Cleide Donizete da Silva Souza nasceu em uma família de doze irmãos na bela Carmo do Rio Claro. Filha dos saudosos Vicente Ferreira da Silva e Maria Tereza da Silva, carrega em si o sentimento de gratidão ao lugar de pertencimento e a força herdada especialmente de sua mãe. Ainda jovem se mudou para São Sebastião do Paraíso em busca de seus sonhos e hoje, ao lado da irmã Cida, está à frente da tradicional Telephoto. Aos 50 anos, percorridos com muito trabalho e dedicação, é com sentimento de gratidão que Cleide compartilha com o leitor os caminhos que a tornaram uma mulher forte e batalhadora.
Cleide, como foi sua infância? Qual a melhor memória que tem dessa época?
Minha infância foi simples, porém muito feliz! Morei até os cinco anos na roça e é ali que tenho as memórias mais marcantes deste período. Me lembro como se fosse hoje da gente brincando de casinha e de fazer comidinha debaixo das árvores que haviam por ali.
Você fala com muita gratidão de sua mãe. Qual a importância dela na sua vida e de seus irmãos?
Minha mãe foi a mulher mais guerreira que eu já conheci, foi uma mulher determinada, batalhadora e muito à frente de seu tempo, era independente e de pulso firme. Sou grata a ela pelo que sou hoje, muito de mim é inspirado nela, digo isso também estendendo aos meus irmãos, foi o apoio dela que nos impulsionou a sermos o que somos hoje.
Como foi sua trajetória profissional até se tornar sócia proprietária da Telephoto?
Comecei a trabalhar com nove anos de idade em casa de família e daí para frente não parei mais. Aos 17 anos vim para Paraíso com incentivo da minha mãe para trabalhar na locadora Cinemax a convite do meu cunhado Mariano Bícego. Depois deste emprego, meu irmão Antônio Vicente (Toninho da Telephoto) me convidou para trabalhar na Telephoto, com 18 anos de idade. Trabalhei como vendedora por 26 anos até o momento em que meu irmão, que sempre foi muito humano, generoso, bondoso, caridoso e um dos corações mais puros que já conheci na vida, propôs para mim e minha irmã Cida Bícego, comprar a loja que ele sempre teve tanto carinho. Hoje já faz oito anos que estamos à frente da Telephoto como sócias proprietárias desta empresa que já está no mercado paraisense há 48 anos.
Você transmite calma, paciência e gentileza ao atender o público. Ao mesmo tempo demonstra agilidade e eficiência. Como é lidar diretamente com um grande fluxo de pessoas na loja. O cliente tem sempre razão?
Tenho muita experiência com atendimento ao público, tive a oportunidade de começar neste ramo muito nova, para mim quanto mais clientes, melhor! Faço tudo com muito amor, carinho, dedicação e sempre com um sorriso no rosto. Confesso que trabalhar com atendimento ao público é um desafio. Não acredito que o cliente tenha sempre razão, mas nosso lema é sempre fazer nosso melhor dentro das possibilidades existentes, focando na solução e não no problema.
Após muitos anos na área da fotografia, você também aprendeu a arte de fotografar e manipular imagens? Tem um olhar diferenciado para os detalhes?
Desde quando iniciei na Telephoto sempre fui do ramo de atendimento ao público, a arte de fotografar sempre foi um dom do meu irmão, mas lógico que estando dentro da empresa tive a oportunidade de aprender algumas técnicas de luz, fundo e poses. Mas nunca assumi o cargo de fotógrafa, somente em casa com meus filhos (risos). O olhar para o detalhe na fotografia é algo que a gente aprende, a gente desenvolve como habilidade, assim como a arte de manipular as imagens.
Inúmeros clientes, amigos e histórias. Conte alguma passagem marcante vivida dentro do estúdio.
Nestes anos todos são várias histórias marcantes que tenho para contar, mas o que mais sou grata é pela oportunidade de deixar marcas nos clientes que passam por mim. Sempre faço o meu melhor com cada pessoa que entra na Telephoto e o simples fato de conversar, tratar com respeito e carinho, mostrar empatia, se importar e escutar o cliente os marca. Sempre recebemos elogios como “nunca entrei em uma loja em que fui tão bem recebida”, “uma loja com alto astral”, etc. Mais importante que ter histórias marcan-tes é marcar as pessoas de uma forma positiva.
E sobre a família que constituiu? Qual a importância deles pra você?
Aos 17 anos, quando fiz minhas malas para me mudar para cá, não fazia ideia do quanto eu seria privilegiada por Deus. Minha família é meu alicerce, meu tudo. Meu marido Clayton e meus filhos Isadora e Lucas são meus verdadeiros tesouros!
Após mais de 30 anos em Paraíso, você se adaptou muito bem à cidade e conquistou seu espaço com muito trabalho e dedicação. O que mais gosta em São Sebastião do Paraíso e o que acha que pode melhorar.
Estou há 34 anos aqui em São Sebastião do Paraíso e o que mais gosto nesta cidade, sem dúvida, são as pessoas: são hospitaleiras, simples e acolhedoras. Acho que um dos pontos que pode ser melhorado na cidade são as opções de lazer.
E sobre seu Carmo do Rio Claro natal, o que este lugar representa pra você?
Me recordo de Carmo do Rio Claro com muito carinho, pois foi onde cresci e tive várias amizades que estão presentes na minha vida até hoje. Representa para mim a família, já que boa parte dela ainda mora lá, meus irmãos e sobrinhos.
O que gosta de fazer nas horas livres?
O que mais gosto de fazer nas horas livre é curtir minha família.
Você também é consultora de beleza e mais uma vez atua diretamente com clientes e imagem. Tem prazer em proporcionar bem-estar às pessoas?
Um dos meus maiores prazeres é proporcionar mais autoestima e bem-estar para minhas clientes. Amo quando elas adquirem algum produto e depois me procuram para contar o feedback, é gratificante.
Trabalhando com imagem, tanto com a fotografia quanto com os produtos de beleza, que dica você daria para quem está com baixa autoestima?
Com certeza diria para focar e realçar aquilo que tem de melhor. A maquiagem tem o poder de realçar o que já é bonito, a fotografia também. Então o segredo é olhar para dentro de nós, encontrarmos o que há de mais belo e pôr em evidência. A partir deste primeiro ponto, começamos a nos valorizar e nos amar mais. A autoestima é um exercício diário!
Você é uma mulher de fé?
Sim, sou católica, acredito em Deus e em uma força maior que guia nossos caminhos.
Cleide, você se sente realizada? Tem algum sonho que pretende realizar?
Me sinto muito realizada, tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. Amo viajar, tenho vontade de conhecer vários países!