TERRA NOSTRA

Batalha

Por: Manolo D´Aiuto | Categoria: Entretenimento | 09-12-2020 00:20 | 542
Foto: Reprodução

Há homens que, por espírito e natureza são difíceis de domar, neles há um fogo sagrado dedicado à ação e à piedade, novo Dom Quixote que anseia pela batalha contra tudo e todos independentemente da força do adversário, entre estes podemos certamente incluem Giuseppe Garibaldi. Herói de dois mundos, assim entrou para a história este lígure de Nice, filho do povo e terra de marinheiros e exploradores, entre os quais Cristóvão Colombo. Desde muito jovem Garibaldi preferia a atividade física ao estudo, aos oito anos, exceto no caso de uma camponesa que se afogava, episódio que se repetirá doze vezes na vida do herói. Lutando contra a opinião da família, ele foi aceito como menino de navio na marinha da Ligúria e iniciou uma série de viagens marítimas que aprimoraram suas habilidades e forjaram seu caráter. Mazzini tinha um sentimento republicano como seu gêmeo ideal com quem compartilhar seus ideais, embora em muito poucos casos os dois figuraram alcançados, ambos foram os motores e criadores da união italiana.

No início obviamente republicano e anticlerical, Garibaldi foi hostil ao governo de Sabóia, por isso participou de vários levantes insurrecionais e acabou sendo procurado pela polícia de metade da Itália. Viajo ao longo da península, embarcando de vez em quando com nome falso, ora inglês, ora de Livorno ou Nápoles, sempre na tentativa de apressar este ou aquele pedido de ajuda dos republicanos. Justamente por isso foi procurado, foi obrigado a deixar a Itália e embarcar para a América do Sul com destino ao Rio de Janeiro. Acolhida por alguns imigrantes italianos com idéias Mazzinianas, uma densa propaganda começou imediatamente a sensibilizar nossos imigrantes para a questão italiana. Pediu também ao amigo Mazzini uma carta de marca, para que pudesse operar como corsário contra os navios austríacos e piemonte-ses, carta que nunca chegou. Nesse ínterim, o Brasil vivia também um momento delicado, principalmente no sul do país, o mais rico e desenvolvido, onde o militar Bento Con-calves reivindicou a postagem e a libertação do jogo de Dom Pedro II. Garibaldi, hostil a qualquer forma de governo absoluto, não hesitou em abraçar seus ideais, conseguindo finalmente uma marca que o autorizava, para o estado do Rio Grande do Sul, a atuar como corsário. Garibaldi transformou-se de herói em lenda, enfrentando missões perigosas sempre sob o comando de um número assustado de homens que, sob a liderança do líder, pareciam aumentar sua força e número cem vezes mais.

Em 1839 Garibaldi conheceu o maior amor de sua vida Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, que ficou para a história como Anita Garibaldi. Quando a viu pela primeira vez, aproximou-se dela e disse em italiano - você deve ser minha - embora ela fosse casada com um homem muito mais velho que ela. Os dois iniciaram uma longa parceria lado a lado lutando e se apaixonando movidos por uma forte paixão. Depois dos parênteses no Brasil, ele migrou para o vizinho Uruguai também lá, tomando partido e lutando na guerra civil que estourou e assumindo o comando do que foi chamado de ação suicida. Em 1848 Garibaldi retornou à Itália, desta vez com a proteção do reino piemontês pronto para participar da primeira guerra de independência.

O que garibaldi fez na Itália é história bem conhecida, a defesa épica da república romana, a morte em seus braços, enquanto era caçado pelos austríacos, sua amada Anita, viaja para a América do Norte e Ásia e, finalmente, o seu mais grande empreendimento o dos Mil, com o qual no comando de mil voluntários que partiram de Quarto e desembarcaram em Marsala, subiu a península expulsando os Bourbons e de fato entregando a Itália reunida nas mãos do rei Vittorio Emanuele. com garibaldi encerramos o caminho que nos conduziu à unidade da Itália, que só será verdadeiramente unida depois da Primeira Guerra Mundial, e nos preparamos para o final do nosso caminho na história da Itália. Na próxima semana falaremos sobre o século XX e as duas guerras, a imigração em massa e as dificuldades em que se encontravam os italianos, mas em poucos anos eles conseguiram sair do abismo e se estabelecer como uma das sete potências mundiais, papel que ainda hoje mantém.

Ciaoooo
Manolo D’Aiuto/Il Vero Italiano