A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Ema-ter-MG) está lançando uma campanha de conscientização dos trabalhadores da cafeicultura direcionada para os cuidados em relação a pandemia da Covid-19. Através de uma cartilha e também por meio de dois vídeos institucionais a empresa mostra de maneira fácil e objetiva como se proteger da doença, principalmente nesta época de colheita que se inicia nas próximas semanas.
As instruções foram preparadas com muito cuidado e é importante que os cafeicultores fiquem atentos. Na estratégia de divulgação constam uma cartilha e dois vídeos instrutivos que de forma fácil e direta mostram como os agricultores podem manter os cuidados, durante as atividades do sistema produtivo das lavouras. Qualquer pessoa pode acessar a cartilha no formato digital, a qual abrange os cuidados contra a Covid-19 específicos à colheita do café. O conteúdo está disponível e pode ser baixado no site da Emater-MG e também nas plataformas da Embrapa.
Para facilitar e reforçar a campanha foram criados dois vídeos, com informações emanadas do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. As recomendações vão desde a higiene pessoal e dos materiais utilizados, até normas de transporte das pessoas para as lavouras. A ideia central é de fortalecer a conscientização sobre os padrões sanitários adequados para segurança dos cafeicultores e trabalhadores rurais, durante as safras, quando há considerável aumento da movimentação de pessoas nas áreas rurais, inclusive oriundas de outras regiões do País.
Entre as recomendações relacionadas ao transporte, por exemplo, a dica é para a limpeza do veículo antes e depois de cada viagem. No interior deve ser mantida a distância de dois metros entre cada pessoa, o uso de álcool gel deve ser constante e a máscara obrigatória. A cartilha também apresenta situações semelhantes para a higienização dos trabalhadores ao fazerem uso de espaços como refeitório e alojamentos. Por fim orienta que o emprego dos funcionários deva ocorrer de forma racionalizada objetivando o melhor aproveitamento possível da mão-de-obra em cada etapa da colheita. Também há orientações específicas para o trabalho de colheita. Na derriça do café, seja manual ou com derriçadeiras, o ideal é que cada fileira seja colhida pelas mesmas pessoas, mantendo a distância mínima de dois metros entre os trabalhadores
Para a diretora-presidente da Emater-MG, Luísa Barreto, este trabalho de conscientização já foi realizado ano passado e é muito importante neste momento em que os efeitos da doença continuam bastante intensos. “Mesmo durante a pandemia, a produção agropecuária não parou em nenhum momento. E a gente sabe que a produção de café, em especial, é fundamental para a economia mineira. Com esta cartilha, a Emater de Minas pretende ajudar os produtores a terem uma colheita mais segura nestes tempos de pandemia, buscando ajudar a manter a saúde de todos aqueles que são envolvidos nesse processo”, disse.
Segundo a Emater-MG no final de abril, em Minas Gerais, aumenta a movimentação de pessoas nas áreas rurais. É o começo da safra do café, produzido em cerca de 460 municípios, o que corresponde a mais da metade do total do Estado. Os trabalhos na colheita se estendem por mais de seis meses e geram muitos novos empregos no campo, inclusive para trabalhadores de outras regiões do país, que chegam com a perspectiva de melhorar a renda de suas famílias. Afinal, Minas é o maior produtor de café do Brasil, com aproximadamente 70% da produção nacional do arábica.
De acordo com Bernardino Cangussú, coordenador técnico estadual de Cafeicultura da Emater-MG, a cartilha será distribuída, por meio digital, para os produtores atendidos pela empresa, além de prefeituras e secretarias municipais de Agricultura, cooperativas, sindicatos rurais e outros parceiros. “O objetivo é fazer as informações chegarem ao maior número de produtores de forma rápida e segura”, explica. Ele acredita que o alto índice de transmissão da Covid-19, maior do que na mesma época de 2020, poderá até afetar a contratação de mão de obra para a colheita. “Por isso, é tão importante seguir padrões sanitários adequados, para termos uma colheita que garanta segurança a todos os envolvidos no processo”, destaca.
Queda na
produção
A pandemia do novo coronavírus será mais um desafio, em um ano já com perspectivas de baixa produção nas lavouras de café. De acordo com dados da Emater-MG, a safra de 2021 deve ter redução média de 40%, em relação ao ano anterior. Pela própria característica da cultura, este é um ano de bienalidade negativa, ou seja, em que as plantas produzem menos. Além disso, em algumas regiões do Estado, problemas climáticos, como calor excessivo e falta de chuvas na época da floração, prejudicaram ainda mais a produtividade. E os cafeicultores têm de lidar também com o aumento dos custos para a colheita, em função dos cuidados necessários para a saúde dos trabalhadores.
Em 2020, os gastos para a prevenção da disseminação da Covid foram maiores, mas os custos acabaram sendo compensados por maior produtividade naquela safra e pelos bons preços do café. Para a safra de 2021, muitos investimentos feitos na área sanitária, como instalação de mais lavatórios e outras adaptações nos alojamentos, ainda poderão ser usados, reduzindo o peso na renda dos produtores.
As recomendações das autoridades de saúde permanecem as mesmas, seja no campo ou nas cidades, mesmo para quem já foi vacinado contra a Covid-19, como a utilização da máscara cobrindo o nariz e a boca durante todo o tempo em que as pessoas estiverem fora de casa. E também lavar as mãos com frequência até a altura dos punhos, com água e sabão, ou higienizar com álcool gel a 70%. É importante ainda manter um distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas. Caso tenha dúvidas e precise de mais orientações para a colheita do café, procure a Emater-MG de seu município. Os contatos de todas as unidades da empresa podem ser acessados no site www.emater.mg.gov.br