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A zona de conforto vai te matar!

Por: Redação | Categoria: Do leitor | 21-04-2021 00:07 | 475
Foto: Reprodução

Uma das minhas maiores preocupações é morrer sem ter a chance de me defender. Por isso, decidi levantar a bandeira a favor das armas e quero ver vocês armados até os dentes. Bom, antes que os julgamentos se iniciem, preciso trazer informações adicionais.

Em um paralelo não muito distante, quantas pessoas conhecemos que, de um dia para outro, simplesmente morreram? Eu sou capaz de citar dezenas, entre parentes e amigos que não estão mais entre nós, ao menos no plano físico. E o que mais me chama a atenção é que simplesmente não tiveram a chance de se defender.

Você ainda deve estar pensando que as armas às quais me refiro são as armas de fogo. Não, esse texto não se trata da minha opinião em relação às armas de fogo. Então quais as armas de que estamos falando?

Vamos lá! Há cerca de 20 anos eu perdi um tio para o câncer. A doença foi se desenvolvendo silenciosamente, até que um dia deu um sinal, a dor, mas já era tarde e não havia nada mais a ser feito. Em alguns meses o pior aconteceu. E todos os dias isso acontece, seja por um tumor ou por uma doença cardíaca, vascular ou respiratória, enfim, quando percebemos já é tarde.

Assim funciona nossa vida. Estamos bem e muitas vezes em zona de conforto. Aos desconfortos leves nos adaptamos e, quando deparamos com algo grande, não tratamos, mas fazemos de tudo para desviar e deixar logo para trás. Nas empresas, sobretudo nas de gestão não profissional este comportamento se repete.

Mas qual o motivo dessa resistência ao desconforto?

Desafiar o status quo, ou desafiar o estado em que as coisas estão, incomoda. Significa sair da zona de conforto e, para muitos, este é um exercício quase impossível, machuca, dói! Chegamos ao ponto: a Dor! Se adaptar à dor, usar tratamentos paliativos ou simplesmente fugir do problema são formas de recusar a chance de se defender. Quando você perceber, já será tarde.

Muitas vezes, nos deparamos com situações em que dói algo que nem sabíamos que poderia doer, e esse é um sinal do universo para que você possa se defender. Cabe a você criar os anticorpos e acionar seus sistemas de defesa.

É na dor que aprendemos, nos desenvolvemos e encontramos as saídas mais inusitadas.

Essa dor causada por sair da zona de conforto, por desafiar o status quo, pode ser percebida mais facilmente por quem tem por hábito se desafiar ou por alguém que, de alguma forma, sofreu o impacto de uma situação em que foi coadjuvante, caiu de gaiato, como diriam os mais experientes.

Se eu pudesse dar hoje uma dica, seria: desafie o seu status quo antes que alguém faça isso por você.

Algumas perguntas podem te ajudar como: onde estou, onde quero chegar e o que estou fazendo para chegar lá. Parece simples, mas pense em se aprofundar nas questões e, principalmente, tenha certeza de que o mundo não será o mesmo em cinco anos. Então pense bem nas respostas a longo prazo.

Mas, e a história das armas? Ah sim, as nossas principais armas são a informação, a resiliência, a disciplina, a coragem e o poder de ação. 

Jean Dunkl
@jeandunkl
CEO da CPD Consultoria, mentor em Gestão Estratégica de Negócios, gestor da Impera (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Franca) e do MKBZ Studio, voluntário da Singularity University