Flávio Roscoe
Imagine as ações que você realiza nas 24 horas do seu dia – quando está com sua família, trabalhando, dormindo, ou mesmo quando está em curso uma grave crise de saúde. Verá que em praticamente 100% delas a indústria está presente, sempre contribuindo para suprir suas necessidades e assegurar melhor qualidade de vida para a sua família, vizinhos e amigos.
Na semana deste 25 de maio, Dia da Indústria, celebramos a essencialidade do setor e o trabalho incansável de milhões de brasileiros que, mesmo quando muitos têm que ficar em casa, seguem firmes na missão de produzir itens primordiais para a manutenção da vida como conhecemos hoje. A data foi criada pelo então presidente Juscelino Kubitscheck, em 1957, para homenagear e registrar o nascimento da moderna indústria brasileira e a chegada ao país da indústria automobilística. Tempo em que o nosso país crescia “50 anos em 5”.
Em Minas Gerais temos razões especiais para comemorar esta data, que focaliza o mais importante setor econômico e social do estado, cujo desempenho positivo resulta de uma obra solidária e coletiva, realizada em todas as regiões do nosso território por cidadãos que abraçam a causa da indústria como profissão, por acreditarem em sua força como instrumento de geração de desenvolvimento e em seu poder como fator decisivo de transformação e inclusão social. E o fazem mesmo com todos os riscos inerentes à própria atividade empreendedora, potencializados por incertezas políticas e jurídicas que só existem aqui, em nosso país.
Somos um setor pujante, representado, em Minas Gerais, por mais de 130 sindicatos empresariais e mais de 80 mil empresas. Formamos, juntos, a FIEMG. E trabalhamos para defender os interesses legítimos das empresas e para assegurar que elas, com os bens e serviços que produzem, atendam com efetividade às demandas e aspirações da sociedade.
Com o seu trabalho, esses homens e mulheres, dirigentes de sindicatos e empresas, colocam a indústria em todos os momentos da vida das pessoas. Desde quando acordam em suas casas (indústria da construção civil), tomam o seu café (indústria do café e panificação, indústria alimentícia), vestem suas roupas para trabalhar, passear ou ficar em casa (indústria têxtil, do vestuário, calçados, bolsas, joias e bijuterias), quando começam a trabalhar, usando os seus computadores, suas mesas, suas cadeiras, seus telefones, tablets (indústria eletroeletrônica, da informática, de móveis). Segue o dia e segue a indústria na vida de todos nós até o encerramento das atividades para o merecido descanso – no cinema, comendo sua pipoca, tomando seu uísque, sua cerveja ou sua cachaça que Minas Gerais produz tão bem (indústria do audiovisual, alimentícia, de bebidas). Mesmo à noite, enquanto dormimos, a indústria tá lá: colchão, cama, vestuário, algum medicamento para quem precisa e a luz que é apagada depois de iluminar o dia inteiro de cada um de nós.
Mas a indústria é mais – e vai além. O Produto Interno Bruto de Minas Gerais (PIB-MG), que inclui todas as riquezas produzidas dentro das fronteiras do estado, chegou a R$ 142,8 bilhões em 2018, representando 26,5% do PIB total do estado. O setor industrial mineiro é, também, importante gerador de emprego e renda: são 1.141.944 trabalhadores em Minas Gerais (2019), o que representa 23,1% do total de empregos formais no estado.
A massa salarial da indústria representa aproximadamente 22,7% do total de salários pagos em Minas Gerais no mesmo período. A indústria é, igualmente, o principal setor gerador de divisas no estado, respondendo por cerca de 80% do valor total exportado. Em 2019, o setor exportou US$ 20,21 bilhões, principalmente para mercados da relevância de China, EUA, Europa e, na América do Sul, para a Argentina.
A indústria – extrativa e de transformação somadas – é, ainda, o principal pagador de impostos no estado, respondendo por 49,9% do ICMS estadual. Se for incluída a distribuição de energia, são 65% do total de ICMS arrecadado em Minas Gerais em 2019.
Em síntese, a indústria mineira comemora o seu dia com orgulho e otimismo: orgulho, pelo que realizamos até aqui; otimismo, por entender que, mesmo com a crise e a pandemia, estamos contribuindo para a construção de um futuro promissor. E tudo isso representa força para nossas empresas e empregos de qualidade para a população.
Flávio Roscoe é presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais - FIEMG