ELA por ELA

MARLENE SANTANA

Por: Reynaldo Formaggio | Categoria: Entretenimento | 29-03-2021 18:35 | 3297
Marlene Santana da Silva Fidelis
Marlene Santana da Silva Fidelis Foto: Acervo pessoal

Marlene Santana da Silva Fidelis é daquelas pessoas que conquistam ao primeiro sorriso. Aos recém completados 60 anos, dedicou 40 deles à Sorveteria Milk Mony, cativando clientes e fazendo amigos com sua eficiência e simpatia. Filha do saudoso Vicentino da Silva e de dona Araci Adriano da Silva, é casada há mais de 40 anos com Jair Fideles. A zelosa e orgulhosa mãe de Vandique, Iara e Sara, é ainda avó de Ana Kárila e Victor Hugo. Com o bom humor e gentileza que lhe são peculiares Lena, como é conhecida, compartilha com o leitor parte de sua vitoriosa trajetória de vida.

Marlene, como foi sua infância? Desde quando se tornou “Lena”?
Minha infância foi muito boa! Tenho três irmãos e junto à minha família brinquei muito, de boneca, fazia comidinha, que eram coisas de criança. Depois o tempo foi passando e com seis anos fui para a escola, estudei do primeiro até o quarto ano. Naquele tempo era um pouco complicado, parei para trabalhar e ajudar meus pais. Meu primeiro emprego foi de encher saquinho para plantar café. Desde a infância todos me chamavam de Lena, apelido fácil de se decorar e chamar, e assim ficou.

Como foi sua trajetória até chegar à Sorveteria Milk Mony?
Reencontrei uma amiga que trabalhava na sorveteria. No decorrer do tempo, ia lá com frequência e gostava de ajudá-la. À época cuidava de minha mãe, até que recebi o convite para trabalhar na sorveteria. Isso tinha a idade de 15 anos, meu patrão gostava do meu trabalho e por lá fiquei definitivamente como empregada. E assim foram 40 anos de dedicação e amor atrás do balcão. Através de ensinamentos e aprendizados, peguei um amor inesquecível e apaixonante.

O que te marcou mais nestes anos atuando na sorveteria? Sente saudades?
O carinho que eu dava aos clientes, que se tornaram amigos, e o carinho deles, que era recíproco. Isso me tornou a pessoa que sou hoje.  Sinto muita saudade, sobretudo da convivência e carisma das pessoas que lá frequentavam. Considerava a sorveteria também uma terapia, pois muitos iam para dialogar. Me recordo que muitos que iam pequenos na sorveteria, hoje são pais e avós, então foram muitas gerações familiares que acompanhei. 

Já vivenciou alguma situação de preconceito?
O preconceito às vezes é existente, mas nunca liguei pois tenho um Deus que nos mostra que somos todos iguais. Sempre fui eu, tratando todos no mesmo potencial. 

Nos conte sobre a família que constituiu.
Me casei nova, aos dezenove anos. Estou com ele até hoje, o pai dos meus filhos, Jair Fideles. Meu primeiro filho, o Vandique, hoje é vendedor. Ainda conciliando com o trabalho na sorveteria, tive minha filha do meio, a Iara, hoje enfermeira e tempos depois veio a Sara, a caçulinha, que hoje já está uma moça de 25 anos, e é estudante de Pedagogia. Toda gratidão à minha mãe Araci, uma guerreira que me ajudou a cuidar dos meninos enquanto trabalhava. Mas nunca fui uma mãe ausente na vida dos meus filhos, toda atenção, carinho e amor, eles puderam e podem receber. Também tenho alegria em ter meus irmãos Maria Lucia, José Vicente e Marisa próximos a mim. E meus netos, que são meu bem maior, Ana Kárila e Victor Hugo. Minha nora Mônica, meus cunhados...  Enfim, a família é um pouco grande, se deixar fico até amanhã! (risos) Mas tenho gratidão a todos, desde sobrinhos e afilhados, gosto muito, infinitamente. Minha maior riqueza é minha família.

O que gosta de fazer nas horas de lazer?
Gosto de aproveitar minha família, curtir os momentos. Graças a Deus somos bem unidos e sempre que podemos nos reunir, estamos juntos. Tenho gratidão pela minha vida e pelos que em minha volta estão. Curto todos os momentos, principalmente minha mãezinha, e hoje é a vez de dedicar meus cuidados, por tudo que ela já fez por mim.

Sempre solícita e com um sorriso estampado no rosto. De onde vem essa alegria e bom humor?
Esta alegria vem de Deus. Quem tem Deus tem a alegria estampada no rosto! E com as boas convivências à minha volta, para completar esta alegria e bom humor.

Percebe-se que você é uma mulher de fé. O que ela representa em sua vida?
Sim. Sem fé, sem Deus, não somos nada, não sobrevivemos. Por isso todos os dias agradeço a Deus por tudo que tenho e que sou.

Constantemente vimos profissionais que não atendem bem ao cliente. Com sua vasta e bem sucedida experiência lidando com o público, que dica daria para comerciários e comerciantes?
Uma simples dica que deixo, ter o dom, dedicação e amor no que faz, principalmente o amor. Sem estas palavras será difícil persistir em algo. Mesmo em tempos difíceis, leve o ‘’Amor’’ e o ‘’Dom’’ que tudo dará certo. 

São Sebastião do Paraíso se aproxima de seu bicentenário. O que daria de presente pra cidade?
Amo esta cidade e desejo fé, perseverança e alegria. Aqui construí minha vida, a minha família. E que tenhamos esperança, que todos estes momentos iremos superar e vencer juntos. 

Em sua opinião, o que a cidade tem de melhor e o que pode melhorar?
Nossa cidade é maravilhosa. O que poderia melhorar é a falta de emprego, mas tenho a esperança no que está sendo feito e analisado com carinho pelos órgãos do município. Quando esta fase de pandemia passar, não quer dizer que iremos voltar totalmente ao normal, mas voltaremos melhores!

Você se vê frente a frente com Deus. O que gostaria que Ele te dissesse?
Para mim, vindo de Deus, todas as palavras me tornariam realizada. Pois tudo que Ele me oferece eu sou grata por isso. Só de poder estar viva e com saúde, sou muito grata! Saúde não só para mim, mas todos que em minha volta convivo.

Lena, você se sente uma mulher realizada?
Sim, muito realizada, graças a Deus. Posso dizer que sem as realizações não somos nada e talvez não estaria onde estou sem as oportunidades para concretizá-las. Agradeço a oportunidade e o carinho para poder contar um pouco da minha história.