Com o tema “Casinhas das Infâncias”, acontece no período de 22 a 30 de maio a 12ª edição da Semana Mundial do Brincar. Neste ano, a proposta a ser trabalhada pelos participantes visa valorizar o brincar de casinha, a casa e as tradições de brincadeiras, cantigas e jogos lúdicos passados de geração em geração. De São Sebastião do Paraíso um grupo formado por professoras, formadas e especializadas em várias áreas participarão do evento através das redes sociais.
A Semana Mundial do Brincar realizada pela Aliança pela Infância é definida como “uma campanha de sensibilização sobre a importância do brincar, do direito da criança a ter infância e da necessidade de o direito da criança ao brincar ser respeitado mesmo em tempos de pandemia”, afirma Letícia Zero, coordenadora da secretaria executiva da organização. É natural das infâncias imaginar novos mundos e criar beleza com o brincar, arrumar, enfeitar e colorir.
No entanto, neste momento de pandemia, a Aliança pela Infância entende como essencial fortalecer o brincar infantil, especialmente a atividade lúdica que expressa as necessidades de proteção e acolhimento das crianças. Um exemplo deste tipo de brincadeira é o faz de conta das Casinhas das Infâncias – tema escolhido para a Semana Mundial do Brincar, que este ano acontece a partir deste sábado,22, e vai até o dia 30 de maio, com atividades por todo o Brasil.
Em Paraíso, um grupo de pais, profissionais e educadores já realizam diversas ações voltadas por enfatizar a importância do brincar livre, como é o caso da Semana do Bebê. Durante o evento são realizadas palestras nas escolas e Centros de Educação Infantil, além de postagens nas redes sociais. De acordo com a jornalista Susana Souza essas ações são de extrema importância para chamar a atenção da sociedade de forma geral para a importância da primeira infância e o amparo e proteção que têm que ser prioridade no atendimento a esta fase da vida, comenta. “Todos estes eventos têm o mesmo objetivo, envolver a sociedade na questão urgente de cuidarmos da primeira infância de modo integral. A nossa proposta é a implementação de política públicas efetivas para a Primeira infância aqui no município”, explica.
Em relação ao tema a ser trabalhado neste ano, a casa sempre foi um espaço de brincar da criança. “Especialmente por conta da pandemia e a necessidade de passarmos um bom tempo resguardados, também seus cômodos têm se ressignificado, bem como as possibilidades de explorar objetos cotidianos e olhar para práticas rotineiras que dizem muito sobre nós mesmos, mas que em outros tempos passavam despercebidas”, observa.
O brincar que representa papéis sociais e uma das propostas de trabalho visa o desenvolvimento de atividades que promovam uma reflexão leve e gentil sobre esta questão. Quando brinca, a criança acaba representando situações que testemunha nos espaços que frequenta, o que envolve, inclusive, definições sobre quem vai exercer cada papel dentro de casa e como o faz. Atividades neste sentido podem ser, inclusive, um bom momento para observar a si mesmo, o coletivo e reconstruir histórias.
Através do lúdico em toda sua espontaneidade, as crianças sempre criaram maneiras diferentes de se relacionar com os espaços e objetos da casa. Neste momento em que se passa mais tempo dentro dela, as pessoas se sentem desafiadas a tornar este espaço ainda mais interessante para ser explorado com alegria e segurança. E não precisa ser nada mirabolante, estes novos olhares lúdicos sobre a casa podem até mesmo colaborar com a reinvenção da vida e ajudar a fugir do monotonismo.
Todo brincar carrega consigo uma longa colcha de histórias e manifestações culturais e artísticas transmitidas pelo tempo através das infâncias, numa espécie de resgate de tradições. Saberes lúdicos, cantigas, histórias, cirandas e brinquedos são passados de geração em geração, muitas vezes refletindo a maneira com que são determinados os grupos ou famílias que brincavam em suas casas e quintais em certo momento de suas histórias ou locais de origem. A forma como se brinca com uma criança é, também, um reflexo de memórias. E agora pode ser a hora de resgatar alguns destes momentos e deixar florescer o brincar que é intergeracional.
Pelo brincar, a criança participa de jogos simbólicos que dão luz ao modo como assimilam a realidade. Assim, muitas vezes, o brincar se torna um exercício de representação de situações da vida com que a criança, por meio do faz de conta, experimenta papéis e externaliza suas vivências. São situações domésticas, socioculturais, familiares, entre outras, que permeiam este jogo. “Durante a Semana Mundial do Brincar, propomos um olhar especial para os jogos simbólicos do brincar de casinha e sua relação com o desenvolvimento das crianças”, descreve.
Quando brincam de casinha, as crianças organizam, enfeitam e embelezam suas criações. Se pelo brincar a criança vai descobrindo a sua maneira de se relacionar com o seu entorno, é também por esse brincar o caminho de encontrar a beleza do mundo e desenvolver suas referências de criar e estar no mundo de maneira propositiva. Com seu impulso natural de criar beleza e descobrir o que é belo aos olhos, a criança inventa novos mundos possíveis, distribui suas belezas e a valoriza suas formas e cores.
Para saber mais do tema e acompanhar as ações em São Sebastião do Paraíso foi criada uma comunidade no Face-book – Primeira Infância Paraíso que pode ser acessado através do endereço eletrônico www.facebook.com/groups/119390560201777 .