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Igreja de São Sebastião

Por: Redação | Categoria: Do leitor | 31-03-2021 00:11 | 458
Foto: Reprodução

Outro dia estacionei na Praça Com. José Honório e fiquei aguardando minha esposa que se dirigiu a uma loja. Olhei a minha volta e tal qual o Super Homem fez, a memória voltou meio século atrás. Voltou no tempo em que tudo na cidade passava pela praça central. Esta praça e seu entorno abrigavam médicos, dentistas, advogados, boas lojas e todos os bancos. Ali funcionavam também, bancos que não existem mais como, Hipotecário, Bemge, Credireal, Real, ABN Anro, da Lavoura, Banco Comércio e Indústria, Nacional e Caixa Econômica de Minas Gerais. 

‘Bem próximo à praça existiam a Escola Técnica de Comércio, que me deixou boas lembranças e a Rádio Difusora Paraisense, prefixo ZYA4, cujo prefixo e nome já estão na história.   

 O Cine São Sebastião, de uma beleza diferenciada ainda mostrava grandes películas. Lamentável ter acabado. Ao lado da Sorveteria Sposito, que ainda resiste, pois oferece um produto de qualidade superior, por mais de cem anos, funcionava uma loja de eletrodomésticos de nome Superlar, também estavam por ali o Zito Calçados, a Tabacaria do Sr. Bernardo, Bar do Centro, o Bar Paraisense, onde hoje está localizada a portaria do Hotel Cosini, o Sr. Pedro Pierroni um barbeiro, e em frente ao bar um ponto de táxi.  Bem próximo o Bar Papagaio, com seu famoso sanduíche carne e queijo, e algumas residências. A Casa Belo, sempre com produtos de muito bom gosto,    

Em cima do Cine São Sebastião o excelente Restaurante Cairo, que às vezes oferecia boa música ao vivo e na travessa nos fundos da igreja a Churrascaria Capri; perceberam, até os nomes eram elegantes.

Na outra esquina a Lanchonete da Dona Fiúca. Nos finais de semana os jovens iam para o centro da praça girar, homens em um sentido, mulheres em outro, de modo que estavam sempre de frente. Por conta destes giros em sentido horário e anti-horário, muitos casais se formaram, e puderam escrever suas histórias. No coreto central a bandinha sempre com ótimos dobrados. No final do ano as congadas e em fevereiro o carnaval. Constatei que, o tempo passou na velocidade de uma estrela cadente.

Meus olhos se voltaram para a igreja. Não sei qual é o estilo arquitetônico, mas é linda. Segundo o professor Luiz Carlos Pais, ela foi inaugurada em partes; a frente em 1941 e o restante em 1953. Observei que ela está externamente bastante suja, o teto enegrecido e as laterais muito empoeiradas.

Com absoluta certeza esta bela obra arquitetônica merece uma boa limpeza, para completar a sua beleza interna. Os católicos, até para participarem das comemorações de 200 anos da cidade, poderiam iniciar um projeto de lavagem deste templo magnífico, o que realçaria a sua beleza hoje escondida.

Em nossa cidade, que não tem a tradição de preservar patrimônio histórico, esta igreja, que está comemorando em parte oitenta anos, merece um carinho maior.  Afinal ali foi o cenário de muitas cerimônias que marcaram muitas vidas.  

Ainda há tempo. Vamos começar? 

João Batista Mião 

“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.”
(Dalai Lama)