Nos tempos de estudante na Cidade das Andorinhas, terra natal de Carlos Gomes, a bela Campinas, certo dia fui convidado por um colega de pensão, acadêmico em Filosofia, para assistir uma palestra de um filósofo.
Eu, alheio a esta ciência, ouvia meu colega dizer: “Seja profeta de si mesmo”. Mesmo perplexo fui!
O filósofo parou na frente da plateia e, sem dizer uma palavra, pegou um vidro de maionese vazio, e encheu-o com pedras de uns dois centímetros de diâmetro. Então, perguntou a plateia se o vidro estava cheio. Concordou-se que estava.
O filósfo pegou uma caixa com pedregulhos bem pequenos e os jogou dentro do vidro, agitando levemente. Os pedregulhos rolaram para os espaços entre as pedras. Ele então perguntou novamente se o vidro estava cheio.
A plateia concordou. Agora, sim, estava cheio.
Então o filósofo pegou uma caixa com areia e despejou-a dentro do vidro, preenchendo o restante.
Agora, disse o filósofo, eu quero que vocês entendam que isto simboliza a vida. As pedras são as coisas importantes; suas famílias, seus amigos, suas saúdes, seus filhos, coisas que preencham a sua vida. Os pedregulhos são as outras coisas que importam, como seus empregos, suas casas, seus carros. A areia representa o resto. As coisas pequenas.
Se vocês colocarem a areia primeiro no vidro, não haverá mais espaço para os pedregulhos e as pedras. O mesmo vale para suas vidas. Cuidem das pedras primeiro. Das coisas que realmente importam. Estabeleçam suas prioridades, o resto é só areia!
Terminando a palestra só restou agradecer meu colega pelo aprendizado. Ele com leve sorriso disse: “Não importa o quanto a vida esteja cheia, sempre sobra espaço para um chope”, e fomos direto ao bar do Giovanetti, no centro de Campinas.
SEBASTIÃO PIMENTA FILHO
Escritor, Historiador