comunicação, você precisa acompanhar, e ir se atualizando.

Jornal do Sudoeste: A faculdade de Jornalismo foi o que você esperava?
A.C.F.: Sim. Mas quando você começa a estudar jornalismo, as pessoas entendem que você vai trabalhar na TV. Recordo-me que o assunto principal entre nós, era o estágio da EPTV, e isso eu não queria. Mas depois fui fazer estágio na área de Marketing Digital e comunicação empresarial, que foram meus dois primeiros estágios, percebi que gostava mais disto do que da TV em si.

Jornal do Sudoeste: E o que você mais gostou do Jornalismo?
A.C.F.: Tive um professor que me marcou muito na faculdade de Jornalismo, que foi o José Bonato. Na época em que ele lecionava para a gente, ele ainda estava na Faculdade de Direito. Esse professor era muito crítico, politizado, e eu gostava de trocar ideias com ele. É um professor que sempre me incentivava a pesquisar as coisas. Uma professora que marcou muito minha fase acadêmica, tanto quanto ele, foi Márcia Soares Batista. Sempre me instigaram ir atrás da informação e não ficar na superfície da informação.

Jornal do Sudoeste: Mas nem tudo são flores....
A.C.F.: Os perrengues fazem parte. Toda as dificuldades que passei em Ribeirão Preto, longe da minha família, me ajudaram muito a crescer. Se eu tivesse ficado por aqui, na barra da saia da minha mãe, não teria vivido todas as experiências que vivi. No começo foi difícil, mas eu tinha o sonho de fazer a faculdade e sabia que precisava continuar, era pro meu bem. E lá fiquei seis anos.

Jornal do Sudoeste: Qual é o balanço que você faz dessa trajetória?
A.C.F.: Eu acredito que as coisas ruins me ajudaram a estar aqui, todas as dificuldades que passei em Ribeirão, nos estágios onde muitas das vezes você não consegue fazer algo e sempre tem um chefe que te cobra muito... Todas as cobranças que tive, todos os ensinamentos, me ajudaram a chegar aonde cheguei. Na agência onde trabalhei, e comecei como estagiária, cheguei a um cargo muito bom, me tornei sócia! Tive a oportunidade de atender clientes grandes, e foi uma responsabilidade muito grande, mas também uma oportunidade. As cobranças me ajudaram a me tornar a profissional que sou hoje, e sou grata por tudo o que passei. Se eu não tivesse passado por tudo isso, não seria a pessoa que sou hoje.