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Bem aventurado os aflitos

Por: Redação | Categoria: Do leitor | 24-02-2021 10:47 | 585
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  1. Aquele que está desgostoso da vida, mas não quer abreviá-la por si mesmo, será culpado, se procurar a morte num campo de batalha, com o pensamento de torná-la útil?

Que o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre o de abreviar a vida, e por conseguinte, há o suicídio de intenção, se não de fato. O pensamento de que sua morte servirá para alguma coisa é ilusório, isso não passa de pretexto, para colorir sua ação e desculpá-la aos seus próprios olhos. Se ele tivesse seriamente o desejo de servir seu país, procuraria viver para defendê-lo, e não buscaria morrer, porque uma vez morto já não serviria para nada. O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte, quando se trata de ser útil, em enfrentar o perigo, e oferecer o sacrifício da vida, antecipadamente e sem pesar, se isso for necessário. Mas a intenção premeditada de procurar a morte, expondo-se para tanto ao perigo, mesmo para prestar serviço, anula o mérito da ação. (São) Luís Paris, 1860.

  1. Um homem se expõe a um perigo iminente para salvar a vida de um semelhante, sabendo de antemão que sucumbirá; isso pode ser considerado como suicídio?

Do momento em que não há intenção de procurar a morte não existir, não haverá suicídio, mas devotamento e abnegação, mesmo com a certeza de perecer. Mas quem pode ter essa certeza? Quem diz que a Providência não reservará um meio inesperado de salvação, no momento mais crítico? Não pode ela salvar até mesmo aquele que estiver na boca de um canhão? Frequentemente ela pode querer levar a prova da resignação até o último limite, então, uma circunstância inesperada desvia o golpe fatal. (São) Luís Paris, 1860

31 Aqueles que aceitam com resignação seus sofrimentos, por submissão à vontade de Deus e com vistas à sua felicidade futura, não trabalham apenas para eles mesmos, e podem tornar seus sofrimentos proveitosos aos outros?

Esses sofrimentos podem ser proveitosos aos outros, material e moralmente. Materialmente, se, pelo trabalho, privações e sacrifícios que se impõem contribuem para o bem-estar material do próximo. Moralmente, pelo exemplo que dão, com sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode incitar os infelizes à resignação, salvá-los do desespero e de suas funestas consequências para o futuro. (São) Luís Paris, 1860.

Por Luiz Carlos
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