Há muitas décadas, nas noites de outono, o frio já iniciava.
No centro de nossa cidade, onde há a praça da Igreja Matriz de São Sebastião do Paraíso, havia um verdadeiro céu.
Missas com a igreja repleta, nas noites de sábados e domingos. A praça era toda decorada com árvores de ipês floridos: amarelos, roxos e brancos, outras árvores frondosas e jardins com flores perfumadas e multicores.
Havia também linda orquestra, no coreto, bem no centro da praça. Muitas pessoas se reuniam ali, para assistirem aquele espetáculo musical.
Havia, onde hoje é a calçadão, o Cine São Sebastião. Havia também bem em cima do Cine São Sebastião, o "Cairo". "Cairo" era um restaurante, com lindas músicas ao vivo.
Bem ao lado do Cine São Sebastião, havia o "Achei", bem no porão. Sua entrada era descendo escadas até chegar ao "Achei". "Achei" também era restaurante dançante, onde entre flashs e luzes coloridas, moças e rapazes, senhoras e senhores dançavam ao ritmo de lindas ritmos românticos.
Nas noites de outono, o céu era bem estrelado, e como o frio iniciava, naquela época, senhoras e moças, aproveitavam para exibirem seus trajes, muito chiques e respeitosos, meias finas, calçados com saltos elegantes.
Havia elegância e muito respeito, nos trajes femininos.
Após a missa, muitas pessoas andavam em volta da praça, em sentidos opostos.
Com aquele outono, iniciando o frio, havia naquele lugar, muito romantismo em tudo!...
Havia naquele lugar, muita alegria e respeito, onde moças e rapazes encontraram muitas vezes, seus namorados ou namoradas. Muitos namoraram, noivaram e se casaram, e vivem até hoje juntos e em harmonia com as famílias que constituíram.
Hoje, tudo isto passou, nada mais existe naquele lugar. Apenas ficou a Igreja, mas com a pandemia, nem missas existem mais como antes.
Aquelas lindas orquestras, no coreto, bem no centro da praça, não existem mais!...
Restaram bancos, que à noite, servem de dormitórios, para os infelizes moradores de rua.
As lindas noites de outono, naquele lugar não existem mais!... Onde reencontrar tudo isto de novo? Não sei!...
Só seis que o passado, não volta jamais!...
Que saudade!... Saudade daquilo que as asas do tempo levaram!... Para sempre!
Marene Lizareli Paes